Lisboa,

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

olá amigo!

sublime



O que eu sei é que tudo na vida é perfeito, porque foi criado pela Vida! O bom e o mau que nós concebemos, ou o bem e o mal que os nossos sentidos apreendem - tudo isso que nos torna apreensivos e revoltados e tristes e amargurados - até isso faz parte da perfeição! Mas como e quando estaremos nós preparados para aceitar isto, com todas estas nossas fraquezas?...
"A escolha mais sublime é aquela que proporciona o maior dos bens a ti mesmo."

domingo, fevereiro 27, 2005

silêncio domingueiro

Devia chover e pouca água tem caído. Tem sido um Inverno seco e, Março à porta, não se vislumbram quaisquer probabilidades das barragens voltarem aos níveis normais, nem do subsolo recuperar os índices perdidos.
Fui operado há cinco dias e a recuperação vai indo. Deveria ter tido mais paciência e deixado estas escritas para mais tarde, mas...
As cinco torres, de 12 andares, que estão construindo quase aqui em frente, todas em fila, a formarem o lado de lá da rua futura, alcançaram já o cimo e taparam quase por completo a bonita vista que tinha aqui da minha janela. Mais uma que se foi... Restou-me uma nesga, e um moinho em tempos construído, a poucos metros, evitou que ficasse "emparedado" atrás e à frente.
Males dos nossos tempos, interesses encadeados, falta de senso de responsáveis, planos raquíticos de mentalidades raquíticas.
Por estas e por outras, vou tendo saudades da minha rulotezinha, postada tranquilamente num parque de campimo na Caparica, onde tudo é diferente e sereno e verdejante, onde se passeia à vontade, onde se confraterniza, onde ainda se respira um pouco. Excepto em Agosto, claro está!...
As nuvens caminham lentas, deixando ver um pouco do azul-bébé do céu, indiferentes ao silêncio domingueiro, aqui de baixo, sem o barulho das obras, nem o rebuliço do trânsito, nem o vai-e-vém dum dia de trabalho. Só um carro ou outro a passar, só crianças no andar de cima, o ruído de saltos em permanente cá e lá, uma torneira a abrir, água a correr, uma voz mais alta, a porta do elevador - como se estas coisas se passassem a um palmo da minha cabeça e dos meus ouvidos.
Quando acabar de escrever vou pôr um pouco de música, enquanto tomo um duche apetitoso. E depois de almoçar, vou ver e ouvir o DVD do Phil Collins.
Agora, um rebuçado Valda para aliviar a minha garganta!...

sábado, fevereiro 26, 2005

gladys

"Momentos de Graça" é um livro para ler e reler. Pelas suas páginas, desfilam bocados das vidas de todos os dias. As suas histórias são partilhas de experiências, são verdades contadas, são relatos revelados e trocados.
Se estivermos verdadeiramente conscientes daquilos que estamos a fazer a cada momento, podemos contribuir para alterar este mundo onde vivemos. Esta história toca um pouco de cada um de nós:

"Nunca esquecerei a história que uma senhora idosa - cujo nome acho que era Gladys - me contou numa carta há uns anos. Tinha andado a ler o meu livro e estava a passar por alguns problemas na vida e portanto tinha dificuldade em acreditar no que lia nas CCD.
'Está bem, Deus', bradou ela um dia, andando de um lado para o outro no seu pequeno apartamento. 'Se és real como o Neale diz que és, mostra-te. Anda lá. Dá-me um sinal. Qualquer sinal. Não me importo. Dá-me só qualquer tipo de sinal de que és real, que estás vivo, que estás AQUI NESTE PRECISO MOMENTO.
Nada aconteceu.
Sentou-se no banco do balcão da cozinha, a beber café em pequenos golos.
Nada aconteceu.
Passou para a cadeira de baloiço demasiado estofada, fechou os olhos e esperou.
Nada.
'Pois', murmurou por fim. 'Foi o que pensei.'
Levantou-se desgostosa e ligou a televisão. Então empalideceu. As pernas tornaram-se de borracha. Recuou até à cadeira de baloiço, o rosto imóvel de incredubilidade. Duas palavras enormes enchiam o ecrã da televisão:
OH, DEUS
O filme de John Denver e George Burns estava mesmo a começar e o título surgiu à vista precisamente quando Gladys carregou no botão ON."

