darias um tiro na cabeça? - parte II
Por vezes, quando tento explicar o espaço-tempo às pessoas, dizem-me: "Se és apenas um padrão no espaço-tempo e se o futuro já está determinado, por que não te matas e acabas com isso? Quer dizer, vais morrer de uma maneira ou de outra, não é? Por que não dás um tiro na cabeça?" A resposta é simples: "Porque não quero." Posso divertir-me a exagerar a escolha entre a vida e a morte, pondo-me de pé à beira de um abismo de 100 m, mas tenho um cuidado dos diabos para não cair.
Faz parte da natureza de uma planta crescer em direcção ao sol, dar flor e fruto. Faz parte da natureza de uma pessoa viver, amar e trabalhar. Com toda a probabilidade, não há uma grande "resposta" e a vida não tem outro significado que não seja ela mesma. Mas isso basta. Como diz Don Juan em Uma realidade diferente de Carlos Castaneda:
Faz parte da natureza de uma planta crescer em direcção ao sol, dar flor e fruto. Faz parte da natureza de uma pessoa viver, amar e trabalhar. Com toda a probabilidade, não há uma grande "resposta" e a vida não tem outro significado que não seja ela mesma. Mas isso basta. Como diz Don Juan em Uma realidade diferente de Carlos Castaneda:
Escolho viver e rir, não porque isso interesse, mas porque essa escolha é a tendência da minha natureza... Um homem sábio escolhe um caminho com entusiasmo e segue-o... Dado nada ser mais importante do que tudo o resto, um homem sábio escolhe qualquer acto e age como se isso fosse importante para ele.
Aqui a ideia é que a nossa vida é um todo e o padrão geral é que conta. As anomalias inesperadas no padrão correspondem a lugares onde sentimos que estamos a tomar uma decisão recorrendo ao livre arbítrio.
Algumas pessoas levantam grandes objecções a este ponto de vista. Tão forte é a convicção da importância do seu livre arbítrio que sentem que o futuro não existe. Podem admitir que o passado existe, mas sentem que o universo-bloco é qualquer coisa que está a crescer à medida que o tempo passa.
(Rudy Rucker in "A quarta dimensão")
9 Comentários:
E pq colide a noção do livre arbítrio com a de futuro? Boa semana:)
Não, não daria com toda a certeza um tiro na cabeça. O destino é morrer, todos o sabemos, por isso prefiro ir vivendo, rindo, chorando, desfrutando do que a vida me vai oferecendo, rindo com os bons momentos, aprendendo com os maus. Não seria capaz de me atirar num abismo desses. Tudo tem o seu tempo. Até a morte. E essa não será concerteza a minha. Um beijo.
já sinto a tua falta. sempre achei que ias comentar o meu post sobre Moser. Tens resposta a este tema no post anterior.
Eu acredito firmemente no livre arbítrio. No futuro, também, só não num futuro já escrito. Beijos
Belíssima conclusão, como seria de esperar. 'Porque eu não quero' :) Há lá razão mais forte do que esta? Beijo grande :)
Porque faz parte da natureza amar, sorrir, trabalhar, divertir, não daria um tiro na cabeça.
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Best regards from NY! » » »
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