Lisboa,

sexta-feira, abril 29, 2005

equilíbrio

No mundo em que estamos inseridos, é difícil fugirmos às normas e às regras da sociedade.
A nossa luta pessoal está sempre condicionada por factores externos. Para não perdermos o emprego, sujeitamo-nos a decisões arbitrárias e injustas; para conseguirmos uma carreira profissional louvável, temos que obedecer a certos requisitos e tomarmos caminhos já trilhados ou desbravados; para mantermos uma situação matrimonial segura, não podemos esquecer valores e preconceitos endurecidos por gerações passadas; para mantermos os nossos filhos contentes e felizes, não podemos deixar de nos integrar nas novas modernices; para podermos garantir uma velhice aceitável temos que fazer contas à vida e decidir com realismo.
Até amar incondicionalmente implica pôr de lado todas as condições!

Se finalizasse aqui, estava "tudo" dito! Afinal, a vida só pode ser vivida obedecendo a determinadas condições.
Mas não está "tudo" dito!
As condições que vimos são condições que o ser humano impôs a si mesmo! São condições materiais, condições morais, condições sociais. Condições que o mundo físico criou para sobreviver a formas que vai fazendo despontar, diferentes, desiguais.
O ser humano adapta-se ao meio. Estimula o ego. Conquista as coisas do mundo. Modifica as suas condições. Integra-se na dinâmica que desenvolve e altera o que parece subdesenvolvido.

O que falta a este ser humano é o equilíbrio.
Falta-lhe a fórmula para se rever, ele próprio, no emaranhado material que lhe faz cerco, desde a sua nascença.
Ao ser humano falta-lhe a lucidez para não esquecer que é um ser espiritual, falta-lhe a preparação para uma conduta comum com Deus e a vida, falta-lhe a crença de que a vida física é um instrumento para vivenciar, falta-lhe a sabedoria para saber quem é.
Aqui reside o equilíbrio.
A vida material e a vida espiritual são ambas necessárias. Saber equilibrar estas duas vidas terá que ser o desafio principal para uma conduta mais consentânea com a sua razão de estar aqui.


(Foto retirada do: http://www.studio-lb.de)

2 Comentários:

At abril 29, 2005 1:56 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Concordo. Não podemos achar que há um preço demasiado elevado a pagar. Temos é que tentar alcançar esse equilíbrio, mesmo que doa. E às vezes dói bastante... Beijo grande.

 
At abril 29, 2005 10:26 da manhã, Blogger elisa diz...

Acho que muita gente vive sem se questionar sobre a sua espiritualidade: segue as regras, segue o movimento, a casa, o carro e o shopping ao fim de semana, desprovidos de conteúdo. Porque até a mais banal das vidas ganha em existência quando nos desbruçamos sobre nós próprios e sobre a humanidade e divindade que coexistem dentro de nós...acho eu?Beijinhos e bom fim de semana:)

 

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