("Momentos de Graça" de Neale Walsch)

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

ausência porquê

Foi uma ausência curta. Entrei no Hospital CUF na segunda-feira pelas 18 horas e no dia seguinte, pelas 9 da manhã estava no bloco operatório 1 no 3º.andar, pronto para a anestesia geral. Passei para a marquesa, já com a médica anestesista ao lado, e o Dr.Teixeira de Sousa pronto prà intervenção, deitei-me de barriga pró ar, os braços estendidos em suportes apropriados. A enfermeira segurou-me a mão esquerda, senti a picada na veia, outros instrumentos foram ligados à mão direita e a médica deu a ordem à enfermeira. Senti o braço esquerdo pesado, frio, dorido. Olhei a anestesista nos olhos, ela esfregou-me o braço carinhosamente, e sussurrou-me com segurança: "Até logo!"
Duas horas vazias de consciência, vazias de tudo, parte retirada da vida, por efeito duma droga injectada.
Às 11 horas, os meus sentidos voltavam a dar-se conta dum mundo conhecido, muito devagar, com uma serenidade desabitual. As imagens, as recordações, o ruído, o movimento foram tomando forma numa cabeça zonza, estonteada.
O regresso ao quarto 254, no segundo andar, deu-se rapidamente, quase sem dar por isso. O ambiente tornou-se-me familiar e reconheci a Alice ao meu lado, e depois a Carla. O silêncio soube-me bem. O conforto da cama também. Não sentia dores nem o soro a escorrer-me por uma veia da mão esquerda. Uma tontura persistente acompanhou-me um bom bocado, mas não era incomodativa.

Quinta-feira, 24, tive alta e regressei a casa. As dores ainda vão continuar por uns dias, mas vai tudo voltar à normalidade. No hospital ficou ainda o Agostinho, que entrou no mesmo dia, para extracção da vesícula. Correu tudo bem com ele na operação, mas um derrame súbito complicou as coisas. Muitas dores e uma mancha negra no lado esquerdo do corpo, obrigaram os médicos a fazê-lo regressar ao bloco, para segunda intervenção. Notei-o mais debilitado, quando o fui ver ao quarto 6. Mas estava confiante, porque o pior tinha passado. Força, Agostinho, amanhã telefono para saber como estás!

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

ausente



Não sei quantos dias vou estar ausente! Talvez poucos...

eu vou!

Tanta gente sem fé, tantos atentados, tanta incompreensão!
Oh, Deus, és Tu que "queres" as coisas complicadas ou é o homem que as complica?
Será que o amigo que tantas vezes sinto a meu lado é um imaginário burlão da minha mente?
Será que posso continuar a sentir-Te naquelas árvores bonitas de Monsanto, quando me envolves no banco onde, às vezes, me sento a ler?
Não merecemos todos repousar na Tua confiança? Na tua amizade? O que é isto que eu sinto quando me "dizes": "DEIXA COMIGO!"? E quando Te peço para "tocares" em A ou B?
Ou quando, inconscientemente, algo sucede de maravilhoso, e o instante seguinte "simplesmente mostra" que estiveste ali?...
Será que posso mais continuar a "ver-Te" na simplicidade das coisas simples? E continuar a descobrir-Te nas respostas às minhas fraquezas?
O meu Deus não é um Deus menor!...
Deixa-me dizer-Te:
Vou continuar a ler e a procurar, porque Te encontro nas minhas dúvidas!
Vou voltar a ouvir aquela canção que ontem escutei, quando Te expuseste e me extasiaste!
Vou ver de novo aquele filme que tanto me emocionou e deu vida aos sentimentos que são a Tua linguagem!
Vou olhar a Tua face nas águas do mar e no explendor da floresta e no bravio da montanha!
Vou escrever para Te sentir, vou jogar e divertir-me, vou continuar a rir!
Vou Ser para Te dar, porque sou manifestação de Ti!

dhammapada

Não há meditação sem sabedoria
Não há sabedoria sem meditação.
Aquele que tem ambos,
sabedoria e meditação
Está próximo da paz e da libertação
(Dhammapada)

domingo, fevereiro 20, 2005

floco de neve

"Tu és um floco de neve humano.
Cais do céu de Deus como uma expressão espantosamente individual e inigualável do MIlagre da Vida.
Ao chegar à Terra, juntas-te a outros que, tal como tu, são maravilhosamente únicos, mas que, em conjunto, formam uma deslumbrante imagem de maior dimensão.
Acabas por mudar de forma, derretendo-te para continuar um único corpo, que flui facilmente e sem esforço numa corrente una.
E, finalmente, pareces desaparecer (apesar de ali continuares, simplesmente invisível) ao regressar aos Céus de onde vieste, para começar um novo ciclo.
A Grande Viagem do Floco de Neve é uma metáfora perfeita da grande viagem da vida."

