dia diferente
Há já um tempão que não passávamos um dia juntos, só os três. Será que isso aconteceu alguma vez?...
Antes do mais, quero dizer-vos que adorei. Foi um dia diferente, ambos muito bem comportadinhos (salvo um ou outro instante), brincámos, passeámos, comemos, falámos e nem demos pelo tempo passar.
Antes do mais, quero dizer-vos que adorei. Foi um dia diferente, ambos muito bem comportadinhos (salvo um ou outro instante), brincámos, passeámos, comemos, falámos e nem demos pelo tempo passar.
Que rica ideia a vossa mãe "lembrar-se" da série de afazeres com que se tinha comprometido e "ir à sua vida", aproveitando eu estar ali para nos deixar livres, pra fazermos o que quizéssemos. Boa!!! Vamos jogar à bola, não, primeiro vamos ao jogo do galo, não, vou-te mostrar os meus action man, olha a minha bateria tá quase partida aqui, eh, olha o que vamos pedir ao Pai Natal, queres ver a minha garganta?, eu estou doente da minha barriga...
Assim, tudo de rompante, não foi possível atender aos seus gritos, com correrias pra cá e pra lá, com um brinquedo na mão e logo a seguir no chão, saltos prá cama, eu é que sei, eu faço primeiro, anda cá ver isto, mas eu não tenho o pokemon, esta Nancy traz ums sapatinhos mas aquela não...
Ok! Vamos fazer uma coisa! Aí, o silêncio caíu repentinamente como se um Pai Natal tropeçasse no trenó e se tivesse estatelado, mesmo, mesmo à nossa frente; ou como se uma princesa se tivesse ali materializado naquele instante; ou como o Batman surgisse dum buraco no chão.
Reposta a ordem, começámos: jogo do galo, com pontuações a sério e alguma batota no meio; desenhos e palavras (melhores estas que aqueles); duas cartas escritas a rigor pró Pai Natal das prendas. Como o yogurte e o pêro cozido já eram do passado e a fome já dava outro sinal, toca a preparar o almoço. Quando me apercebi, a cozinha havia ganho vida própria. Toalhas na mesa, copos e pratos e talheres, o mais pequeno com o tacho do esparguete nas mãos, ela enchendo os copos com a bebida (só água, porque não havia sumos...), e a única coisa que eu encontrei disponível foi agarrar-me à frigideira dos bifes já preparados, porque tudo o mais "já era", que é como quem diz, estava tudo feitinho! Ele já havia enchido o seu prato de esparguete, ela já ligara o micro-ondas, e eu... distribuí os bifes! Um almoço "à maneira", rápido, eficaz.
No final, coube-me a tarefa de "arrumar" tudo na máquina porque, naquela altura, vi-me sozinho!
Eu vou tomar um café, quem quer vir comigo?... Eh, boa!... Mais algazarra, ele meio-vestido corre para os tenis, ela "dispara" pró quarto, tira o pijama, escolhe calças e camisola e, em poucos minutos, kispos vestidos, com a porta da saída a um metro. Faltou atar os cordões do Gui. Porque a Bia, solícita e despachada, foi a uma gaveta e trouxe um molho de chaves: pra fechar a porta à saída e podermos entrar quando voltássemos.
Os três no carro, aproveitámos para meter gasolina. Ambos ajudaram a procurar um lugar para estacionar e ela "escolheu" o café para nos sentarmos um bocadinho. Eu tomei a minha bica, ele atirou-se ao bolicau e ela preferiu o chupa. Os três de mãos agarradas, pelo passeio, sempre a pularem, a Bia ia soletrando e lendo os nomes das ruas, letreiros e tudo onde aparecessem palavras; ele escolhendo andar em cima dos muros mais baixos. Preferências!
Entrámos numa loja de brinquedos e aí quase que os perdi de vista. Mas, no problem, umas cartas do Yu-Gi-Oh, mais um brinquedo pra ele e outro pra ela, e ali estavam eles, alinhados ao balcão, pró respectivo pagamento. Tudo como num texto bem elaborado.
De volta ao carro, resistiram à tentação de rasgar ali mesmo na rua as caixas que prendiam os brinquedos escolhidos, e os três de volta a casa, que a tarde já estava em marcha...
