Lisboa,

terça-feira, junho 13, 2006

eugénio de andrade

Na madrugada do dia 13 de Junho de 2005, falecia Eugénio de Andrade, na sua casa do Porto, de onde se avistava o Douro a entrar no mar...
Um ano depois, o poeta respira connosco a sua obra, esteja ele onde estiver.


Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.


O amor
é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz.


Levar-te à boca,
beber a água mais funda do teu ser
se a luz é tanta,
como se pode morrer?

3 Comentários:

At junho 15, 2006 12:01 da tarde, Blogger lena diz...

Eugénio de Andrade continua vivo entre nós através da sua bela poesia

bem lembrado aqui Amaral

beijinhos meu amigo

lena

 
At junho 16, 2006 2:35 da tarde, Blogger Melissa diz...

Descubro aos poucos os poetas portugueses e estou gostando muito!

 
At junho 16, 2006 10:26 da tarde, Blogger Dulce Gabriel diz...

Também me lembrei.
E você,não vém á festa da cereja?
Um abraço.

 

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