Poético ou não, inconsequente ou desprovido de realidade - seja o que fôr que possa parecer - este extracto das "Conversas com Deus", de Neale Walsch, faz-me transportar às coisas mais simples que os meus sentidos apreendem. Recorda-me as parábolas compostas de histórias comuns que os discípulos não entendiam; traz-me à lembrança os pensamentos de Buda, e tantos conceitos que os novos autores defendem nos dias de hoje, semelhantes a tantos já milenários.
Acredito na mudança dos comportamentos, das crenças. Acredito no aparecimento de mentalidades diferentes, mais ousadas, mais consonantes com o entendimento das regras do universo. Acredito que este planeta vai ter de se defender, se algo de terrível o homem não souber evitar. Acredito na perfeição do universo.

para sorrir

Hoje é dia de eleições?
Parece que sim, dado o rebuliço generalizado pelas escolas (sem crianças) deste País.
O dia está limpo, em Lisboa, embora as nuvens já espreitem e, com este clima (de incerteza política, também), mais apetece ir pra uma passeata à beira-mar ou visitar coisas bonitas do Portugal domingueiro.
Antes, porém, conto esta, que me fez rir:

Um fazendeiro coleccionava cavalos e só lhe faltava um determinado espécime. Um dia descobriu que um seu vizinho tinha esse determinado cavalo...
Sem hesitar, foi ter com ele e tanto o atazanou que conseguiu comprar o cavalo.
Um mês depois, o cavalo adoeceu e ele chamou o veterinário:
- Bem, o seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias. Então voltarei e caso ele não esteja melhor será necessário sacrificá-lo.
Entretanto, o porco escutava toda a conversa.
No dia seguinte, deram o medicamento ao cavalo e nada!
O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Força, amigo! Levanta-te daí!
No segundo dia, voltaram a dar-lhe o medicamento e nada! O porco aproximou-se outra vez e disse:
- Vamos lá, amigão, levanta-te senão vais morrer!
No terceiro dia, outra vez o medicamento, sem resultado. Diz o veterinário:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- É agora ou nunca, levanta-te já! Coragem!
De repente, o cavalo deu um pulo e saiu a correr. O dono gritou:
- Milagre, o cavalo melhorou. Isto merece uma festa... Vamos matar o porco!

Uma piscadela de olho à vida, um sereno gesto de amor e alegria aos problemas que, por vezes surgem, e a certeza da força que há em todos nós!

sábado, fevereiro 19, 2005

antonio damasio

António Damásio, no seu "Ao encontro de Espinosa", diz nas suas últimas páginas:
"Muitos seres humanos requerem também qualquer coisa que envolva uma certa clareza sobre o significado da vida. Esta necessidade consiste num anseio de conhecer uma origem e um destino, de onde viemos e para onde vamos, e de esclarecer a finalidade que a nossa vida pode ter para além da existência imediata.
Nem todos os seres humanos têm tais necessidades. Aquilo que um ser humano precisa para viver feliz varia consideravelmente com a personalidade e circunstâncias socioculturais, já para não falar com a idade e com o tamanho da conta bancária. A juventude dá-nos pouco tempo para apreciar as limitações da condição humana, e a riqueza muitas dessas limitações.
Podemos dizer que o tal anseio é um traço profundo da mente humana. Este traço está enraizado no desenho do cérebro humano e no genoma que permite o desenvolvimento desse cérebro...
Ter uma experiência espiritual consiste em ter a experiência de sentimentos de alegria, geralmente serena. O centro de gravidade dos sentimentos a que chamamos espirituais situa-se numa encruzilhada de experiências. A beleza é uma delas, enquanto a outra é a antecipação de acções conduzidas numa 'atitude de paz' e com 'uma preponderância de amor'."

a quem não aconteceu já?

"Vais a descer a rua e encontras uma velhota a pedir esmola. Percebes logo que é uma sem-abrigo e que vive da caridade. Sabes, de imediato, que por pouco dinheiro que tenhas tens certamente o suficiente para partilhar com ela. O teu primeiro impulso é dar-lhe umas moedas. Uma parte de ti mesmo até está disposta a meter a mão no bolso para tirar uma notazinha - uma de um ou mesmo de cinco dólares. Que se lixe, mostra-te generoso para com ela. Dá-lhe uma alegriazinha. Depois entra o pensamento. O quê, estás maluco? Só temos sete dólares para nos aguentarmos todo o dia! Queres dar-lhe cinco? Começas portanto a hesitar por causa disso.
Outro pensamento: Eh, lá, que é isso? Não estás assim tão abonado que possas desbaratar a massa! Vá lá, dá-lhe umas moedas e põe-te a andar.
Rapidamente, enfias a mão no outro bolso à procura de moedas. Os teus dedos só tacteiam moedas pequeninas. Ficas envergonhado. Um homem bem vestido, bem alimentado, e só vais dar umas moeditas a essa pobre mulher que não tem nada.
Bem tentas lá encontrar uma ou duas de vinte e cinco cêntimos. Ah, lá está uma mesmo no fundo do bolso. Mas nessa altura já passaste por ela com um sorriso contristado e é tarde de mais para voltar atrás. Ela não ganha nada."

