Lisboa,

quarta-feira, maio 11, 2005

darias um tiro na cabeça? - parte II


Por vezes, quando tento explicar o espaço-tempo às pessoas, dizem-me: "Se és apenas um padrão no espaço-tempo e se o futuro já está determinado, por que não te matas e acabas com isso? Quer dizer, vais morrer de uma maneira ou de outra, não é? Por que não dás um tiro na cabeça?" A resposta é simples: "Porque não quero." Posso divertir-me a exagerar a escolha entre a vida e a morte, pondo-me de pé à beira de um abismo de 100 m, mas tenho um cuidado dos diabos para não cair.
Faz parte da natureza de uma planta crescer em direcção ao sol, dar flor e fruto. Faz parte da natureza de uma pessoa viver, amar e trabalhar. Com toda a probabilidade, não há uma grande "resposta" e a vida não tem outro significado que não seja ela mesma. Mas isso basta. Como diz Don Juan em Uma realidade diferente de Carlos Castaneda:

Escolho viver e rir, não porque isso interesse, mas porque essa escolha é a tendência da minha natureza... Um homem sábio escolhe um caminho com entusiasmo e segue-o... Dado nada ser mais importante do que tudo o resto, um homem sábio escolhe qualquer acto e age como se isso fosse importante para ele.

Aqui a ideia é que a nossa vida é um todo e o padrão geral é que conta. As anomalias inesperadas no padrão correspondem a lugares onde sentimos que estamos a tomar uma decisão recorrendo ao livre arbítrio.
Algumas pessoas levantam grandes objecções a este ponto de vista. Tão forte é a convicção da importância do seu livre arbítrio que sentem que o futuro não existe. Podem admitir que o passado existe, mas sentem que o universo-bloco é qualquer coisa que está a crescer à medida que o tempo passa.


(Rudy Rucker in "A quarta dimensão")

9 Comentários:

At maio 11, 2005 11:04 da manhã, Blogger Conceição Paulino diz...

E pq colide a noção do livre arbítrio com a de futuro? Boa semana:)

 
At maio 11, 2005 11:18 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Não, não daria com toda a certeza um tiro na cabeça. O destino é morrer, todos o sabemos, por isso prefiro ir vivendo, rindo, chorando, desfrutando do que a vida me vai oferecendo, rindo com os bons momentos, aprendendo com os maus. Não seria capaz de me atirar num abismo desses. Tudo tem o seu tempo. Até a morte. E essa não será concerteza a minha. Um beijo.

 
At maio 11, 2005 12:33 da tarde, Blogger trintapermanente diz...

já sinto a tua falta. sempre achei que ias comentar o meu post sobre Moser. Tens resposta a este tema no post anterior.

 
At maio 11, 2005 10:24 da tarde, Blogger lique diz...

Eu acredito firmemente no livre arbítrio. No futuro, também, só não num futuro já escrito. Beijos

 
At maio 12, 2005 6:59 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Belíssima conclusão, como seria de esperar. 'Porque eu não quero' :) Há lá razão mais forte do que esta? Beijo grande :)

 
At maio 12, 2005 10:31 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Porque faz parte da natureza amar, sorrir, trabalhar, divertir, não daria um tiro na cabeça.

 
At fevereiro 22, 2007 12:31 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

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At março 07, 2007 8:48 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

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