Lisboa,

sábado, junho 06, 2009

restos


Restos do sol que s'esconde
entre nuvens nem sei donde
por entre ruas empedradas
cheias d'ervas esverdeadas
nos degraus continuados
de candeeiros deslavados

Restos da nuvem que passa
restos de alguma desgraça
sons dum sino silencioso
do chilrear estrondoso
vindos da vida a correr
em reflexos do anoitecer

Restos da pedra que chora
pedra ond'a vida já mora
restos do resto de mim
restos, restos, mesmo assim
que foram restos da dor
resquícios dum mar sem côr


(Amaral Nascimento)

9 Comentários:

At junho 06, 2009 1:48 da manhã, Blogger Jonice diz...

Resta a fresta para a festa da vida.

Bom fim de semana, querido.

Beijo

 
At junho 06, 2009 4:03 da manhã, Blogger conduarte diz...

Pois esses versos vc escreveu com o português de Portugal mesmo! Muito bonito, adorei.

Um beijo e andao sentindo falta de seus posts
bj con

 
At junho 06, 2009 9:39 da manhã, Blogger guvidu diz...

em vez de restos, diria antes, fragmentus ;)
gostei e bom fimsem bj

 
At junho 06, 2009 3:02 da tarde, Blogger Je Vois La Vie en Vert diz...

Belo poema, amigo Amaral !

E eu diria :
Com os restos dos outros, alguns fazem festins....

Beijinhos verdinhos

 
At junho 07, 2009 5:24 da tarde, Blogger Branca diz...

Também penso que os 'restos' de alguns pode ser o 'tudo' de outros...belo poema!

Ótima semana Amaral...bjo!

 
At junho 09, 2009 2:34 da tarde, Blogger Paula Raposo diz...

Ficam sempre restos...mas dos restos podems fazer coisas belas e sonhar! Sonhar sempre! Beijos.

 
At junho 09, 2009 9:08 da tarde, Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) diz...

Amaral

com os "restos" aqui tens um belissimo poema.

tão sensivel.

beij

 
At junho 10, 2009 2:23 da manhã, Blogger Ana diz...

Dos restos fazer nascer poesia, só tu, Amaral.

Um beijo com amizade.

 
At junho 10, 2009 10:39 da tarde, Blogger vero diz...

Coms os "restos" um belíssimo poema!!!

Beijinhos meu amigo

 

Enviar um comentário

<< Home