Lisboa,

terça-feira, novembro 22, 2005

bocado de hoje: há mais vida!


Dizia "alguém" há um tempo: "Volvido um ano, o sofrimento permanece mas, serenou. Só eu sei que juntamente contigo, morreu também uma parte de mim..."
É verdade que uma paixão pode desencadear estados assim e até com consequências muito mais graves e dolorosas. Só que a vida não vai parar por isso. O trânsito vai continuar caótico, a telenovela vai estar no ar, a lotaria torna a "andar à roda" e o quiosque lá em baixo continua a vender jornais e revistas.
Passado um ano, uma pessoa, homem ou mulher, não deve ainda sofrer por uma relação que acabou há tanto tempo. O mundo não pode desabar só porque se "perde" o namorado, ou o marido, ou um amigo mais íntimo.
Ninguém pode deixar "morrer" uma parte de si, só porque um qualquer amor acabou!
Há mais homens, há mais mulheres, há mais amores, há mais vida pronta para quem queira vivê-la!
A ilusão é responsável por aquilo que pensamos ser a "única" realidade. Os nossos sentidos "obrigam-nos" a ver somente o "sonho" do dia-a-dia. A consciência de que podemos sentir o mundo "acima da ilusão" não é fácil de entender. Mas já não é difícil de aceitar que todos temos momentos íntimos que nos deixam vislumbrar qualquer coisa de "diferente" daquilo a que nos habituámos a experimentar na vida.
Ninguém deveria ficar indiferente a "algo" que poderá existir fora do contexto "desta" realidade. Questionar é, e será sempre, uma forma de evolução. Nenhum poder instituído, que governa um país pela força, permite que os seus habitantes questionem o que quer que seja. Acontece o mesmo na religião, onde o crente terá que obedecer a princípios instituídos, e onde questionar não convém absolutamente nada aos "donos da verdade"...
Compete a cada um de nós a entreajuda para que os "mais esquecidos" se lembrem que a raça humana está a ser encurralada pelas "verdades" que fazem de si um ser inferior. O avanço da ciência e da tecnologia não pode adiantar-se demasiado ao avanço espiritual. Sob pena de se fazer tarde para a inevitável paragem.
Somos um corpo único, somos um espírito único, agindo individualizado nesta vida terrena. Tudo o que fazemos tem um reflexo no contexto global.
Sabermos usar o poder que nos foi conferido é o grande desafio que temos pela frente.

13 Comentários:

At novembro 22, 2005 10:43 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Somos um pouco num todo, que por vezes nos abafa com os seus gestos e atitudes. Mas com o nosso pouco seremos o contributo para algo melhor, quem sabe. Bonitos textos que tem vindo a postar, essencialmente deixam-nos uma reflexão. Beijinhos.

 
At novembro 22, 2005 11:47 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Já passaram alguns anos, ou será que foram apenas horas? Nada se resume ao tempo, mas à forma como o vivemos, sobretudo cm o sabemos viver.Eu sorrio até porque a dor, hoje, é outra, mas estou ainda tão longe de poder secar as lágrimas, ainda que bem escondidas.Fica bem,

 
At novembro 22, 2005 12:50 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

Como concordo contigo sobre o avanço da ciência e da tecnologia não poderem andar adiante do avanço espiritual. Como é bom passar por aqui e novamente fazer uma leitura que fala diretamente à alma. Beijinhos,
Jo

 
At novembro 22, 2005 4:34 da tarde, Blogger vero diz...

concordo plenamente! Quando se sofre profundamente, seja qual for a causa do nosso sofrimento, por mais que não se queira acabamos absorvidos por esse sentimento de dor...achamos que nada mais nos importa, que a vida já não tem o mesmo valor que tinha antes...que de nada mais nos serve continuar a viver esta nossa vidinha que por vezes até aqui a considerávamos "razoável" ou "aceitável"...mas que agora é uma vida "inutil" sem qualquer fundamento... acabamos por nos afundar na própria dor e por vezes o emergir torna-se extremamente difícil... Gostei deste seu texto. Gostei muito de ler!

Beijinhos***

 
At novembro 22, 2005 6:37 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

Eu até concordo, e também "já la estive" de uma forma demasiado dolorosa... parece mesmo que o mundo vai acabar e que parte de nós morreu. Mas na realidade, morreu mesmo, porque outras partes acabam por se dar vida. E a outra, ficou, conforme a sentimos, morta. Mas com o tempo, já nao doi. Apenas se recorda, de tempo em tempo.
No entanto, o facto de se sofrer vem da algo que ja foi bom. E é bom estar vivo e poder sentir, sentir assim, tao intensamente.
Beijinhos e obrigado pelas palavras lindas no meu cantinho.

