os sonhos que nós temos
Tantos sonhos que todos tivémos! Quantos não nos lembramos! Quantos recordamos ainda! E quantos vamos rapidamente levar ao papel para ficarem gravados! Quantos esquisitos! Quantos belos e alegres! Quantos pesados e assustadores!
Este é dos poucos que me apressei a escrever. Seria bom que todos os nossos sonhos nunca fossem esquecidos ou nos apressássemos a ir passá-los para um bloco.
Quantos livros agora não teríamos? E quantos problemas pessoais já não estariam resolvidos?...
No passeio não havia mais ninguém. Era uma estrada movimentada, onde os carros iam e vinham a grande velocidade. Eu estava no lado direito e o movimento era grande em toda a minha esquerda.
De repente, um motociclista passou a grande velocidade, virou à esquerda e arrepiou-me. Num segundo, um carro apareceu da direita, travou com ruído, mas não evitou o impacto. Tudo se passou em curtos momentos. A moto embateu no carro e o homem foi projectado contra umá árvore, caindo no chão, inanimado. Fez-se um silêncio de morte e tudo emudeceu, pessoas e veículos, num ambiente subitamente carregado pelo trágico e pelo inesperado.
Voltei-me para a rua de onde o motociclista tinha surgido, e o meu pensamento desprendeu-se regressando, repentinamente, repleto e expontâneo.
Com todos os seus pormenores, com toda a nitidez, com a maior lentidão do mundo, a cena atrás contemplada apareceu de novo à minha frente, como um truque de cinema.
A poucos centímetros, a moto passou por mim, devagar, devagarinho, deixando ver um homem novo, guiando seguro e tranquilo. O meu olhar acompanhou-o na mesma lentidão, fixou toda a profundidade dos pormenores, sustentados num espaço onde tudo era mais claro e as cores eram mais coloridas. Se estendesse o braço "agarraria" certamente um bocado daquela cena, que decorria vagarosa ante os meus sentidos.
Mas a moto continuou o seu trajecto, entrou no perímetro dum carro vindo da direita e ensaiou uma espécie de dança, surdamente animada e controlada.
Depois, a dança mudou de forma: o carro ficou quieto, a moto rodopiou na medida em que, inconscientemente, "me deu mais jeito", e o homem ergueu-se no espaço vazio, obrigando-me a segui-lo com o olhar.
Uma árvore apareceu por detrás, as costas do homem foram na sua direcção e estamparam-se contra o tronco, momentaneamente e a meia-altura. Um estremecimento percorreu o corpo do homem, como um choque eléctrico, e eu "vi" que a vida deixava aquele corpo.
Acordei do sonho, num turpor amargo e distante. O silêncio compôs a realidade e a consciência. A luz do dia ainda estava longe.
Soltei o pensamento e ele pareceu dizer-me que o tempo, aquela suposta dimensão ainda não dominada pelo tempo, estivera na minha mão, controlada ao pormenor e ao segundo.
Este é dos poucos que me apressei a escrever. Seria bom que todos os nossos sonhos nunca fossem esquecidos ou nos apressássemos a ir passá-los para um bloco.
Quantos livros agora não teríamos? E quantos problemas pessoais já não estariam resolvidos?...
No passeio não havia mais ninguém. Era uma estrada movimentada, onde os carros iam e vinham a grande velocidade. Eu estava no lado direito e o movimento era grande em toda a minha esquerda.
De repente, um motociclista passou a grande velocidade, virou à esquerda e arrepiou-me. Num segundo, um carro apareceu da direita, travou com ruído, mas não evitou o impacto. Tudo se passou em curtos momentos. A moto embateu no carro e o homem foi projectado contra umá árvore, caindo no chão, inanimado. Fez-se um silêncio de morte e tudo emudeceu, pessoas e veículos, num ambiente subitamente carregado pelo trágico e pelo inesperado.
Voltei-me para a rua de onde o motociclista tinha surgido, e o meu pensamento desprendeu-se regressando, repentinamente, repleto e expontâneo.
Com todos os seus pormenores, com toda a nitidez, com a maior lentidão do mundo, a cena atrás contemplada apareceu de novo à minha frente, como um truque de cinema.
A poucos centímetros, a moto passou por mim, devagar, devagarinho, deixando ver um homem novo, guiando seguro e tranquilo. O meu olhar acompanhou-o na mesma lentidão, fixou toda a profundidade dos pormenores, sustentados num espaço onde tudo era mais claro e as cores eram mais coloridas. Se estendesse o braço "agarraria" certamente um bocado daquela cena, que decorria vagarosa ante os meus sentidos.
Mas a moto continuou o seu trajecto, entrou no perímetro dum carro vindo da direita e ensaiou uma espécie de dança, surdamente animada e controlada.
Depois, a dança mudou de forma: o carro ficou quieto, a moto rodopiou na medida em que, inconscientemente, "me deu mais jeito", e o homem ergueu-se no espaço vazio, obrigando-me a segui-lo com o olhar.
Uma árvore apareceu por detrás, as costas do homem foram na sua direcção e estamparam-se contra o tronco, momentaneamente e a meia-altura. Um estremecimento percorreu o corpo do homem, como um choque eléctrico, e eu "vi" que a vida deixava aquele corpo.
Acordei do sonho, num turpor amargo e distante. O silêncio compôs a realidade e a consciência. A luz do dia ainda estava longe.
Soltei o pensamento e ele pareceu dizer-me que o tempo, aquela suposta dimensão ainda não dominada pelo tempo, estivera na minha mão, controlada ao pormenor e ao segundo.
7 Comentários:
A tranquilidade ajuda. O amor do próximo dando-nos as mãos dá-nos força. Bem difícil viver sonhos assim.
Mas a realidade é bem pior.
Ainda bem que naquela madrugada foi só um sonho.
Recebe LUZ e PAZ.
E depois do sonho, vem o alivio do acordar, ou a pena tremenda de a noite ter chegado ao fim... Bj da Fernanda
Em sonhos as coisas às vezes até resultam. Mas e na realidade? Como é que nos libertamos de dúvidas, fantasmas, inseguranças para irmos seguindo em frente? Como é que temos certezas?
Diz-se que os sonhos são a mente a trabalhar no oculto das coisas que não queremos "ver" ou saber...
Será verdade?
Abraço :-)
Voltei, para dizer que a imagem é linda!
:-)
Há tanto tempo que não sonho e sabes, nem sempre consigo descobrir-lhes o sentido...são sempre muito estranhos, embora não sejam pesadelos.
Jinhos e obrigada pelas palavras deixadas lá em casa.
Nem sempre estas situações são só sonho, conhecia uma à poucos dias bem real, em que um jovem de 32 anos, morreu imediatmente ao chocar com um sobreiro.
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