Lisboa,

terça-feira, março 08, 2005

o sentido da vida

"É um erro encarar a pscoterapia como a arena em que as pessoas mudam. Quando as pessoas dizem que querem mudar, escuto uma rejeição subtil da pessoa que elas são. Suponho que a mudança é necessária a um certo nível - quando a vida é um tormento, quando uma pessoa se sente neurótica ou psicótica, quando o casamento é sufocante, quando um trabalho não é compensador em termos emocionais. Porém, mesmo nesses momentos, um plano consciente de mudança provém usualmente da mesma imaginação que nos causou problemas. Um novo projecto de transformação pessoal pode lançar-nos novamente para o desconfortável buraco que acabámos de deixar.
Quando as pessoas falam em descobrir um sentido na vida, insinuam que serão capazes de compreender e de resolver as coisas. Mas o que torna a vida digna de ser vivida pode ser apenas uma intuição momentânea, uma sensação, como o toque da pele de um filho bebé, um súbito apreço pela casa ou a excitação fugaz quando nos recordamos do amor que sentimos pelo nosso companheiro. O sentido pode ser uma revelação e não uma compreensão.
Pensar é muito importante e podemos usufruir de um mundo melhor se aprendermos todos a pensar. Mas, ao mesmo tempo, pensar pode ser apenas o prelúdio do significado. Lemos, frequentamos cursos, conversamos, estudamos e até podemos escrever. Estas actividades intelectuais são inestimáveis, mas o seu valor talvez resida em nos prepararem para um instante de reconhecimento da semente vital, aquilo a que os Antigos chamavam a scintilla, a centelha, que dá vida a tudo o que fazemos e vemos. Quando vislumbrarmos essa centelha, teremos compreendido que existe realmente um além que pode ser encontrado no que está mais perto de nós. Podemos orientar toda a nossa educação para o momento que nos permita vislumbrar à nossa frente, maravilhados, o mais ténue sopro da vida."
(Texto de Thomas Moore:"O Self Original")


5 Comentários:

At março 08, 2005 6:53 da tarde, Blogger Softy Susana diz...

está tudo cá dentro. tudo.

 
At março 09, 2005 3:03 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

O sentido somos nós que o damos. Muitas vezes só conseguimos perceber algun sentido olhando para trás. Muito raramente temos a noção que o presente faz sentido.

 
At março 14, 2005 2:29 da manhã, Blogger Amaral diz...

Softy Susana: É isso - dentro de cada um de nós está o Tudo que nos liga a Ele. O Deus do meu entendimento mora aí!

 
At março 14, 2005 2:34 da manhã, Blogger Amaral diz...

Zuco: Desculpa não estar inteiramente de acordo, mas se raramente temos a noção que o presente faz sentido, é porque o barulho da nossa mente oculta completamente o sentido do presente.
Não encontrarás fora do presente nenhuma oportunidade de optares por Aquilo que Queres Ser. Só no presente, conseguirás apreciar o que têm de bom todas as coisas e todas as pessoas.
Vivendo tudo de fugida, não disfrutas do presente. E ele passa, sem voltar! O outro presente já não este, e o seu conteúdo raramente é o mesmo!

 
At fevereiro 07, 2007 1:03 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

Keep up the good work » »

 

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