Lisboa,

segunda-feira, outubro 17, 2005

milagres


"A Course in Milacles" diz que não há graus de dificuldade com os milagres. Isto porque, para Deus, nada é difícil. Todas as coisas são possíveis, e não meramente possíveis como também fáceis.
No entanto, apesar de não haver graus de dificuldade, há espécies e tamanhos diferentes. Existem milagres grandes e milagres pequenos. Há milagres rápidos e milagres que levam mais tempo. Há milagres que podem ser facilmente explicáveis, e milagres que não podem.
Nem todos os milagres se parecem com curas. Fred Ruth ficou curado, mas isso não deve levar outras pessoas a perguntar por que razão o seu ente querido não recebeu um "milagre" e morreu. Até a morte de uma pessoa pode ser um milagre, embora possa não ser a forma que desejaríanmos para o milagre.
A minha definição de milagre é "exactamente a coisa certa, da forma exactamente correcta, na altura exactamente certa." A história da separação do velho Sr.Colson do seu corpo é um explêndido exemplo. Como é também, de um modo menos dramático mas não menos perfeito, a história do homem que apanhou David Daniel naquela placa pedonal no meio da rede de auto-estradas da cidade de Nova Iorque.
Sempre que rezo por um milagre, para mim ou para outra pessoa, descubro que dá muita força e é muito reconfortante "deixar Deus decidir" a forma que o milagre vai ter. Utilizo estas palavras: "Isto era o que eu gostava, Deus, mas só se for para maior e melhor bem de todos os envolvidos. Por favor, Deus, faz o que for para maior e melhor bem. De toda a gente. Sei que o farás. Ámen."
Há vinte e cinco anos que utilizo esta oração e tem sido muito reconfortante. É a minha versão de "entregar-se e entregar a Deus".
Disse antes que quanto mais nos apercebermos de que os milagres acontecem todos os dias nas nossas próprias vidas, tanto mais milagres nos virão a acontecer. No entanto, muitos milagres passam despercebidos, sem serem reconhecidos como tal, por não serem considerados por nós "milagrosos".
Frequentemente não é o que aconteceu que é milagroso mas sim o momento em que aconteceu. O acontecimento pode ser facilmente explicado, mas o facto de ter acontecido quando aconteceu foi o que o tornou invulgar. E assim podemos não lhe chamar um milagre mas sim sincronicidade .
Muitas vezes o que é milagroso não é o que aconteceu ou quando, mas como. Uma série de acontecimentos totalmente explicáveis pode reunir-se de uma maneira particular, quase quixotesca, para produzir um resultado altamente improvável. Podemos não lhe chamar um milagre mas sim acaso feliz .
Por vezes o acontecimento que ocorre nas nossas vidas é totalmente explicável e nem o momento nem a forma como acontece são invulgares. Contudo o próprio facto de estar a acontecer, e a nós, é impressionante. Mesmo assim, podemos nem chamar a isso um milagre, mas sim sorte .
Muitos seres humanos darão todos os nomes que forem capazes de imaginar aos milagres de Deus excepto "milagre de Deus", porque não acreditam em Deus ou não acreditam em milagres - ou não acreditam que os milagres lhes possam acontecer. E, se não acreditarem numa coisa, não a verão como ela realmente é. Porque crer é ver. Não é o contrário.
É precisamente por esta razão que podem não se ver a si próprios como Quem Realmente São. Nem sequer sabem que o vosso Eu é um milagre. No entanto, é isso que vocês são. Um milagre em curso. Porque ainda estão longe de ter terminado e Deus nunca termina convosco.

(Neale Walsch in "Momentos de Graça")

4 Comentários:

At outubro 17, 2005 8:12 da tarde, Blogger Su diz...

gostei do que li, interessante este texto sobre os milagres.
não creio, teria de crer em Deus antes de tudo....para que o milagre fosse explicavel!
chamarei tb sincronicidade; acaso, sorte....sei lá...mas não milagre..

jocas maradas sem milagres

 
At outubro 17, 2005 11:29 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

Interessante de ler este - milagres. Beijinhos.

 
At outubro 18, 2005 10:31 da tarde, Blogger Maria Carvalho diz...

Um texto interessante, para pensar. Beijos

 
At outubro 20, 2005 5:36 da tarde, Blogger Adriano Quadrado diz...

Minha compreensão de Um Curso em Milagres é outra. Os milagres não são fáceis porque para Deus tudo é fácil. O que o livro diz é que este nosso mundo é simplesmente irreal. Se é irreal, que dificuldade haveria em mudar-lhe as feições com um assim chamado "milagre"?
Uma analogia explicará melhor. Se tomamos um sonho que temos à noite, há algum fato dentro do sonho que seja mais difícil de realizar do que outro? Num sonho, é mais difícil andar em linha reta do que saltar uma muralha de cinco metros?
É isso o que o livro quer dizer quando atesta que não há grau de dificuldade nos milagres, pois nada real pode ser ameaçado e nada irreal existe.

 

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