Lisboa,

quinta-feira, novembro 22, 2012

almofadas

A almofada é o meu templo.
É nela que me afogo no silêncio ensurdecedor que desperta pensamentos e visões do espírito.
Nela sossego, nela encontro o remoinho de dúvidas e desejos.
No seu aconchego nascem e renascem ideias e sentimentos.
Na minha almofada está um Deus que me fala, está um Eu que se aproxima, buscando fazer-me entender o que os intérpretes da vida não ensinaram.
A musa que me entoa os versos, o mestre que me revela mistérios, os zumbidos que entontecem, as dúvidas que se entrelaçam - é na minha almofada que sou cúmplice com todas as vozes e sons.
De manhã renasço mais rico, mas sempre preparado para entrar de novo no meu templo...

 

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