nostalgia
Não sei se é da chuva ou do frio ou dos rastos que a tradição nos deixa espalhados pela lembrança.
Não sei se são os flocos de neve deste Dezembro que vejo na TV e me parece mais rigoroso e mais sombrio.
Não sei se será o sentir que menos um ano me separa do tal fim inevitável e desconhecido.
Talvez por isso, por um pouco disso ou por uma picada de tristeza que a morte do Isidoro me provocou - talvez por isso também - um assomo de nostalgia postou-se a meu lado e falou comigo, num silêncio tristonho.
O Isidoro vivia sozinho e foi encontrado morto, em casa, uma semana depois. Tinha uma barbearia e eu era seu cliente há mais de três anos. Lembro agora, um pouco melhor, as suas conversas sobre o seu passado amoroso, sobre a sua vida na tropa, sobre os seus problemas familiares.
A chuva sobre a vidraça fechada do seu local de trabalho fala-me com nostalgia inquietante.
Fala-me do ontem distante, de alegrias e tristezas, de certezas e incertezas, do muito, do belo, da tapeçaria complexa, matizada de mil tons.
Se, ao menos, o céu se iluminasse com milhões de arco-iris e oferecesse um deles a cada um de nós!...
Não sei se são os flocos de neve deste Dezembro que vejo na TV e me parece mais rigoroso e mais sombrio.
Não sei se será o sentir que menos um ano me separa do tal fim inevitável e desconhecido.
Talvez por isso, por um pouco disso ou por uma picada de tristeza que a morte do Isidoro me provocou - talvez por isso também - um assomo de nostalgia postou-se a meu lado e falou comigo, num silêncio tristonho.
O Isidoro vivia sozinho e foi encontrado morto, em casa, uma semana depois. Tinha uma barbearia e eu era seu cliente há mais de três anos. Lembro agora, um pouco melhor, as suas conversas sobre o seu passado amoroso, sobre a sua vida na tropa, sobre os seus problemas familiares.
A chuva sobre a vidraça fechada do seu local de trabalho fala-me com nostalgia inquietante.
Fala-me do ontem distante, de alegrias e tristezas, de certezas e incertezas, do muito, do belo, da tapeçaria complexa, matizada de mil tons.
Se, ao menos, o céu se iluminasse com milhões de arco-iris e oferecesse um deles a cada um de nós!...
2 Comentários:
Nostalgia... sim... também a sinto. Um abraço de silêncio que me leva para uma interioridade que não quero.
Nostalgias, diferentes, semelhantes... arrastam-nos sem que saibamos muito bem para onde.
Nesta época em que deveria existir alegria, euforia, vou-me sempre abaixo. Gostava de ser diferente.Gostava de não pensar, não sentir...
Apesar de triste, gostei de ler as tuas palavras.
Beijinho*
Fanny
Olá meu doce (triste) Amaral.
Sinto a tua melancolia, sente-se....
Não gosto da tua prosa directa, consegue ser "quase" assustadora.
Lamento a dor que te assola, que te rodeia e fere.
Hoje, tb revivo um dia imensamente pesaroso, fez hoje 3 anos que disse adeus ao meu pai...meu doce pai.
Engraçado, tb mirei a janela e escutei a chuva bater...
Tb olhei em busca de uma luz mais quente, um arco íris seria bom, mas nada...
Sabes, de uma coisa tenho certeza, foi bom encontrar-te aqui...fez o vazio ser menor, apesar de tudo.
Beijo meu querido, saudades!
Enviar um comentário
<< Home