Lisboa,

segunda-feira, maio 31, 2010

estímulos, instinto e sentimentos

Os sentimentos são a linguagem da alma. É através dos sentimentos que a alma fala à mente de quem o leitor é, e da sua conexão a Tudo O Que Existe. Ao longo da sua vida, o leitor procura sentir-se como se sentia antes de se ter separado de Tudo O Que Existe. Esta é a ânsia que não conseguiu identificar, mas sempre conheceu. Este é o impulso da própria vida. É através dos impulsos que todos os acontecimentos externos são experimentados. Isto não se aplica às formas inferiores de vida. Ken Keyes Jr. defende esta ideia em mais um dos seus livros, Your Road Map to Lifelong Happiness. Se uma cobra nos morde, diz-nos Ken, isso não significa que ela esteja zangada. As cobras não sabem nada acerca da cólera. Não têm tais sentimentos. Agem por instinto, instruídas para isso por um cérebro réptil no sentido de agirem de acordo com necessidades de sobrevivência, dados determinados estímulos exteriores. Uma cobra não pode responder a estímulos interiores. Não os têm.
Um mamífero, pelo contrário, dispõe de ambos. O cérebro do mamífero desenvolveu-se mais tarde que o cérebro do réptil, enquanto as formas de vida continuavam a evoluir sobre a Terra. Constitui o segundo nível de matéria cerebral, e é aí que os sentimentos são experimentados. Um leão pode encolerizar-se se o seu território for violado. Um leão age de acordo com necessidades de sobrevivência, dados determinados estímulos exteriores e interiores.
Um ser humano possui ainda um terceiro nível de desenvolvimento cerebral. É no cérebro humano que ocorre o pensamento, a lógica e o raciocínio. É aí que os dados provenientes dos processadores de sensações e de sentimentos (os cérebros réptil e mamífero) são reunidos, analisados e compreendidos a um nível superior. É aí que são tomadas as decisões conscientes, baseadas em todos os inputs. A diferença entre decisões conscientes e inconscientes está em que a consciência pondera as consequências.
Quando os seres humanos agem sem pensar nos resultados das suas acções, diz-se deles que "se comportam como animais". Evidentemente, nós somos animais. Somos mamíferos, e temos cérebros de mamífero, construídos sobre cérebros répteis. Possuímos os mesmos mecanismos de resposta luta-ou-fuga que as cobras. Possuímos a mesma cólera que os leões e dispomos das capacidades de raciocínio de formas de vida superiores, de seres altamente evoluídos. Mas, está claro, temos de os utilizar. E os sentimentos são uma grande ferramenta do cérebro que a maioria das pessoas não utiliza da forma mais eficaz. A maioria das pessoas passa toda a sua vida a reagir a sentimentos, em vez de criar com eles.
Por isso, agora, antes de nos despedirmos, quero partilhar consigo esta extraordinária informação. Ela responde directamente à questão: "Se Deus não quer nada, qual é o interesse de ter um Deus?"
O interesse de ter um Deus é o dar a essência e a energia que É Deus, e que é vida, de uma forma que nos permita criar a nossa própria experiência, tornando-nos assim naquilo que Deus é: o criador.

(Neale Donald Walsch in O que Deus quer)

sexta-feira, maio 28, 2010

assim é preciso


No sonho apagado
no riso desperto
no livro apagado
dum brilho secreto
no doce sossego
no canto aninhado
no firme aconchego
dum lar sossegado
sai firme o teu riso
tão longe e tão perto
assim é preciso...


segunda-feira, maio 10, 2010

Danah Zohar


A americana Danah Zohar, física e filósofa pelo MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets e pós-graduada em estudos sobre religião em Harvard, acredita que ninguém, sozinho, será capaz de salvar a humanidade, mas a mudança precisa começar em cada indivíduo de modo que, juntos, ainda possamos criar um mundo diferente. Citando o psicanalista Carl Gustav Jung, ela diz que “se há algo errado com o mundo, é porque algo está errado comigo. Se eu quero endireitar o mundo, preciso endireitar a mim mesmo”.

A solução para tudo o que consideramos errado no mundo, nem sempre será encontrada pelas vias da lógica e do racionalismo. Para a pesquisadora, além de nosso QI – Coeficiente de Inteligência, será fundamental desenvolvermos também um QE – Coeficiente de Inteligência Emocional e mesmo um QS – Coeficiente de Inteligência Espiritual que, ela adianta, não tem nada a ver com religião.

Segundo Danah, é por meio desse tipo de inteligência que enxergamos um sentido para a vida e nos damos conta de que o que pensamos, sentimos e somos interfere diretamente sobre o todo. Ela diz que, de acordo com pesquisas recentes, 94% dos seres humanos ainda agem com base em motivações negativas de medo, raiva e egoísmo, mas defende que já é tempo de mudarmos de paradigma e sermos motivados pela cooperação e pelo bem do planeta.

Para isso, ela enumera 12 princípios que nos ajudariam a assumir uma postura mais responsável diante da própria vida e a encontrar mais sentido para a existência humana.

1. Uso positivo das adversidades: em vez de assumir uma posição de vítima, devemos aproveitar os momentos de crise para nos fortalecer e pensar em novas soluções;
2. Consciência de si mesmo: saber quem somos, quais são nossos valores mais profundos, perceber o que nos motiva a viver e pelo que seríamos capazes de morrer é uma das maneiras de ir além do ego e fazer a diferença no mundo;
3. Humildade: deixarmos de ser a espécie mais arrogante do planeta e entender que somos parte de um mundo bem maior, com bilhões de respeitáveis pontos de vista;
4. Compaixão: sentir a dor e a alegria do outro como se fosse nossa e perceber que fazemos parte do todo;
5. Visão e valor: transcender o egoísmo e desenvolver a capacidade de servir aos outros, assumindo um compromisso de fidelidade e excelência com as relações, o trabalho e o planeta;
6. Espontaneidade: viver o momento presente, encarando cada problema ou questão como nova;
7. Holismo: entender que no mundo não há separação entre os indivíduos e a natureza e a maneira como um indivíduo vive afeta o todo;
8. Fazer perguntas fundamentais e profundas: questionar-se é criar oportunidades para agir de modo diferente, adquirir mais consciência e sair do sistema;
9. Reformulação de paradigmas: mudar modelos mentais e a visão que temos de nós mesmos, da vida, dos negócios, da educação etc.;
10. Habilidade para ir contra a corrente: seguir os próprios princípios sem medo de ser diferente;
11. Celebrar a diversidade: perceber os benefícios da diferença e a oportunidade de aprender com o outro;
12. Senso de vocação: sentir que há um propósito na vida e que cada um pode fazer a sua parte naquilo que tem de melhor.

(Planeta Sustentável - 27/07/2009)

domingo, maio 09, 2010

olho pra ti


Olho p'ra ti
e sei que vivi...
Olho p'ra ti
e vi que sonhei...
Olho p'ra ti,
longe de ti,
sei que o momento
veio com o vento
e logo to dei...

Olho p'ra ti
e sei que nasci...
Olho p'ra ti
e vi que tardei...
Olho p'ra ti,
tonto por ti,
sei que o amor
veio com a flor
que nunca cheirei...

Olho p'ra ti
mas nunca te vi...
Olho p'ra ti
tal como te ouvi...