Lisboa,

quarta-feira, setembro 26, 2007

o medo


Se tudo o que eu desejasse neste mundo fosse aquilo que a minha alma deseja, a minha vida seria uma alegria eterna, uma harmonia perfeita, uma felicidade plena.
Se eu agisse apenas a partir daquilo que o espírito me diz e o coração me aconselha, tudo seria um paraíso à minha volta.

Mas, infelizmente, as coisas não acontecem assim. Sou constituído por um corpo, por uma mente e por um espírito. E quando é preciso tomar decisões, fazer escolhas, três hipóteses se abrem para que a realidade aconteça. Ou o corpo quer uma coisa, ou é a mente que opta por outra ou é o espírito que aconselha uma terceira.
Nem sempre elas coincidem.

E quando isto acontece, os resultados acabam por ser confusos, desestabilizadores e conflituosos, por vezes.
Deus não interfere nas nossas escolhas, porque nos deu o livre arbítrio e o dom de criarmos as nossas próprias experiências.

Quando, um dia, encontrarmos a maneira harmónica de escolhermos, em consciência, através da mente e do espírito, os conflitos sociais e o conceito que temos da vida mudará imediatamente.
A alma, que é a nossa essência, não conhece o medo. A mente, que desenvolve o nosso pensamento diário, está condicionada por esse medo, que nos foi incutido geração atrás de geração.
O corpo apenas quer colher a experiência material daquilo que concebemos.

O medo faz parte da dualidade primária. Amor ou medo. Medo ou amor.
Ainda que inconscientemente, o ser humano vive aprisionado pelo medo: medo do insucesso, medo de não ter o suficiente, medo de não ser amado, medo de ser mal compreendido, mal aceite, pela sociedade onde vive, medo de morrer.
Quando conseguirmos a certeza de que o medo é uma ilusão completa, criada pela nossa mente, ele deixará de influenciar as nossas escolhas e as nossas decisões.

Diz-se que os bebés nascem apenas com dois medos: o medo de cair e o medo de ruídos fortes.
Todos os outros medos são adquiridos ao longo da vida, inventados e metidos nas suas cabeças.


10 Comentários:

At setembro 26, 2007 12:10 da manhã, Blogger ...HOJE.SOU.A.PAULA diz...

Amaral,

Se soubesses o quanto aprendo contigo...

E porquê medo Amaral, se a vida é um permanente risco?

Tudo poderia ser tão diferente se não existisse o medo de lutar, o medo de alcançar, o medo de seguir o coração, o medo de tentar ser feliz...

Amigo, sinto saudade de Ti lá do outro lado. Beijinho com Ternura e Amizade

 
At setembro 26, 2007 2:40 da manhã, Blogger Páginas Soltas diz...

Gosto de ler o teu sentir... Aprender a lutar e derrubar obstáculos!

Mas, na tua narrativa há um medo constante... e Esse, meu amigo, há que o ultrapassar com muita coragem.

A caminhada é longa... segue o teu instinto e alcancarás o arco- iris...

Beijos da

Maria

 
At setembro 26, 2007 10:06 da manhã, Blogger Paula Raposo diz...

Numa breve introspecção (a isso leva o teu texto), concluo que não tenho medo. De nada. Beijos.

 
At setembro 26, 2007 3:08 da tarde, Blogger Whispers diz...

Olá!
Acreditas no destino?
Hoje fui fazer um comentario a uma pessoa e com tantos que tinha la eu quis conhecer o teu, bem talvez eu precisava mesmo ler este texto obrigado
Medo, sim é um mal que alimenta a alma, muitas vezes queria ter a certeza de tudo e não ter medo de nada só que infelizmente a vida não é assim
beijos em teu coração
Whispers

 
At setembro 26, 2007 3:35 da tarde, Blogger por uma lágrima diz...

Medo...
Tentei bloqueá-lo - Impossivel
Tentei destruí-lo - Utopia
Vou aprendendo a coabitar com ele.

Beijo duma lágrima salgada

 
At setembro 26, 2007 9:34 da tarde, Blogger vida de vidro diz...

Por vezes, o medo também desperta as nossas capacidades de lutar... ou resistir. Mau é ter uma atitude passiva perante o medo. **

 
At setembro 26, 2007 9:38 da tarde, Blogger Cláudia diz...

Há algum tempo que não te vinha visitar amigo, e que bom que é regressar a este espaço.Medo, é o que tenho sentido ultimamente.Dúvidas, e caos também.
Sinto uma dificuldade enorme em tomar decisões, em utilizar a liberdade que Deus me deu.Foi muito bom ler as tuas palavras.Obrigada...

 
At setembro 26, 2007 10:43 da tarde, Blogger BF diz...

Tenho medo sim. Muito medo. Medo de perder as pessoas que mais amo ... um medo egoista talvez.

BEijo
BF

 
At setembro 27, 2007 1:35 da tarde, Blogger Su diz...

vivo com ele(s)

jocas maradas

 
At setembro 27, 2007 11:40 da tarde, Blogger sem naufragar diz...

Vive tanta gente na Rua do Medo.
E nós passamos antas vezes por lá. Também acontece entrar no atalho da coragem e... seguir pelo empedrado: perceber que damos vida a muitos fantasmas.
Origada pela visita :)

 

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