(Neale Donald Walsch - CCD)

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

um lugar como outros

Tenho recebido alguns comentários muitos interessantes a alguns posts deste meu blog, inclusivamente noutros, nos quais tive oportunidade de intervir.
Esta prática de comunicação torna-se, por vezes, muito interventiva, e as áreas que abrange são tão diversas que chegam a surpreender. Mas, como tudo na vida, uns apresentam-se mais dinâmicos que outros, alguns desaparecem mesmo e enquanto uns pretendem ser tão somente um espaço pessoal, outros há que se transformam em espaços de opinião, de crítica ou de propaganda. É claro que, pelo meio, pululam ainda muitos outros, com a sábia ou divertida intenção de dinamizar, chocar ou abanar umas tantas regras morais, tradicionalistas ou mesmo em vias de extinção.
Alegremo-nos pela diversificação, pela verdade, pela inspiração!
Este meu lugarzinho continuará, até não sei quando, a procurar ser modesto, mas fiel às minhas verdades, que não terão que ser as de toda a gente. Escrever, dialogar, dar opinião, comentar, ler muito, deambular - são os propósitos de hoje.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

somos todos deuses

Tomara que todos atirassemos cá para fora as muitas e grandes dúvidas que nos incentivam a procurar, a procurar, a procurar...
A caminhada de todo o ser humano, nesta Terra tão díspare e, ao mesmo tempo tão bela e esplandescente, não pode ser um calvário ou tormento doentio. Toda a caminhada, por vezes recheada de fé e certezas para uns, outras vezes complexa e sofredora para outros, tem que ter um sentido divino , um propósito individual, uma meta espiritual.
A simplicidade dos nossos corações terá que orientar a simplicidade dos nossos propósitos. E só na paz, na aprendizagem (ou relembrança) calma e paciente, sem desespero nem sofreguidão, sem pressas ou desnortes - somente no sossego interior das nossas consciências poderemos vislumbrar o lado mágico que toca o Deus de cada um.
Não creio que Deus esteja a ocultar de Si próprio que é Deus! Se, no princípio, nada mais era senão AMOR, chegou O instante em que Ele quiz experimentar a sua magnificência, quiz "viver a vida"... E que ideia mais maravilhosa do que a de dividir-Se em Seres de Luz para alcançar essa finalidade! Nós somos os intervenientes activos do Seu propósito. Nós somos, assim como todo o universo, o transbordamento de Deus dentro de Si mesmo. "Tudo é luz e tudo está certo quando apenas SOMOS, sem mais nada!"
Disse eu à amendoeira:
- Irmã, fala-me de Deus.
E a amendoeira floriu.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

meditar

Não sei quanta gente medita regularmente. Não sei se toda a gente sabe como meditar. Não sei se o mais comum dos mortais sabe o que é a meditação.
Porventura, muita gente sabe defini-la, com mais ou menos perícia nas palavras. Mas na simplicidade estará a arte maior de a fazer entender.
No site "www.ibrata.com.br" tive o previlégio de ler duas frases que me disseram quase tudo:
"Meditar é deleitar-se com a própria presença, é deleitar-se com o próprio ser; não é fugir da vida, é fugir para a vida. Meditar nada mais é do que voltar para casa e descansar um pouco lá dentro."
Por vezes, não precisamos de palavras extremamente escolhidas. Meditar terá que ser o mais simples e mais natural de todos os gestos que utilizamos. Meditar é respirar a saúde maior. Meditar é comunicar, é estar com o nosso Eu, é estar mais perto do Criador, é permanecer Nele.
Neale Donald Walsch, no seu "Deus de Amanhã" tem este tesouro:
"Das próximas 100 vezes que te olhares num espelho, ou em reflexo, faz a Meditação Quem.
Diz a palavra "Quem" a ti mesmo três vezes, dez segundos de cada vez, prolongando o som de "em". Podes fazer isto em voz alta, ou em silêncio. De qualquer das maneiras, olha directamente para os teus olhos no reflexo, respira profundamente, e pergunta, num único fôlego, três vezes...
Queeeeeeeemmmmm?
A pergunda que estás a fazer a ti mesmo é: "Quem é este? Quem está aqui à minha frente? Quem é este ser que eu penso que sou eu? Quem? Quem?"
Se fizeres isto cem vezes nos próximos trinta dias, tomarás consciência do teu Eu.
"

madredeus


Lotação esgotada na Turquia

A estreia absoluta dos Madredeus, na Turquia, não podia ter corrido melhor. O grupo contou com lotação esgotada no auditório do Isbank Hall, em Istambul.
Ao fim de mais de duas horas de concerto, o público exigiu o regresso dos Madredeus ao palco, numa sala com lotação esgotada. Um sinal de que a estreia na Turquia não podia ter corrido melhor.
(TSF OnLine / 06 de Fevereiro 05 )

