Lisboa,

terça-feira, março 27, 2007

pedido a um anjo - II


Aqui está mais uma questão para você ponderar.
Qual é a diferença entre o mecanismo que governa em si toda essa inspiração e expiração, e o mecanismo de todos os outros seres humanos deste planeta?
Obrigado.
Era aí que eu queria chegar.
Não diferença.
Os eus superiores das pessoas são tão semelhantes, em termos de propósito e de consciência, quanto os seus "eus inferiores" aparentam ser diferentes.
Muito bem. Continue a reparar nessa preciosa respiração que entra e sai. Faça-o de forma lenta e suave.
E deixe-me colocar-lhe outra questão.
Qual é a diferença entre a força que impele a sua respiração e a força que mantém este planeta a rodar sobre o seu eixo enquanto gira interminavelmente em torno do Sol?
Mais uma vez, obrigado.
Agora estamos a chegar a algum lado.
Há uma força muito grande dentro de si.
E, em última análise, não está dentro de si.
Você está dentro dela.
Vamos continuar a respirar.
É altura de reflectir sobtre outra coisa.
Pense, por favor, numa árvore.
Uma grande e bela árvore com um tronco direito, ramos altos e muitas folhas.
Imagine, por uns instantes, que é apenas uma folha daquela árvore - uma folha pequena mas que quer ser tão verde, tão brilhante, tão saudável e "no lugar próprio" quanto possível.
Você está sozinho nesse feito?
Não.
Tem o apoio de toda a árvore.
As outras folhas em seu redor podem estar demasiado ocupadas a concretizar o seu próprio potencial para lhe darem muito mais do que um pouco de "compromisso social", mas o ramo quer o melhor para si. E o tronco está mesmo por detrás dele. Tal como as raízes.
Eles proporcionar-lhe-ão, na medida das suas posssibilidades, tudo aquilo de que precisa para se tornar o melhor que puder ser.
Muito bem. Continue a respirar.
Você não é uma folha. Nem é uma árvore.
Mas estamos a chegar a algum lado.
A algum lado importante.
Respire outra vez e, mentalmente, dê mais uma vista de olhos à árvore. Pense nas raízes que se afundam nas profundezas do solo.
Farão parte da terra ou estarão separadas dela?
Esqueça tudo o que aprendeu nas aulas de biologia ou de horticultura. Há uma distinção técnica entre o fim da raíz e o início da terra... mas, na sua essência, são uma única entidade - tal como o são todas as coisas à superfície deste planeta, e que dele fazem parte.
Dê apenas um pequeno passo de imaginação criativa e visualização cósmica... e respire mais uma vez.
Respire de novo. Profundamente, por favor.
Quero levá-lo às entranhas da terra.
E quero que coloque a si próprio uma das mais importantes perguntas que um ser humano pode fazer.
O que é este planeta em que vive?
É algo separado de si?
Ou você faz parte dele?
Se faz parte dele...
... talvez deva conceber toda a Terra como um único organismo vivo. Tal como a árvore com os seus ramos e as suas folhas.
As folhas podem pensar que são "entidades independentes", mas também se encontram unidas ao resto da planta.
As pessoas da Terra podem ver-se a si próprias como separadas do planeta e das outras pessoas, mas estão fisicamente ligadas ao planeta e, consequentemente... a todas as outras criaturas que nele habitam.
Respire outra vez. E reflicta no seguinte.
A Terra não passa de uma minúscula bola de pedra num cosmos de dimensão infinita.
Contudo, faz tanto parte desse cosmos como qualquer outro planeta, lua, cometa ou estrela.
E, por isso, tal como consegue pensar nesta Terra como um grande organismo vivo, também pode pensar no cosmos da mesma maneira.
Se todo o cosmos é uma única e enorme entidade, quem pode dizer onde se encontra a sua parte mais (ou menos) importante?
Respire mais uma vez.
E mais uma.
E agora, embora eu saiba que acabámos de passar muito tempo a comunicar um com o outro, gostaria de me apresentar formalmente.
Eu sou você. Você é eu. Nós somo-nos um ao outro. Eu sou uma parte de si que nunca nasceu e, por isso, nunca pode morrer. Eu sou uma parte de si que existe desde sempre e, dessa forma, nunca deixa de existir. Sou aquilo a que algumas pessoas chamam o seu superior. Outras podem dizer que sou o seu verdadeiro eu. Sou a energia divina que pulsa através do seu ser a cada respiração. Não sou a sua personalidade, o seu corpo nem mesmo o seu coração. Sou a sua consciência. Sou a parte de si que está "consciente de si própria". E também sou a parte de si que tem consciência desta ligação com todas as outras coisas vivas neste planeta e, na verdade, neste Universo.
Respire, por favor.

(Jonathan Cainer in Encomendas ao cosmos)

5 Comentários:

At março 27, 2007 10:30 da manhã, Blogger Brisa do Mar diz...

É a harmonia entre os nossos Eus que nos faz entender o sentido da vida. Com menos competição e mais cooperação o mundo iria ser um sitio bem melhor...
Como a árvore, precisamos de cooperar para um fim comum...
Bom dia para ti...

 
At março 27, 2007 11:36 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Visitar o teu blog é uma forma de aprendizagem constante :)
Deixo um beijito.

 
At março 27, 2007 11:43 da manhã, Blogger Jonice diz...

Desejo-te um dia com ótimos respirares! Com a leitura que acabo de fazer, o meu tem tudo para ser ótimo também.
Beijinho

 
At março 27, 2007 9:36 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

caro amaral. gostava de lhe contar uma coisa. não tem nada a ver com o blog. é assim uma espécie de um segredo que lhe venho contar. tem uma fotografia dos seus olhos no seu perfil. e sempre me transmitiu serenidade. não sei bem porquê. a doçura inexplicável das coisas. e ontem pensei em si. tinha na minha frente o dr amaral. é só um nome igual. sei bem. mas os olhos eram inexpressivos. então fiz de conta que eram os seus. e ajudou-me a passar. vim cá agradecer-lhe esta presença. boa noite e um beijinho.

 
At março 27, 2007 11:56 da tarde, Blogger Maria Carvalho diz...

Sempre um prazer passar aqui e ler o que partilhas connosco. Beijos.

 

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