Lisboa,

quarta-feira, novembro 29, 2006

estamos sempre 'aqui'


Nem sempre nos apercebemos!... E quantas vezes ignoramos aquilo que se passa, subtilmente, nas mais diversas sensações... nos mais íntimos momentos... nos pensamentos mais fugazes...




Nunca estamos "aqui" porque queremos estar sempre "ali", onde quer que isso seja.

Mas tentem perceber este ensinamento essencial:
Quando aceitamos cada momento como uma nova oportunidade de alcançarmos os nossos intentos, estamos sempre presentes, somos sempre bem sucedidos, estamos sempre a tornar o mundo melhor.

E estamos sempre "aqui".


(Shawn Shea in Felicidade existe)

segunda-feira, novembro 27, 2006

o presente


"O nosso cérebro e os nossos sentidos só nos permitem sentir o momento presente.
O mundo existe na sua globalidade - algures. A quantidade desse mundo que eu posso ver está inteiramente dependente do aparelho perceptível com que nasci. Esta limitação é definida não só pelas capacidades limitadas dos meus sentidos para reunir informação, como também pelo poder de processamento do meu cérebro ao interpretar a informação que os sentidos recolheram.
Todos os organismos, incluindo os humanos, vêem apenas uma parte do mundo. Um cão não pode ver a cor vermelha, mas ela existe. Uma formiga não pode ver uma casa 500 metros à sua frente, mas ela existe. Nós não podemos ver os infravermelhos, mas eles existem.
O mesmo acontece com o nosso cérebro, que está preparado para sentir apenas o momento presente e ponto final! No que toca à realidade, todos os seres humanos vivem em jaulas. Não conseguimos ver as grades das nossas jaulas porque elas estão atrás dos nossos olhos, na nossa mente. O nosso cérebro limita aquilo que podemos ver, ouvir e até sentir. A este nível, o nosso cérebro limita severamente a nossa experiência do tempo ao momento presente. O presente é tudo o que um ser humano pode ter. No que diz respeito à experiência, o passado e o futuro não existem para os seres humanos, são meros conceitos."


(Shawn Christopher Shea in Felicidade existe)

domingo, novembro 26, 2006

Mariza no Royal Albert Hall


Foi a primeira artista portuguesa a actuar sozinha na prestigiada sala de espectáculos londrina.

A fadista Mariza conseguiu encher quarta-feira à noite (dia 22), o Royal Albert Hall, a mais prestigiada sala de espectáculos de Londres, num concerto que a artista considerou «um espectáculo único».

Em declarações à Lusa no final do concerto, Mariza confessou estar «muito feliz por ter tido esta oportunidade de juntar no mesmo palco artistas como o Carlos do Carmo, o Tito Paris, o Jaques Morelenbaum e o Rui Veloso».

A ideia, explicou, «era fazer o triângulo da lusofonia em palco, com sons de África, do Brasil e também os nossos, de Portugal».

A presença destes convidados especiais fez com que o concerto tivesse vários momentos de improviso, que a cantora admite serem «muito pouco habituais», mas que julga terem dado «um valor muito especial ao público inglês». «No final acabou por correr tudo muito bem (...) Tenho consciência que é muito difícil que uma oportunidade destas se volte a repetir, isto foi um espectáculo único e por isso estou feliz que tenha acontecido neste local tão especial», acrescentou.

Mariza já tinha revelado que dar um concerto no Royal Albert Hall, onde nunca um artista português tinha actuado sozinho, «era um sonho antigo, que agora fica concretizado da melhor maneira».

«Lembro-me de passar à frente deste fabuloso local e pensar que um dia gostava de vir aqui ver um concerto. Nunca pensei que viria aqui dar um concerto», confessou a artista à plateia.

Como já tinha acontecido nos concertos que deu em outras salas de Londres, nos últimos dois anos, os aplausos voltaram a acompanhar toda a actuação da fadista, mesmo, em algumas vezes quando as músicas ainda não tinham chegado ao fim.