Nem tudo é mau neste País tão conturbado ultimamente. Já não basta este tempo de seca, ainda temos que nos deleitar com este imenso papaguear eleitoral.
Os Madredeus são exemplo de uma notícia saudável. Que nos deixa contentes!

terça-feira, fevereiro 15, 2005

dentro de ti próprio

Havia mais de trinta anos que um pedinte se sentava na berma de uma estrada. Um dia, passou por ali um estranho. "Alguma moedinha?" pedinchou o pobre, estendendo automaticamente o seu boné de basebol. "Não tenho nada para te dar", disse-lhe o estranho. Depois perguntou:"O que é isso em que te sentas?" "Nada", respondeu o pedinte. "Apenas uma caixa velha. Sento-me nela desde que me lembro." "Algum dia viste o que tem dentro?" tornou o estranho. "Não", respondeu o pobre. "De que serviria? Não há nada lá dentro." "Vê o que tem dentro", insistiu o estranho. O pedinte conseguiu forçar a tampa. Com surpresa, incredulidade e exaltação, verificou que a caixa estava cheia de ouro.
Eu sou aquele estranho que não tem nada para te dar, mas que te diz para olhares para dentro. Não para dentro de uma caixa qualquer, como na parábola, mas para dentro de uma coisa ainda mais próxima: para dentro de ti próprio.
Retirei este texto do livro de Eckhart Tolle, "O Poder do Agora", porque considero das coisas mais bonitas e mais profundas que se podem transmitir.
Talvez não seja fácil de entender, mas é nas coisas mais simples e banais que, muitas vezes, encontramos a tranquilidade.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

fim de semana prolongado



Assim, sem marcações prévias, decidi dar uma voltinha até Silves, visitando toda a costa alentejana. O bom tempo prometia e a disponibilidade era total. Porquê hesitar? A Alice concordou e lá fomos nós, auto-estrada abaixo, dar de caras com um espectacular fim-de-semana prolongado. Nunca é demais lembrar que a nossa costa, desde Sines até Sagres é das coisas mais bonitas e deslumbrantes.


Em qualquer altura do ano, descobrem-se múltiplas razões para se gostar daquela zona do País. Vou destacar duas unicamente: a beleza natural e a hospitalidade.
Todas as praias são bonitas de se ver, desde Odeceixe até Almograve, de Arrifana a Porto Covo. São todas bons cartões de visita!
O atendimento e a prontidão hospitaleira das gentes algarvias e alentejanas têm que ser realçados, porque não tive o mais pequeno dissabor ou desentendimento.
A "Residência do Parque", em Odeceixe, levou-me 17 euros e meio por cada noite, com pequeno-almoço incluído, disponibilizando-nos um quarto com cama de casal, aquecedor, casa-de-banho e TV.
O "Restaurante Bar Casa Velha", em Silves, serviu-nos um prato de arroz de feijão com castanhas, onde um empregado brasileiro nos atendeu com uma simpatia extrema.
Em Aljezur comemos arroz de cação e estava uma delícia. Não contando com a sobremesa da casa, uma filhós enorme embebida em mel que foi de chorar por mais...
O "Zé dos grelhados", no Cercal, brindou-nos com um prato de carne de porco à alentejana, muito bem servido, apesar da hora tardia. O borrego já tinha acabado...



As 2 fotos são de Arrifana (Aljezur) e podem ser ampliadas.
Este texto estava na "Residência do Parque", em Odeceixe, num cartaz pregado ao balcão:

CLIENTES E AMIGOS
Nascido e criado nesta região, desde cedo brincava no meio das searas de trigo e centeio, enquanto esperava ansiosamente o dia da cozedura do pão.
Antes de sair atrás das cabras e ovelhas, deliciava-me com o queijo, o presunto e a linguiça de porco criado a milho e batata doce.
Rebolava-me e espreguiçava-me no chão coberto de flores que me oferecia a Primavera.
Brincava com as ovelhas que me deixavam lamber o mel dos seus favos.
Debaixo das laranjeiras, embebedava-me do sumo e do cheiro das laranjas, enquanto me escondia do sol quente do Verão.
Este é o pequeno-almoço desta região e da minha infância. Quero para vocês a mesma que tive e tenho para mim e saiam pelos campos e matas, rios e praias do Parque Natural e encontrem na simplicidade e beleza das pequenas coisas nada mais... que a felicidade!
Bom apetite
e boas férias!

sábado, fevereiro 12, 2005

2 muito pequeninas...

