Lisboa,

segunda-feira, março 18, 2013

girassol



Se Deus me perguntasse um dia:
"Tu, que te queixas e lamentas, para onde queres ir?"
Eu faria disso realidade e, olhando o ramificado de caminhos à minha frente,
diria:
"Quero ir por ali, Senhor, por aquela estrada que tem a flor a brilhar lá no
meio."
"Então, vai!"
O mar abriu-se à minha frente, rompeu as montanhas ao redor e destapou
uma estrada seca e vibrante, para onde eu pulei de um salto.
Lá adiante, a flor brilhou, tomou mil cores, riu-se e dançou.
Cheguei à sua beira e abri os braços.
Mas a flor sorriu ao sol do seu lado, virou-se e dançou de novo.
Eu, que era luz, fiz-me sol também e iluminei os ares, com mil serpentinas,
com foguetes dourados, com chispas de incenso, perfumadas com perfumes raros.
A flor redopiou de novo, e ouviu sons que não eram meus.
Olhei para trás e vi Deus que sorria.
E eu entendi que aquele girassol procurava apenas um sol que fosse maior e
tivesse mais poder... e eu era pequenino!...

 

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