(portugaldiário)


O Royal Albert Hall é uma sala de espectáculos em South Kensington, Londres com capacidade para cerca de 8000 pessoas. Foi inaugurada a 29 de Março de 1871 pela rainha Vitória, em memória do seu falecido consorte Alberto de Saxe-Coburgo-Gotha.

O edifício, caracterizado por uma abóbada de vidro, foi desenhado pelo Capitão Francis Fowke e o Coronel H.Y. Darracott Scott, que optaram pelo uso do tijolo em terra-cota. Esta preferência arquitectónica é característica da época vitoriana e está presente, por exemplo, no Museu de História Natural de Londres.

O diâmetro exterior maior tem 272 pés, enquanto o diâmetro interior atinge os 219 pés.

Desde então o Royal Albert Hall tem sido utilizado para eventos culturais e desportivos.

sexta-feira, novembro 24, 2006

the interview with God

Da Teresa Calcao recebi, há dias, um comentário com este "link"!

De Lisboa para New Jersey, o meu obrigado pela partilha e aqui fica o poema, tal como se lê no video, combinado com belas imagens e com uma música deliciosa...





THE INTERVIEW WITH GOD


I dreamed I had an interview with God.

“So you would like to interview me?” God asked.

“If you have the time” I said.

God smiled. “My time is eternity.”
“What questions do you have in mind for me?”

“What surprises you most about humankind?”

God answered...
“That they get bored with childhood,
they rush to grow up, and then
long to be children again.”

“That they lose their health to make money...
and then lose their money to restore their health.”

“That by thinking anxiously about the future,
they forget the present,
such that they live in neither
the present nor the future.”

"That they live as if they will never die,
and die as though they had never lived.”

God’s hand took mine
and we were silent for a while.

And then I asked...
“As a parent, what are some of life’s lessons
you want your children to learn?”

“To learn they cannot make anyone
love them. All they can do
is let themselves be loved.”

“To learn that it is not good
to compare themselves to others.”

“To learn to forgive
by practicing forgiveness.”

“To learn that it only takes a few seconds
to open profound wounds in those they love,
and it can take many years to heal them.”

“To learn that a rich person
is not one who has the most,
but is one who needs the least.”

“To learn that there are people
who love them dearly,
but simply have not yet learned
how to express or show their feelings.”

“To learn that two people can
look at the same thing
and see it differently.”

“To learn that it is not enough that they
forgive one another, but they must also forgive themselves.”

"Thank you for your time," I said humbly.

"Is there anything else
you would like your children to know?"

God smiled and said,
“Just know that I am here... always.”


(author unknown)

terça-feira, novembro 21, 2006

a wonderful world

Obrigado pela ideia, Jonice!
Há sempre um mundo maravilhoso lá fora... e, encontrado algures pela Net, a música de Louis Armstrong é sempre uma maravilha a encantar a criança que há em nós...


Louis Armstrong- A Wonderful World


I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
and I think to myself, what a wonderful world

I see skies of blue and clouds of white
the bright blessed day, the dark sacred night
and I think to myself, what a wonderful world

the colors of the rainbow, so pretty in the sky
are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying, "how do you do?"
they're really saying, "I love you"

I hear babies cry, I watch them grow
they'll learn much more, than I'll never know
and I think to myself, what a wonderful world

yes, I think to myself, what a wonderful world


sexta-feira, novembro 17, 2006

no outro lado do tempo




No outro lado do tempo
cantam as águas
que no mar cintilam.

No tempo das coisas vivas
as coisas não são as mesmas
quando sentidas a sós.

Ali
na solidão silenciosa
esfria o gosto
e chora o sorriso
tal a nuvem ligeira
que encobre sozinha
um sol
simplesmente seu.

Aqui
encontrei o murmúrio do riacho
o arco-íris no luzir pachorrento
da água da vida.
Aqui
o azul já é celeste
já é universo
já é uno com os verdes da natureza.

