sem princípio nem fim
Quero-me na tua boca, no céu quente, repleto da espuma molhada da tua saliva. Quero-me firme e vibrante, dono da tua língua, senhor dos teus lábios suculentos de mel, adocicados com mil sabores. Quero-me no fundo de ti, no gargarejar de amor, no desejo luxuriante, no deambular estonteante, no fluxo travesso do êxtase enlouquecido. Sem princípio nem fim, no impossível de continuar, no ribombar do universo, na explosão do caos maior, no extorquir das forças, no big-bang do pensamento - - dei-te o princípio e o fim, o grito, o pranto, o esvaziar dum todo cheio, o oceano de mil vidas e fiquei entre os teus lábios, terno, brilhante, quente ainda, tocado com tal doçura, com tanto encanto e prazer que os teus olhos cantaram uma canção de embalar, até que o dia veio nascer... (Amaral Nascimento) |
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