darias um tiro na cabeça? - parte I
"Como posso morrer?" Bem, podia ter caído desse viaduto partido à beira do qual me postei, embriagado, sábado à noite, só para me exibir. Uau! Por que faço ainda coisas destas na minha idade? 'Para provar que tenho livre arbítrio.'
De vez em quando uma pessoa gosta de fazer qualquer coisa disparatada ou inesperada. Grande parte da vida é muito previsível, mas são os ziguezagos loucos que conferem à vida humana um travo peculiar. Não é realmente necessário fazer uma coisa estúpida e perigosa... Levar a nossa mulher a jantar fora quarta-feira à noite pode ser suficientemente invulgar.
Se, de facto, somos padrões espaço-tempo num universo-bloco, o futuro já existe. Estará isto em contradição com a ideia de que temos livre-arbítrio?
Na verdade, não. Quando digo que o futuro já existe, não estou a dizer que podemos prever o futuro. Quando vamos a meio de um livro policial, o final já lá está, impresso nas últimas páginas. Mas isto não significa que adivinhemos sempre como será o final. Sinto que a minha vida inteira existe como um todo intemporal. Mas isto não significa que possa prever com segurança o que vou escrever amanhã ou onde vou viver para o ano que vem.
Por vezes, quando tento explicar o espaço-tempo às pessoas, dizem-me: "Se és apenas um padrão no espaço-tempo e se o futuro já está determinado, por que não te matas e acabas com isso? Quer dizer, vais morrer de uma maneira ou de outra, não é? Por que não dás um tiro na cabeça?"
De vez em quando uma pessoa gosta de fazer qualquer coisa disparatada ou inesperada. Grande parte da vida é muito previsível, mas são os ziguezagos loucos que conferem à vida humana um travo peculiar. Não é realmente necessário fazer uma coisa estúpida e perigosa... Levar a nossa mulher a jantar fora quarta-feira à noite pode ser suficientemente invulgar.
Se, de facto, somos padrões espaço-tempo num universo-bloco, o futuro já existe. Estará isto em contradição com a ideia de que temos livre-arbítrio?
Na verdade, não. Quando digo que o futuro já existe, não estou a dizer que podemos prever o futuro. Quando vamos a meio de um livro policial, o final já lá está, impresso nas últimas páginas. Mas isto não significa que adivinhemos sempre como será o final. Sinto que a minha vida inteira existe como um todo intemporal. Mas isto não significa que possa prever com segurança o que vou escrever amanhã ou onde vou viver para o ano que vem.
Por vezes, quando tento explicar o espaço-tempo às pessoas, dizem-me: "Se és apenas um padrão no espaço-tempo e se o futuro já está determinado, por que não te matas e acabas com isso? Quer dizer, vais morrer de uma maneira ou de outra, não é? Por que não dás um tiro na cabeça?"
(Rudy Rucker in "A quarta dimensão")
10 Comentários:
Não dou um tiro na cabeça exactamente porque tenho direito ao meu futuro. Matar-me seria impedir o meu amanhã. Beijo grande :)
Concordo com a Carla
Todos os pequenos nadas dos dias nos enchem de prazer pela vida
O nosso livre abitrio passa por fazermos dos dias sempre algo melhor
Beijinho
Vim só deixar um olá. Volt com + tempo p/ ler. Vou "termar". Bjs e;)
Porque quem sabe, ele sabe que não vale a pensa, se não fôr a sua hora! Bj da Fernanda (adorei o texto!)
"Se és apenas um padrão no espaço-tempo e se o futuro já está determinado, por que não te matas e acabas com isso? Quer dizer, vais morrer de uma maneira ou de outra, não é? Por que não dás um tiro na cabeça?"
"Porque o sonho comanda a vida..."dizia o poeta/cantor. Nada mais a acrescentar. Fica bem,
Nós somos os padrões de espaço-tempo, porque fomos nós que os criámos, tentativa de tranformar a intemporalidade em temporalidade, o intangível em tangível.
Quanto ao futuro, este não depende do nosso livre arbítro, pois ainda não existe, tal como o passado que deixou de existir. Decidir sobre uma coisa inexistente é um paradoxo.
Um abraço.Augusto
Assim, de repente, te diria, que neste momento nunca daria um tiro na cabeça! Porque tenho todos os motivos para viver!
Amanhã...?
Espero pela II parte do teu texto, depois dar-te-ei a resposta...
Agora convido-te a dançar... nesta tarde de sol... (adivinha onde...)
Um abraço ;-)
Cada momento vivido devia ser tão saboreado...e porquê apressar um futuro se antes dele (passe o absurdo) podemos ter tantas surpresas fantásticas...Continuação de boa semana :-)
O futuro pode já estar escrito...nós é que desconhecemos...o desfecho, não é? Podemos até ter uma ideia...mas...podem ser falsos indícios...
Jinhos muitos, BShell
independentemente do futuro ou não ha o presente e esse tem que ser vivido!
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