Aqui
reina o brilho espalhado no cântico
das formas que amamos.

Quero ter um amanhã
no fundo de cada bolso
enrolado num abraço ao presente
bordado de recordações vivas
fulgentes
resplandescentes.

Quero ter depois de ser
quero sentir
quando pensar que o mundo vai escoar
no sonho do impossível.

No silêncio do imaginário
escondo a lua em cada beijo
abraço o Sol reluzente
e vou contando pelos dedos
cada estrela
cada ponto
cada rasto luminoso
que um dia vai ser meu leito.

(Amaral Nascimento)


quarta-feira, novembro 15, 2006

estas rosas



"Estas rosas que estão debaixo da minha janela não fazem alusão a rosas antigas ou a rosas melhores; valem por si só; existem no presente com Deus. O tempo não existe para elas. Existe apenas a rosa; que é perfeita em cada momento da sua existência. Antes de um botão de flor rebentar, toda a sua vida existe; na flor que abriu por completo já não existe; na raiz sem vida também não. A sua natureza está satisfeita e satisfaz a natureza em todos os momentos semelhantes. Mas o homem ou adia ou se lembra; não vive no presente, mas com um olhar revertido lamenta o passado, ou distrai-se com os ricos que o rodeiam, põe-se em bicos de pés para espreitar para o futuro. Não vai conseguir ser nem feliz nem forte, enquanto não viver com a natureza no presente, acima do tempo."

(Ralph Waldo Emerson in Self-Reliance)

segunda-feira, novembro 13, 2006

outra janela


"O azar não existe, nada acontece por acidente, não há coincidências e Deus não comete erros."
Quão difícil de aceitar estas verdades, quando nos batem à porta situações que nos destróem por dentro e nos arrazam a alegria, antes adquirida.
Mas, tal como tudo é, no momento, assim deve ser encarado com perfeição. Só assim, o sofrimento não tem lugar.
Especialmente, quando algo é doloroso, quando alguma coisa parece longe de ser perfeita, quando nada parece correr bem - especialmente nesses momentos - uma lição de vida está prestes a acontecer.
Ainda que com o coração partido, é urgente estarmos atentos e em alerta permanente.
Alguma coisa vai acontecer quando uma porta se fecha estrondosamente nas nossas costas... e quando uma janela se entreabre lentamente, deixando que uma luminosidade subtil nos proporcione a criação duma versão nova daquilo que pensávamos ser...

sábado, novembro 11, 2006

os maus momentos


"A vida não é maravilhosa por estar cheia de bem-estar.
A vida é maravilhosa porque é uma "combinação maravilhosa de bem-estar e sofrimento". É esta combinação que dá cor à vida.
Isto não significa que queiramos passar por maus momentos, mas sim que tenhamos de aceitar estes maus momentos como reflectores que fazem com que os nossos bons momentos nos saibam tão bem. Tal como os vilões dos filmes, os maus momentos têm o seu papel: se não existirem vilões não poderão existir heróis. É tão simples como isso. Os maus momentos dão origem e sentido aos bons momentos."

(Shawn Christopher Shea in Felicidade existe)

quinta-feira, novembro 09, 2006

relaxe

Neste momento não se está a passar nada realmente mau.
Relaxe.
Não há nada para controlar.
Nada.
Rigorosamente nada.


(Shawn Shea in Felicidade existe)

terça-feira, novembro 07, 2006

parabéns, senhor engenheiro



Dizias o ano passado que, "acima de tudo" tinham sido "26 anos bem vividos".
Pois, cá estamos de novo a olharmos para trás e a constatarmos que "muitas coisas" aconteceram, empilhadas no bom e no menos bom, mas todas elas enriquecedoras, dádivas que a Vida não cansa de te propôr...
Terça-feira, 7 de Novembro, dia de Outono, dia do apagar das velas, dia dos parabéns!...
Que os céus te enviem sons de luz em todos os momentos da tua vida e nunca esqueças que é nos momentos difíceis que a Vida te dará a fortuna de saberes que ÉS muito mais do que pensas ser.
Ainda e sempre um grande abraço!


sexta-feira, novembro 03, 2006

sofremos


"Sem alegria não existe nada" - ouvimos por aí, meditamos, assimilamos cada palavra em cada sentido, em cada sensação.