1-
Numa discoteca africana:
- A minina dança?
A mulatinha levanta-se:
- Não, vô mijá.
- Vai mijá mas vorta?
- Não, vô mijá embora!

2-
Duas formiguinhas japonesas viviam numa rua estreitinha de Tóquio, e um dia encontraram-se:
- Como te chamas? - pergunta a primeira.
- Fu! - responde a outra.
- Fu? Fu o quê?
- Fu Miga... e tu?
- Ota!
- Ota? Ota o quê?
- Ota Fu Miga!

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

bloguistas persas

Naveguei por um acaso
para muito longe.
É o que faz
a técnica do presente.
Não entendi a língua,
mas entendi a imagem.
Com a devida vénia
aos bloguistas persas,
"roubei-lhes"
esta meia-dúzia de fotos,
que adorei e podem ser ampliadas.







quinta-feira, fevereiro 10, 2005

na av.infante santo

Se eu fosse pintor, e quisesse pintar aquilo que vejo além, julgo que me bastaria um lápis e um papel, sem necessidade de puxar muito pelo poder criativo.
Não poderia descurar os tons verdes que são muitos, porque a sua diversidade teria que compôr a perspectiva do morro que se descai ao lado dum prédio de dez andares. Contra o azul esbatido do céu que o esbranquiçado duma nuvenzinha deixa mais enfeitado, aquelas quatro árvores parecem torneadas a rigor. São tronquinhos que se estreitam para cima, numa composição arredondada, formando uma copa finíssima, sem uma folha sequer. Nem a palmeira, nem o musgo a seus pés, nem outros troncos ali perto, retiram o que quer que seja à sua simplicidade. O muro lá atrás e uma casita em ruínas completam o quadro, que um dia já não poderá ser visível.
Um dia, o ruído das centenas de carros que aqui passam a cada minuto, irão passar a perturbar os ouvidos dos habitantes ou trabalhadores dalgum monstro de betão que se colará aos prédios vizinhos.

lixo

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

agostinho da silva

Bastariam estas três quadras para se ficar a gostar de Agostinho da Silva. Mas a obra dele é muito mais vasta... Ainda me lembro da sua simpatia e da sua frontalidade na TV.

Quanta coisa quis fazer
e quanta coisa não fiz
de um lado Deus permitiu
de outro lado Deus não quis

ou então não percebi
o que me dizia Deus
desatento a Seus projectos
por só me ocupar dos meus

ou nem isto nem aquilo
rodou assim o destino
puxem a corda que queiram
e a gosto badale o sino.

a noite


No ondular do vento
e da branca espuma,
no borbulhar ruidoso do mar,
imaginei a sombra esguia
que imitava melodias suaves,
transbordantes de cores
e de amores tardios...

Carinhosamente
a noite teimou em cair...

(Amaral Nascimento)


terça-feira, fevereiro 08, 2005

4 notícias 4

Cessar-fogo no Médio Oriente
O processo de paz na região conheceu um novo fôlego, com o anúncio de um cessar-fogo entre israelitas e palestinianos. O acordo histórico foi alcançado esta terça-feira na cimeira de Charm El-Cheikh entre Mahmoud Abbas e Ariel Sharon, que falam numa nova era no Médio Oriente.
(Visão OnLine)


Carnaval 2005 - 15 milhões
Uma euforia nacional que contagia todo o mundo. É assim o Carnaval do Rio de Janeiro. Muitas mulheres bonitas, pouca roupa e samba para animar os cerca de 60 mil felizardos que conseguem lugar no Sambódromo e os muitos milhões que assistem pela televisão. Este ano não foi excepção. As maiores escolas já desfilaram e a competição é cada vez mais cerrada. Este ano, estima-se que tenham sido gastos qualquer coisa como 15,5 milhões de euros, mas a cidade recebeu mais de meio milhão de visitantes nos últimos três dias.
(Correio da Manhã)






Governos ainda só deram um terço dos fundos prometidos
A ONU criticou, esta terça-feira, a comunidade internacional pela fraca concretização das promessas de apoio às vítimas dos tsunamis de 26 de Dezembro na Ásia, sublinhando que ainda só foi disponibilizado um terço do prometido.
As Nações Unidas já recolheram contribuições num montante recorde de 1,5 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros), uma semana após o sismo e maremoto que devastou o sudeste asiático.
(TSF OnLine)





