Lisboa,

sexta-feira, setembro 25, 2009

amor demais


Trauteando as notas da pauta
fez o prazer um amor
com gemidos e fanfarra
saidos duma guitarra
expulsos por um tambor

No quarto quente e escuro
passeiam bandos de sons
fervem o ar de loucura
em soluços de ternura
matizados por mil tons

Bradam os anjos da terra
gemem corpos com fervor
peles que tocam tremendo
suor que salta escorrendo
em rios sedentos do amor

Oh, louca e doce emoção
oh, que eterno vendaval
há chispas cruzando os ares
ondas gigantes nos mares
numa tela de Chagall

Já dizia Gedeão
que a paixão se incendeia
esta paixão cospe fogo
mais até que um longo jogo
jogado à luz da candeia

Calados enfim os silêncios
domadas ondas do mar
já só se ouve um chilreio
com uma vozinha no meio
num cântico de embalar

(Amaral Nascimento)

3 Comentários:

At setembro 25, 2009 12:41 da manhã, Blogger Paula Raposo diz...

Gostei deste crescendo sensualíssimo...a parte final não apreciei muito!! Beijinhos, Amaral.

 
At setembro 25, 2009 4:26 da tarde, Blogger Chill on Kaos diz...

Transpira sensualidade, fogosidade e a tão apreciada serenidade e satisfação da alma, depois da demanda do prazer... Amei este lindo poema, Amaral! Adoro passar por aqui e sentir este bem estar! Um kiss de gratidão!

 
At outubro 01, 2009 9:43 da manhã, Anonymous Anónimo diz...

Gosto muito do que escreve.
Quanto à imagem, acho-a um tanto ou quanto estranha... a menina que aparece é uma daquelas bonecas insufláveis, não é?!

 

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