Lisboa,

domingo, janeiro 08, 2012

no fundo do teu olhar



Já não sei a côr do mar
nem a côr que tento ver
no fundo do teu olhar...
Já a vista se me apaga,
já a dôr é muito forte,
não mais ouço a tua voz
nada há que me conforte...

Se desisto de sonhar
grita-me o medo da morte
de espada erguida a tramar...
Na tempestade o soluço,
vai mexendo na saudade,
vai brandindo o seu sinal
vestido nesta verdade...

Já o som deste meu ser
é canto que ensurdece
o silêncio de morrer...
Já a flor que foste um dia
que fez do desejo vulcão
prometera estar comigo
pra segurar minha mão...

(Amaral Nascimento)

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