«Pai» da ovelha Dolly vai clonar embriões humanos
O cientista britânico que clonou a ovelha «Dolly» foi autorizado, esta terça-feira, pelo Governo a fazer clonagem de embriões humanos para fins terapêuticos. O objectivo é curar doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson.
(TSF OnLine)

três actrizes


Somente 3 exemplos, de entre muitas outras que fazem a minha preferência.
Para este pequenino espaço, escolhi estes nomes.
Mas muitas mais poderão aparecer noutras ocasiões.


segunda-feira, fevereiro 07, 2005

segunda-feira

A minha segunda-feira não podia ter começado melhor.Às 7,30 saio de casa para tentar uma urgência no Centro Saúde. Lá chegado, uma ligeira fila, com uma vintena de pessoas. Fila na rua, com um frio de rachar. Entram empregadas, está lá dentro o segurança, mas "abrir a porta" só às 8 horas. Faça chuva ou faça frio ou caia neve!... Às 8 horas certinhas, o segurança abre a porta, e cada um tira a sua senha. Aguardo pela minha vez. Sou atendido, porque era pra uma urgência. A pessoa do lado queria marcar uma consulta normal, mas... só depois das 9 horas. Sentou-se à espera das 9. Chamaram-me, nem demorou muito tempo! Do lado de lá da secretária, o médico atendeu-me, "nos intervalos" de algo que estava a fazer com o seu computador portátil. Passou-me uma receita e mandou-me ao balcão. A empregada avisou-me que tinha que tirar outra senha e esperar a minha vez. Toca a sentar-me e esperar. Quando o meu número chegou, apresento a receita e ela carimba a receita. Peço uma fotocópia, mas diz-me que não têm fotocopiadora. Saio para a rua e procuro um sítio para tirar a fotocópia. Numa papelaria da zona não havia máquina, noutra estava avariada, nos correios não tiravam fotocópias. Uma cigana ouviu-me e aconselhou-me a tentar num mini-mercado próximo. Acertou! Tirei a fotocópia pretendida para entregar no mesmo Centro Saúde. Temi que fosse necessária outra senha, mas safei-me! Meti-me no carro e procurei uma farmácia, para aviar a receita. Quando cheguei ao balcão para ser atendido, diz-me o farmacêutico que faltava a vinheta. Como o remédio custava 8 contos resolvi não o aviar.
Já cansado com tanta peripécia, decidi voltar a casa e tomar o pequeno-almoço "numa boa".
À tarde, vou novamente passar pelo Centro Saúde.
Nota: Com tanta burocracia e incompetência, ainda nos admiramos do Portugal que temos...

domingo, fevereiro 06, 2005

tu não és o teu corpo!

Quando, um dia, li pela primeira vez a afirmação "Tu não és o teu corpo!", fiz uma pausa na leitura.
Eu, que tenho um nome e tenho uma personalidade, tenho igualmente uma mente e um corpo. Disso, eu não tenho qualquer dúvida. O nome foi-me atribuído para me distinguir dos "demais", criei a minha personalidade ao longo dos anos, e tenho uma parte mental donde brotam os pensamentos. E o meu corpo, esse é fisicamente visível, tratado com cuidado e carinho, na maior parte do tempo, e reconhecido como a minha pessoa, logo que apareço a alguém.
Então, eu não sou o meu corpo?
Hoje, neste momento, já não me é difícil reconhecê-lo. Eu não sou o meu corpo, porque "outra" coisa eu tenho que ser. Outra coisa mais profunda, muito mais desligada dos sentidos, uma coisa que "seja" para muito mais tempo do que o corpo que "está" aqui neste momento.
Eu "tenho que ser" qualquer coisa para além do corpo. Tenho que ser uma coisa que continue a ser, depois do corpo se calar. Eu tenho que ser o que sempre fui e não deixe de ser. Mais evoluído, menos evoluído - seja como fôr - "eu" só me posso imaginar como "algo" que sempre foi, como "algo" que estou a ser, como "algo" que hei-de continuar a ser.
Doutra forma, se assim não fosse, como me vou eu imaginar para além desta vida, ou como me posso imaginar, antes de aqui chegar? O que fui? Para onde vou? O que serei?
Desaparecido o corpo físico, "desapareço" eu também? A minha mente "esvai-se" e deixo de pensar? E de sentir? Quando "morrer" transformo-me em nada? Nada? O que é o nada?...
Eu não sou o meu corpo! Eu não sou a minha mente! Assim, faz todo o sentido!
Eu sou! Eu fui! Eu serei sempre!
Assim, fico em paz. Para além daquilo que os meus sentidos detectam, eu tenho um "eu" que não desaparece, tenho um "eu" onde os sentimentos se acumulam, tenho uma alma com uma linguagem própria - e essa vai prevalecer. Para além do corpo físico, para além dum "ego" construído ao longo dos anos - para além do universo, noutro universo, noutra dimensão ou a um outro nível de consciência - eu continuarei a ser!


