Lisboa,

sexta-feira, julho 03, 2009

a nossa história

Seremos nós a nossa "história'?
Aquilo Que Somos resumir-se-à apenas às histórias da nossa vida?

A maioria de nós tem uma história sobre como chegámos à idade que temos, sobre aquilo que é sermos "nós mesmos", e sobre por que razão às vezes é tão difícil caminharmos no dia-a-dia.
Cada dia que passa, as nossas experiências acumulam-se num rol de histórias contadas por nós próprios, pelos amigos, pelos familiares... por gente que nem sequer nos conhece, por vezes...
Quando chegamos a casa, depois dum dia de trabalho, a mulher pergunta-nos: "Como correu o teu dia?"
Quando o filho chega da escola, os pais perguntam: "Que aprendeste hoje?"
Quando encontramos um amigo, perguntamos: "Novidades?"
Quando desabafamos com alguém, é frequente ouvirmos: "Que história é essa?... Que loucura essa que te aconteceu... Que história mais esquisita... Que história encantadora te sucedeu..."

Seremos nós a nossa "história"?
Seremos nós, neste momento, os acontecimentos passados que nos afectaram física e emocionalmente?
Aquilo Que Somos resumir-se-à apenas às múltiplas histórias da nossa vida?
Ou estaremos nós aprisionados à nossa "história", de tal forma que não conseguimos apercebermo-nos de Quem Somos?
Quantas vezes já sucedeu termos "saído da nossa "história", quando experienciamos a vida?!...

E se pudessemos, um dia, criar uma imagem 'de nós' daquela tal maneira que tanto desejavamos ser - uma versão de nós, criada da maneira como sentimos que poderia ser a mais elevada e magnífica que alguma vez tivessemos imaginado?

Se saíssemos um dia "da nossa história", seria possível tal coisa?...
Que sentimentos isso provocaria?...


6 Comentários:

At julho 03, 2009 1:13 da manhã, Blogger Jonice diz...

A mim parece, Amaral, que estamos a ser "a nossa história" num dado momento da ampla existência. Parece-me que o nome que tenho, o filho que dei à luz, a profissão que desempenho, a filha e irmã que sou, a amiga que sou para meus amigos, tudo isso é um repertório efêmero na vastidão do tempo e espaço. E ah! como seria maravilhoso saber que sentimentos provocaria sair um instante dessa história. Eu adorei te ler, querido!

 
At julho 03, 2009 10:52 da manhã, Blogger Paula Raposo diz...

Para reflectir. Beijos e bom fim de semana, Amaral.

 
At julho 03, 2009 2:35 da tarde, Blogger ☆Fanny☆ diz...

Já pensei tantas vezes sair da minha história, pintá-la com outras tonalidades, mas ela é obrigatória nesta minha existência...

Tento vivê-la da melhor forma, mas é tão dificil!

Beijinhos*

 
At julho 03, 2009 11:46 da tarde, Blogger Cláudia diz...

A nossa história, é só e apenas a amostra muitas vezes ilusória, daquilo que foi "inventado" por todos os que dela fizeram e fazem parte.O papel principal é sempre nosso através da dádiva divina.Não acredito em filhos de um Deus menor.O problema é que a maioria de nós aceita papéis secundários impostos pelo "outro".Todos os que olham para fora sonham.Quem se atrave a olhar para dentro acorda.Muitas vezes o despertar é uma autêntica morte.Significa a perda total de quem eu acreditava ser.Mas aí... surge cristalino o renascimento.Um novo ser.Mais autêntico, mais eu.E esse é um caminho irreversível, que vai dar á mais elevada e mais magnífica versão que alguma vez poderíamos ter imaginado.E porquê? Porque ninguém poderia fazê-lo melhor do nós mesmos.Ele é nossa.Único.Os sentimentos que esse renascimento traz, podem resumir-se a uma só palavra.Plenitude...
Parabéns por este excelente post Amaral.Estás cada vez melhor...

 
At julho 04, 2009 1:52 da tarde, Blogger mitro diz...

A vida é uma colecção de memórias...

 
At julho 04, 2009 8:49 da tarde, Blogger Eli diz...

Eu sou a minha história, mas não fico presa ao passado.

:)

 

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