Lisboa,

quarta-feira, novembro 16, 2005

...do único momento


Ainda há pouco li o post da Ana Paula em que ela, numa frase, falava do seu momento especial. Também no meu curto comentário eu fiz ênfase àquele seu momento, ao momento que é o momento de cada um, ao momento da Criação, ao momento único da Vida.

Quando nos empenhamos profunda e plenamente no momento que "temos na frente", com todos os nossos sentidos empenhados no significado pleno que dele emana, podemos ter a certeza que, em consciência, participámos numa partilha gloriosa e sublime.

Há um exemplo que Chopra descreve no seu "Livro dos Segredos" com muita sabedoria:
"Tomemos o modo como três pessoas poderão ver o pôr-do-sol. A primeira pessoa está obcecada com um negócio e nem sequer vê o pôr-do-sol, embora os seus olhos estejam a registar os fotões que caem nas suas retinas. A segunda pessoa pensa, "Belo pôr-do-sol. Há já algum tempo que não tínhamos um assim.". A terceira pessoa é um artista que começa de imediato a desenhar a cena. As diferenças entre as três são que a primeira pessoa não enviou nada e não recebeu nada de volta; a segunda deixou que a sua consciência pura recebesse o pôr-do-sol mas não tinha qualquer consciência pura para lhe devolver - a sua resposta foi mecânica; a terceira pessoa foi a única que completou o círculo: pegou no pôr-do-sol e transformou-o numa experiência criativa que devolveu a sua consciência pura ao mundo com algo para dar.
Se quisermos sentir a vida plenamente, temos de fechar o círculo."

Estarmos em sintonia com a beleza das coisas e das pessoas dá-nos a oportunidade de darmos e recebermos em troca. Conhecermos ocasionalmente um estranho pode proporcionar-nos uma troca de sentimentos, ainda que conscientemente nos pareçam sem significado.

6 Comentários:

At novembro 16, 2005 9:32 da manhã, Blogger Conceição Paulino diz...

vir a esta tua casa é sempre um respirar fundo e ligarmo-nos ao todo.Bjs d eluz e paz :)

 
At novembro 17, 2005 12:00 da manhã, Blogger Ana Abreu diz...

Bem...que lindo post!
Gostei mto e fez-me reflectir...

Obrigada por este post :)


Bjs

 
At novembro 17, 2005 1:14 da manhã, Blogger Eli diz...

Muito bem!
Muito bonita esta forma de ler as pessoas... às vezes esquecemo-nos de fechar círculos, ou simplesmente de olhar à volta com olhos de ver...
Acho que até absorvo bastante e partilho a natureza :)
Devo ter fechado alguns círculos, mas houve quem não os quisesse fechar também e mos mantesse em aberto...

:)

 
At novembro 17, 2005 11:55 da manhã, Blogger Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes diz...

Olá amigo, venho cá muitas vezes, porque tu transmites força, e dás muito energia a quem te lê com o coração. Beijinhos para ti

 
At novembro 17, 2005 5:18 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

Amaral,
Muito obrigado pela tua visita e pelo teu comentário muito oportuno e cheio de verdades, obviamente concordo contigo no que se refere ao aprendizado, no entanto a expressão que usei para comentar a frase de Paulo Coelho, foi literalmente no verdadeiro sentido da perca de alguém, pois normalmente só depois de perdermos alguém é que a sabemos valorizar o que perdemos, e mesmo que o arrependimento "mate", muitas vezes temos que ficar com o sabor a fel, porque num relacionamento,
muitas vezes não se consegue recuperar o que já se perdeu...
Confesso que me perco no teu blog, na força das tuas palavras sempre sábias e oportunas, e que "tocam" em cada uma das pessoas, nem sempre comento, no entanto leio.
Reitero os meus agradecimentos e os do João, pela tua visita ao nosso humilde blog.
Fica bem.
Bjx
2005/11/15

 
At novembro 17, 2005 8:50 da tarde, Blogger DaJe diz...

Há uma frase a que acho muita piada: "Viver sem amigos é como tentar tirar leite de um urso para o café da manhã. Dá muito trabalho e não vale à pena. (Zora Neale Hurston)". E penso que é mesmo assim, do que vale andarmos nesta vida a preocuparmo-nos com coisas supérfulas e desnecessárias quando o mais importante são as relações humanas que se estabelecem, os laços, as empatias, os ciclos...
Como adoro ler os seus textos. E reparo que o Amaral se mantém fiel às suas leituras (bastante interessantes, diga-se).
Beijinhos***

 

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