sábado, fevereiro 05, 2005

what God wants

Depois de "O Deus de Amanhã", Neale Donald Walsch vai lançar, no próximo dia 22 de Março, nos EUs, o seu novo trabalho "What God Wants".
Do site oficial, retirei este extracto:
"Be careful. This book is dangerous. It explores with startling freshness the most important question you could ever ask, and offers with breathtaking courage the most extraordinary answer you could ever imagine.
That answer is so theologically revolutionary and so spiritually empowering that it could change the course of human history. If embraced, it most certainly will change your life."
"Quando foi a última vez que leste um livro perigoso?" - é o título do artigo. Depois de "O Deus de Amanhã", e face ao conteúdo de toda a obra de Neale Walsch, aguardo com curiosidade a sua publicação em Portugal, para saber o que é que falta ainda perguntar a Deus, que não tenha sido na trilogia "Conversas com Deus"...



sexta-feira, fevereiro 04, 2005

espaço meu




Já lá não ia há um tempinho! Ali, na minha roulotte, no meio da serenidade do parque, nem o frio faz o campismo parecer desconfortável. Ali é o meu recanto. Um espaço onde sinto qualquer coisa minha. Um espaço meu.

No Verão, é o bem estar da praia ali perto, é o constante rebuliço do vai-e-vém de toda a gente, é a luz e o calor do Sol. No Inverno, é a paz, a tranquilidade, o sossego, o silêncio das pessoas e das coisas.
Ali estou bem, sinto-me bem. Mesmo sozinho!
Há 3 anos atrás, em pleno Inverno, estava eu no Alentejo quando, de repente, disse ao Armindo: "Queres ir ao cinema?" - "Ao cinema? Onde?" - "Vamos a Lisboa, alinhas?"
Claro que alinhou. Metemo-nos no carro e, 150 quilómetros depois, descíamos no Forum de Almada. Comemos qualquer coisa, comprámos os bilhetes e "batemos" a sessão da noite. Como o local mais perto e mais barato para dormir era no Parque de Campismo, aí fomos nós para a roulotte. A noite estava gelada. Aquecimento não tínhamos. A água estava fria, como gelo. Tiradas as botas, cada um com um gorro na cabeça, de luvas, uns cobertores em cima dos edredons e pronto: a noite passou num instante. De manhã, foi o pequeno almoço no bar, uma voltinha pela praia e o regresso ao Alentejo.
Simplesmente assim! Sem nostalgia, uma recordação saudável...

o mar

Hoje, fui olhar o mar.
Às 16 horas, a maré vazia, ali na Caparica, deixava a descoberto um enorme areal, vazio de gente, cheio dum Sol ameno e convidativo.
Amigas e serenas, as ondas abrigavam uma dúzia de pescadores de conquilhas. As gaivotas andavam longe e só quatro cães, dóceis e pachorrentos, faziam companhia aos pouquíssimos passeantes, que cruzavam as praias.
Nas dunas, uma cabeça ou outra denotava a presença de alguém.
Do outro lado, alguns surfistas procuravam uma onda mais elegante, que teimava em não surgir.
Daqui a nada, o pôr-do-Sol iria trazer uma brisa mais fria, e a noite chegava, desconfortada.

o vazio

O vazio chega natural e simplesmente.
Como uma pluma desce suave e deixa um silêncio brando e morno.
Daqui a pouco, a brisa envolve-o e o sossego cresce para a vida de todos os dias.
Já vai indo o manso Inverno, e a Primavera vai espreitando, para que tudo vá crescendo e evoluindo.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

o guerreiro

Como dizia o enfermeiro daquele dia, o Armindo foi um guerreiro!
E não tenho dúvidas que o foi!
Durante três dias, quando os médicos já lhe davam poucas horas de vida, ele enfrentou o desconhecido que o puxava para fora deste mundo. E por ser desconhecido, fez-lhe frente, bravamente, sem um queixume, quase, sem lamúrias nem gestos de revolta. Silenciosamente, o coração bateu num compaço atrevido, próprio de quem quer "vender cara a derrota".
Agora, encontrou o caminho, já é Deus com Deus, conhecedor das Suas coisas e dos Seus poderes. Na sua fusão com o divino, já não é deste lugar mas, a outro nível de consciência, estará na tranquilidade e na paz. Olhando por nós, quem sabe?!...
Na nossa lembrança vai ficando, com o rolar dos dias e dos anos!
No nosso coração também!