Lisboa,

segunda-feira, maio 30, 2005

aljustrel


Boa noite, Aljustrel! Até breve, Aljustrel!
Três dias diferentes, no espaço onde outras paisagens surgem, Sol de Verão a aproximar-se, noites agradáveis, de brisas brandes. O Alentejo é mesmo assim, um pouco antes dos dias tórridos se abaterem sobre as planícies desprotegidas, a perder de vista.
Um pouco para cima, nas zonas eborenses, o verde das serras já prende a vista e já nos presenteia de cores mais garridas e frescas.
O distrito bejense despeja-se mais desse verde mas, nas extensas planuras, enche-nos o peito do cheiro do trigo, da cortiça e dos enchidos. Destapa-se de nuvens um céu azulado, cobre-se o solo de espigas douradas, e os sobreiros enfeitam os campos, respigados de montes, de gado, papoilas e girassóis.

O concelho de Aljustrel, situado no coração do Baixo Alentejo, ocupa uma área de 458 quilómetros quadrados, com cerca de 11 mil habitantes, distribuídos por cinco freguesias.
A vila é uma das mais antigas povoações de Portugal. Duas colinas, um vale e um passado milenar. Diz a história que se trata da cidade romana Vipasca, denominada Al-lustre pelos árabes, que D.Sancho II conquista para os portugueses em 1234 e D.Afonso III confere o Primeiro Foral em 16 de Janeiro de 1252.
Conhecida desde sempre pelas suas jazidas de minério, os indícios deixados fazem supor que alguma exploração tenha já sido efectuada 3000 anos antes de Cristo.
Mas é entre os séculos I e IV que os romanos dão início a explorações em larga escala. Antes de ser enviado para Roma, o minério era fundido no próprio local, deixando numerosos vestígios, principalmente na mina de Algares situada em plena vila de Aljustrel.
Após a ocupação romana, a exploração abrandou, naturalmente, e só em 1849 voltou a uma actividade mais intensa, de que os últimos anos 60 e 70 são exemplo.
Desde 1993, a actividade mineira é quase nula, as centenas de mineiros viram-se sem emprego, muitos foram reformados e só alguns se mantiveram trabalhando nas instalações. Ligada ao sector, nasceu uma fábrica de explosivos que se mantém na área da mina.
Presentemente, procuram-se soluções para a sua reabertura e, naturalmente, os diversos filões existentes no subsolo constituem um património importante para Aljustrel e para o País.
De um modo geral, a população da vila dedica-se ao comércio, à agricultura, silvicultura e pecuária.
Nos últimos anos, a existência do Pólo industrial, numa zona limítrofe, convidou ao aparecimento de pequenas indústrias que vieram proporcionar à actividade melhores condições para o seu desenvolvimento e expansão.
No plano social e cultural, Aljustrel não adormeceu, fazendo juz à criação duma biblioteca, dum Pavilhão Municipal de Desportos, piscinas, parque de exposições, museu, etc.. As actividades, durante o ano, são inúmeras, das quais se podem destacar a Feira de Abril, a Feira do Campo Alentejano, a Feira das Escolas, a Feira de Santo António, a Feira Nova, a Feira do Livro, as Festas dos Santos Populares, as Noites de Verão, o Festival de Jazz, os Encontros de Comunidades Mineiras, entre outras.
Nossa Senhora do Castelo é ex-libris da povoação e a Ermida, com toda a sua área envolvente, que inclui as ruínas do Castelo islâmico, foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1992.
A Igreja Matriz, construída no século XV, é um dos maiores templos portugueses de uma só nave, e o seu painel de azulejos, do século XVII, foi classificado como peça de extraordinário valor artístico.
A Igreja da Misericórdia é um monumento de estilo renascentista, também do século XVII.
À volta de Aljustrel existitam 15 moinhos de vento, a maior parte não recuperados, mas o de Malpique, que a Câmara Municipal renovou recentemente, constitui ponto de interesse turístico.
Ainda, como pontos de referência, as chaminés do século XIX, denominadas "Transtaganas", ligadas à exploração mineira, podem avistar-se nos Algares e na Herdade das Pedras Brancas, construções curiosas, cujo estado de conservação poderia ter sido muito melhor preservado.

4 Comentários:

At maio 31, 2005 12:04 da manhã, Blogger folhasdemim diz...

Há tanto tempo que não passo por lá... Beijos, Betty

 
At maio 31, 2005 12:47 da manhã, Blogger mdm diz...

Adoro moinhos e passo por lá sempre que vou visitar a Lua da próxima faço paro para os visitar!

 
At maio 31, 2005 1:04 da tarde, Blogger Conceição Paulino diz...

Só posso dizer obrigada por assim nos ofertares (a mim) um pouco do meu amado alentejo. Sou alentejana (de gema, de alma, coração e corpo). vivo e renasço na minah amada pátria k ao sul fica. Bj grande

 
At maio 31, 2005 8:06 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

De Aljustrel a Marvão deve ser perto (não sei, tenho que ver no mapa)e dia 18 à tarde é dia aberto no Campo de Golfe. Aparece...

 

Enviar um comentário

<< Home