Lisboa,

terça-feira, novembro 18, 2008

onde o azul já é celeste



No outro lado do tempo
cantam as águas
que no mar cintilam.

No tempo das coisas vivas
as coisas não são as mesmas
quando sentidas a sós.

Ali
na solidão silenciosa
esfria o gosto
e chora o sorriso
tal a nuvem ligeira
que encobre sozinha
um sol
simplesmente seu.

Aqui
encontrei o murmúrio do riacho
o arco-íris no luzir pachorrento
da água da vida.
Aqui
o azul já é celeste
já é universo
já é uno com os verdes da natureza.

Aqui
reina o brilho espalhado no cântico
das formas que amamos.

Quero ter um amanhã
no fundo de cada bolso
enrolado num abraço ao presente
bordado de recordações vivas
fulgentes
resplandescentes.

Quero ter depois de ser
quero sentir
quando pensar que o mundo vai escoar
no sonho do impossível.

No silêncio do imaginário
escondo a lua em cada beijo
abraço o Sol reluzente
e vou contando pelos dedos
cada estrela
cada ponto
cada rasto luminoso
que um dia vai ser meu leito.

(Amaral Nascimento)

6 Comentários:

At novembro 18, 2008 12:25 da tarde, Blogger Paula Raposo diz...

Acho maravilhoso este teu poema! Não me perguntes porquê, porque não saberia responder. Gosto. Sinto. Muitos beijos.

 
At novembro 18, 2008 4:42 da tarde, Blogger Je Vois La Vie en Vert diz...

As tuas palavras são belas, são um convite para não temer a passagem pelo outro lado.
Com calma e suavidade, ouvindo a relaxante música do teu cantinho, pus-me a imaginar como será o "meu leito".
Tenho te visto pouco "por aí" mas para mim é sempre um prazer passear "por aqui".

Beijinhos verdinhos

 
At novembro 18, 2008 7:35 da tarde, Anonymous Anónimo diz...

"...No silêncio do imaginário;...vou contando pelos dedos..."
Serenas as tuas palavras!
Em ti, a comunhão com o Universo transparece de forma tão tranquila...
não te invejo meu querido, mas desejo muito conseguir atingir esse estado de graça.
Beijos mil de carinho e satisfação.
Obrigada pela partilha.

 
At novembro 18, 2008 11:35 da tarde, Blogger Jonice diz...

Amaral, querido Amaral!
As tuas linhas, estes teus versos, fazem-me sentir um ramalhete de sentimentos, um ramalhete bem gorducho de sentimentos. Um ramalhete de muitas e variadas cores de flores. E as flores todas estão envoltas em amor, muito amor.
Obrigada... obrigada, Amaral.
Sente um abraço muito abraçado... beijo-te as faces... e mais uma vez.

 
At novembro 20, 2008 8:53 da tarde, Blogger Laura diz...

É pois, e depois encontrarnos-emos em cada estrela e em cada ponto do Universo Sideral!... Não te esqueças, ali não é preciso marcar encontro..Tenho saudade ti de te ver no resteas..beijinho da laura..

 
At novembro 20, 2008 10:09 da tarde, Blogger Um Momento diz...

Aqui sinto Paz e serenidade...
Olho as estrelas... o céu infinito e penso quão é grandioso o teu coração...
palavras que me enchem a alma e aquecem o coração...
Também um dia gostaria de ter assim um leito onde pudesse repousar para toda a eternidade... na calmia, na serenidade... na Paz...
Amaral...abraço-te com o meu maior carinho
Obrigado!

(*)


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