retalho do monte
para lá daqueles montes
cercados de nuvens brancas...
Quando a vi naquele dia
brilhava com um explendor
que jamais imaginara existir...
A folhagem debaixo dos pés
cantarolava sons
que pareciam melodias
vindas dos anjos.
Estendi-te a mão para te ajudar
e vi teus olhos luzirem
com as cores dum pirilampo
dependuradas ao pescoço...
Tinhas cabelos rosados
brilhavam ao sol poente
ora castanhos tisnados
ora ruivos reluzentes...
À tua volta era verde
verde coado de luz
em farrapos descontínuos
unindo o cimo do monte
ao rio que em baixo corria...
Mas o teu brilho só brilhou
o teu riso estrondou
as tuas faces rosaram
o teu coração pulou
quando viste a minha mão
molhada cheia de vida
dum fio de água que escorria
vindo de dentro do monte
que explodia à nossa frente
entre pedras luzidias
entre bocados do sol
entre verdes que não existem
entre murmúrios da fonte
mãe quieta adormecida
sabendo que dava a vida
àquele retalho do monte.
(Amaral Nascimento)
5 Comentários:
Querido Amaral!
Que poesia magnifica! Sabe o que parece? Uma pintura de um quadro...ou uma cena de filme.
Voce escreve com tamanha realidade, e tamanha verdade, e com uma ternura aos detalhes, que realmente eh comovente.
Lindo Amaral! Amei!
Beijos querido amigo que muito amo!
MARY
Olá Amaral, meu querido.
Se fechar os olhos, quase te posso tocar, tal a descrição...!!!
Lindas as palavras, os sentidos, os desejos e tu, tb.....
Tão lindo!!!!
Começo a sentir, realmente, de olhos fechados!
Lindo mesmo!
Muita ternura! Ajudar alguém que nos dá a sua mão sem exigências é sinónimo de amor!
:)
É tão bela a tua maneira de dar vida àquele retalho do monte !
beijinhos verdinhos
Tão doce, Amaral! Beijos.
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