Assim, tudo de rompante, não foi possível atender aos seus gritos, com correrias pra cá e pra lá, com um brinquedo na mão e logo a seguir no chão, saltos prá cama, eu é que sei, eu faço primeiro, anda cá ver isto, mas eu não tenho o pokemon, esta Nancy traz ums sapatinhos mas aquela não...
Ok! Vamos fazer uma coisa! Aí, o silêncio caíu repentinamente como se um Pai Natal tropeçasse no trenó e se tivesse estatelado, mesmo, mesmo à nossa frente; ou como se uma princesa se tivesse ali materializado naquele instante; ou como o Batman surgisse dum buraco no chão.
Reposta a ordem, começámos: jogo do galo, com pontuações a sério e alguma batota no meio; desenhos e palavras (melhores estas que aqueles); duas cartas escritas a rigor pró Pai Natal das prendas. Como o yogurte e o pêro cozido já eram do passado e a fome já dava outro sinal, toca a preparar o almoço. Quando me apercebi, a cozinha havia ganho vida própria. Toalhas na mesa, copos e pratos e talheres, o mais pequeno com o tacho do esparguete nas mãos, ela enchendo os copos com a bebida (só água, porque não havia sumos...), e a única coisa que eu encontrei disponível foi agarrar-me à frigideira dos bifes já preparados, porque tudo o mais "já era", que é como quem diz, estava tudo feitinho! Ele já havia enchido o seu prato de esparguete, ela já ligara o micro-ondas, e eu... distribuí os bifes! Um almoço "à maneira", rápido, eficaz.
No final, coube-me a tarefa de "arrumar" tudo na máquina porque, naquela altura, vi-me sozinho!
Eu vou tomar um café, quem quer vir comigo?... Eh, boa!... Mais algazarra, ele meio-vestido corre para os tenis, ela "dispara" pró quarto, tira o pijama, escolhe calças e camisola e, em poucos minutos, kispos vestidos, com a porta da saída a um metro. Faltou atar os cordões do Gui. Porque a Bia, solícita e despachada, foi a uma gaveta e trouxe um molho de chaves: pra fechar a porta à saída e podermos entrar quando voltássemos.
Os três no carro, aproveitámos para meter gasolina. Ambos ajudaram a procurar um lugar para estacionar e ela "escolheu" o café para nos sentarmos um bocadinho. Eu tomei a minha bica, ele atirou-se ao bolicau e ela preferiu o chupa. Os três de mãos agarradas, pelo passeio, sempre a pularem, a Bia ia soletrando e lendo os nomes das ruas, letreiros e tudo onde aparecessem palavras; ele escolhendo andar em cima dos muros mais baixos. Preferências!
Entrámos numa loja de brinquedos e aí quase que os perdi de vista. Mas, no problem, umas cartas do Yu-Gi-Oh, mais um brinquedo pra ele e outro pra ela, e ali estavam eles, alinhados ao balcão, pró respectivo pagamento. Tudo como num texto bem elaborado.
De volta ao carro, resistiram à tentação de rasgar ali mesmo na rua as caixas que prendiam os brinquedos escolhidos, e os três de volta a casa, que a tarde já estava em marcha...
Não vás subir as escadas! Pois não porque, afinal, o Gui chamou o elevador e a Bia mandou-o subir. Ah, vocês têm elevador???... Eles riram, porque saber mais que os mais velhos é risota da pequenada!
O resto do dia terá que ser mais rápido de contar, porque a noite surge muito depressa quando o Dezembro está a um par de semanas de distância. Com as cartas foi um fartote, com o joguinho da Bia foi uma descoberta atrás de outra. Depois, jogou-se à bola dentro de casa (coisa inevitável, mas que só com muito esforço e diplomacia deu unicamente pra desarrumar sem partir nada...), fizeram-se os trabalhos da escola, bateram-se "umas chapas" com a digital, em poses únicas e estapafúrdias, foi o game boy, foi o jogo do galo de novo, foi o tamagotchi, foram as novidades da escola, os namorados e as namoradas...
... e a mãe a voltar e a noite a chegar!
