Lisboa,

quinta-feira, julho 27, 2006

não sei o que me trouxe aqui

O Sol espreguiça-se ao amanhecer
e sobe alto
aquecendo e iluminando o dia
mas os farrapos de uma nuvem mais teimosa
aliam-se à brisa que o rio vai suavizando.

Não sei o que me trouxe aqui
nem o que devo e que não devo.

Passam turistas, brincam pardais
num quadro de silêncio que me enche os sentidos.

Vazio, solidão, relva verde que secou.

Uma jovem oriental senta-se a meu lado,
sem que o pressinta.
Três minutos depois retira-se, sem uma palavra,
deixando ao meu redor
um pouco da sua energia retemperadora.

(Amaral Nascimento)