Lisboa,

quinta-feira, outubro 11, 2012

um pouco do livro do génesis

 
 
NO PRINCIPIO, QUANDO DEUS CRIOU OS CEUS E A TERRA
 
Como acontece em todas as escrituras sagradas, cada palavra tem uma grande importância: nada no Livro do Génesis é fruto do acaso. Só temos de ter tempo e de estarmos atentos para o investigarmos a fundo.
Desde logo, a primeira frase - aparentemente tão simples, é a que requer o mais profundo "conhecimento secreto" e só pode ser compreendida por aqueles que já conhecem a estrutura da Criação. Em contrapartida, o não iniciado ficará certamente preso na história simbólica que surge em primeiro plano. E foi mesmo essa a intenção dos autores.
"O Céu e a Terra" significam aqui a "Criação". Significam, pois: "no princípio, Deus criou a Criação." A princípio, isto soa confuso. Por que é que é preciso dizer isto? Se o lermos com o conhecimento dos Yogis, esclarece-se o grande significado. A primeira frase destina-se a todos aqueles que já sabem e que pesquisaram muito e que, simultaneamente, se colocam sempre a eterna questão profunda: e o que é que havia antes? E ainda antes...? E ainda antes...?
A resposta é a seguinte: não havia nada. Aquilo era o início. O momento em que esta Criação começou foi o ponto zero absoluto. Antes disso, só havia pura consciência. Sem qualquer característica, sem tempo, sem princípio e sem fim.
A primeira frase diz, pois: o momento em que a Criação começou a existir foi o princípio de tudo. Antes deste princípio não havia nada.
 
A TERRA ERA INFORME E VAZIA
 
A Terra era vista como centro e como símbolo da Criação.
A palavra "desordenada" foi empregue nos textos antigos para significar "sem forma". Nalgumas traduções mais recentes da Bíblia, também foi feita a respetiva correção para "informe". Só existem formas quando também existe espaço. Portanto, também ainda não havia espaço.
Só havia vazio. Aabsolutamente nada. Nenhuma matéria, nenhuma irradiação, nenhuma energia.
 
AS TREVAS COBRIAM O ABISMO
 
Todos os que até agora puderam vivenciar a consciência infinita relatam que nem sequer se vê luz, pois a luz também é um passo subsquente no caminho da Criação.
Se pudessemos viajar até lá, iríamos ver a Grande Consciência como um mar infinito à noite. Nós próprios, a flutuar no meio, sem espaço, sem tempo, no "abismo".
Assim, com o nosso conhecimento sobre a estrutura da Criação, poderemos ler estas palavras da seguinte maneira: "O estado antes do início da Criação é um estado sem forma, sem espaço, sem oscilação, sem luz. É consciência infinita, intemporal, pura..."
Todos os Yogis, santos e mestres, cuja consciência se estendeu a partir de tudo até este princípio de todas as coisas, concordavam que a melhor maneira de o descrever era a partir da imagem de um "mar de consciência escuro e infinito". Um nada que, no entanto, contém tudo, a partir do qual tudo é posteriormente criado. Este princípio de tudo é o ser, o quinto plano da Criação.
 
(Ruediger Schache in O segredo de Deus)
 
 

1 Comentários:

At outubro 26, 2012 9:57 da tarde, Blogger Cláudia diz...

Não havia nada, e olha agora como esta tão cheio de tudo... Fabulosos criadores que somos! Esse abismo do nada esta também dentro de nos.Quando medito marco encontro com ele, e simplesmente deixo-me ficar suspensa, sem o peso do meu corpo, e nem o ruído da mente.

 

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