Lisboa,

quarta-feira, junho 13, 2012

na ausência do eu


 

No sonho estamos paredes-meias com o irreal, o toldar de momentos por vezes desconhecidos, incompreendidos, inexplicáveis...
O sonho esconde a marcha do tempo, mistura tons e odores e sons...
Na ausência do eu, o espaço e o tempo confundem a mente, retiram o palpável absoluto e acrescentam o halo misterioso do que "acontece" para além do finito, do conseguível ou do momento que apelidamos de presente.
No sonho, a consciência deambula e o querer dissolve-se no desejo alcançável de formas subtis e diversamente inexplicadas.
Quando a ausência do eu acontece, é alcançado um patamar distante.  Parcamente explicável, este patamar não surge depois duma qualquer escalada. Ele surge por detrás duma porta que se abre ou no repentinismo dum abir e fechar de olhos.
Na ausência do eu, a Criação brilha e reencontra a individualidade que é Sua.

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