Blue Butterfly
http://buterfly.blogs.sapo.pt/

 
At novembro 22, 2005 8:39 da tarde, Blogger Su diz...

concordo contigo qd dizes q o mundo não acaba, q continua a girar...

mas acho q a dor qd se instala, ou qd de algum modo perdemos o "equilibrio" as coisas não são assim tão faceis de serem vividas.... mto menos pensadas

há q dar tempo ao tempo

as pessoas diferentes e os tempos para casa uma delas é diferente, tal como a intensidade da dor

a depressão existe, a ansiedade existe, a logica tb existe, tal como a realidade, mas a nossa cabeça é mto mais complexa q tudo isso e mtas vezes somos nós q a complexamos, mas na verdade tdo isso é sentido com mta dor

gostei de ler-te

jocas maradas

 
At novembro 22, 2005 10:06 da tarde, Blogger Carla diz...

Quando se trata de sentimentos é sempre muito complicado, para uns pode ter passado um ano, para outros esse mesmo ano, assume a forma de ter passado apenas algumas horas...
E a dor embora menor continua lá, muitas vezes deixando marcas para a vida...
Bjx

 
At novembro 22, 2005 10:15 da tarde, Blogger ¦☆¦Jøhη¦☆¦ diz...

Falando por mim mesmo... e hoje, já passados alguns meses, ainda tenho momentos em que recordo aquilo que perdi... são aqueles momentos que surgem assim de súbito e se instalam na minha mente, e fazem-me pensar no que deveria esquecer. Na altura foi muito dificil para mim suportar a perca, até posso dizer que entrei neste mundo dos blogs por isso... ainda hoje se nota muitas vezes esse tom de dor na minha escrita, mas eu não creio, apesar de tudo isso, que parte de mim tenha morrido há uns meses atrás. Não! Eu creio é que esse acontecimento foi mais um factor de aprendizagem e de crescimento pessoal. Claro que na altura, não via as coisas assim desta forma, muito pelo contrário, por muito tempo achei que o meu valor deveria ser realmente muito reduzido, que jamais voltaria a sentir o mesmo. Hoje estou mais ciente do meu valor e aprendi a reagir de outra forma mais cautelosa. No fundo hoje eu acredito novamente em mim.

Muito obrigado por este post... fez-me ter um momento de reflexão, momentos que eu sempre valorizo.

Um abraço, João.

 
At novembro 22, 2005 10:55 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

Sentimentos, há dias que não queria saber o que é o sentir, que não queria saber o que é amor, assim era qualquer coisa indefinida a dor...

Bjk

 
At novembro 22, 2005 11:50 da tarde, Blogger Fragmentos Betty Martins diz...

Olá Amaral

Os sábios da Antiga Grécia costumavam ensinar filosofia a astronomia aos seus alunos. Os estadistas de vistas mais curtas perguntavam-lhes porque é que desperdiçam tempo a ensinar um pensamento tão abstracto aos jovens.

E os sábios respondiam:

“Os alunos que se limitam a estudar questões práticas não desenvolvem uma visão suficientemente ampla, que vá além deles. Temos que puxar por eles e deixá-los desconfortáveis para que transcendam o seu domínio normal de raciocínio”

As coisas teóricas e abstractas são tão essenciais para uma vida gratificante como as coisas práticas e concretas. Têm a ver com a imortalidade que motiva e expande o mortal.

A vida não é como um jogo: ora se perde ora se ganha, não!

A vida é uma constante mutação. Por vezes a dor e os nossos “olhos” não nos deixam “ver” tal como ela é.

Beijinhos

 
At novembro 23, 2005 12:03 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

infelizmente, nem todos nós contrinbuímos positivamente para aquilo a que chamas de "contexto global"!

 
At novembro 23, 2005 12:06 da manhã, Blogger lena diz...

concordo plenamente

ficar agarrada a quê, se acabou?

a vida continua
e sim "
Somos um corpo único, somos um espírito único, agindo individualizado nesta vida terrena"

tenho razão quando digo que aqui venho pensar um pouco e refletir em tudo o que escreves

beijinhos

lena

 
At novembro 23, 2005 4:12 da tarde, Blogger Poesia Portuguesa diz...

Um belo texto para reflectir. Gostei muito.

Um abraço ;)

 

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