Obrigado, Bia e e Gui! Foi um dia diferente! Não para recordar mais tarde com uma lágrima ao canto do olho. Para recordar hoje e amanhã com prazer e alegria.
Aqui, só o agora pode ter um valor absoluto. Só agora e aqui podemos ter a experiência que desejamos vivenciar.
A felicidade é o conjunto de todas as pecinhas dum puzzle que se constrói. São pequenos momentos que se agregam, a pouco e pouco. É isso a felicidade. E como é também um estado de ser, posso dizer que sou feliz, nada arrependido de alguma coisa que tivesse feito, porque vou construindo o meu puzzle com muita alegria interior, ainda que com pouca gente ao meu redor.
O resto do dia terá que ser mais rápido de contar, porque a noite surge muito depressa quando o Dezembro está a um par de semanas de distância. Com as cartas foi um fartote, com o joguinho da Bia foi uma descoberta atrás de outra. Depois, jogou-se à bola dentro de casa (coisa inevitável, mas que só com muito esforço e diplomacia deu unicamente pra desarrumar sem partir nada...), fizeram-se os trabalhos da escola, bateram-se "umas chapas" com a digital, em poses únicas e estapafúrdias, foi o game boy, foi o jogo do galo de novo, foi o tamagotchi, foram as novidades da escola, os namorados e as namoradas...
... e a mãe a voltar e a noite a chegar!
Obrigado, Bia e e Gui! Foi um dia diferente! Não para recordar mais tarde com uma lágrima ao canto do olho. Para recordar hoje e amanhã com prazer e alegria.
Aqui, só o agora pode ter um valor absoluto. Só agora e aqui podemos ter a experiência que desejamos vivenciar.
A felicidade é o conjunto de todas as pecinhas dum puzzle que se constrói. São pequenos momentos que se agregam, a pouco e pouco. É isso a felicidade. E como é também um estado de ser, posso dizer que sou feliz, nada arrependido de alguma coisa que tivesse feito, porque vou construindo o meu puzzle com muita alegria interior, ainda que com pouca gente ao meu redor.
12 Comentários:
...estava a ler-te e estava a imaginar o stress...mas realmente são das coisas melhores que existem...partilhar momentos destes com as crianças...ainda mais se forem filhos...
Bjos.
Delicioso!!! Mas que avô tão curtido!! ;) Realmente parece ter sido um dia em cheio. Também adoro passar tempo com as minhas sobrinhas (especialmente tempo de qualidade), mas nem sempre é fácil... :)
Acho muito bem, dar valor ao Aqui e Agora! Eu aprendi essa lição há bem pouco tempo... o dia de amanhã ninguém o sabe...
Beijinhos para o avô ternurento***
Que dia bem gostoso! E eu, tive muito gosto ao ler. Beijo,
Jo
delicioso o dia que tão deliciosamente conseguiste fazer-me sentir!
Que dia lindo!
Sabem tão bem essas coisas pequeninhas que afinal são tão plenas :)
beijinho
avós e netos....é tão bom. É uma alegria e um contentamento tão profundo, tão fundo e terno...E dizes-lo tão bem. Obrigada. Bj de luz e paz e bom f.s
Olá Amaral
Belos momentos! "andei por aí a brincar e a passear com vocês"
Um dia bem passado :)
Desejo que esses momentos se repitam muitas vezes, (antes que os passarinhos lhes cresçam as asas e voem).
beijinhos
muito bem.. avô bem atencioso..bjinhos
Bom dia Amaral !
Foi na leitura de teu dia diferente que me inspirei para compartilhar esta gracinha convosco. Have fun !
Beijinhos,
Jo
http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/aquarela.htm
Fiquei deliciada a ler-te! Um dia maravilhoso como não podia deixar de ser com essas crianças maravilhosas que aí tens!
Um abraço a todos ;)
Quase me senti ao teu lado, de mão dada com as crianças, pulando e saltando vendo os sorrisos cûmplices de uma dia inesperado. Conheces "O Meu Pé de Laranja Lima" do José Mauro de Vasconcellos? Fizeste-me lembrar o "Portuga" ... Fica bem,
Está belíssimo este texto! Fiquei com umas lágrimas nos olhos. Muito bonito. Beijos
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