Chove lá fora. Muito.

Alegria e tristeza, duas palavras, apenas duas palavras, unicamente duas formas de estar, duas expressões da mesma energia que nos move, duas experiências da mesma força que nos conduz, dois sentimentos brotados da mesma fornalha, tal como tudo neste mundo criado na dualidade imparável e universal.

A chuva cai e balanceia os seus sons na cantoria persistente que lhe é peculiar.

Não há tristeza que não tenha as suas causas.
Acho que sofremos, apenas porque desejamos que as coisas sejam diferentes daquilo que gostaríamos.
Sofremos enquanto não aceitamos a realidade que foi criada no espaço-tempo em que nos movimentamos. Nessa aceitação, estará o nosso "estado" de ser. Alegre ou triste. Pesado ou levemente atraente.
A alegria faz bem à alma. Uma alma alegre é a expressão mais próxima da divindade que nos habita.

Lá fora, a chuva continua insistente. O Outono reforça a sua marcha molhada e ventosa.

Há alegrias que se partilham. Quando a tristeza atinge alguém, desprevenido e só, busca um lugar na mente que a faça persistir sem piedade.
Dói a tristeza. Principalmente quando, antes, se apostou tudo na alegria acreditada.

quarta-feira, novembro 01, 2006

pão por Deus


Dia 1 de Novembro. Foi em Mafra. Um costume que desconhecia. Pelas ruas da vila, crianças, de saco de pano na mão, tocavam as campainhas das portas, entravam nos estabelecimentos comerciais e gritavam: "Pão por Deus!". As portas abriam-se, os donos dos estabelecimentos sorriam e os sacos dos miúdos iam-se enchendo de rebuçados, doces, fruta e... chouriços...

Do "Boletim da Juventude" da Câmara Municipal de Mafra, do ano passado, assinado por Carla Nascimento Ribeiro, retirei este excerto:

"Sair para a rua com um grupo de amigos, se bem que com os pais atrás, levando nas mãos apenas um saco de pão e tendo autorização para carregar em quase todas as campainhas das portas, não podia ser mais convidativo. Com um percurso já testado do ano passado e com a benção do sol, foram vencidos os primeiros acanhamentos iniciais e o peditório começou!
Quase todas as casas abriram as suas portas. De roupão e toalha à cabeça, de pijama ou já com a toilette vestida, as gentes de Mafra sorriram para dúzias de crianças que pediam a bons pulmões: "Pão por Deus!" E dizendo isto levantavam os sacos do pão abertos, deitavam um olhar de esguelha aos donativos e apressavam-se a correr para a casa seguinte. É claro que para os pais ficava a tarefa dos agradecimentos. Nem uma única vez a reacção foi rabugenta, malcriada ou zangada. Sempre com um sorriso, os donos das casas ou corriam para a cozinha a buscar umas quantas guloseimas ou então, e daqui já se vê onde reside o espírito desta tradição, simplesmente pegavam em saquinhos já feitos e atados e depositavam dentro dos sacos do pão.
O costume da esmola do dia de finados, que em muitas zonas da Estremadura assume o nome de "Pão por Deus", é na verdade uma tradição com muitos anos de história vivida não apenas em Portugal, mas também noutros países da Europa. Se no início esta prática estava associada a "sacrifícios ou cerimónias fúnebres rituais (...) que consistiam em ofertas alimentares às almas dos familiares falecidos" (Boletim Cultural Mafra/92), com o passar do tempo o peditório começou a ser feito pelos mendigos e pelas crianças pobres ou não. Estes "representavam as almas dos mortos que nessa ocasião também erravam pelo mundo a visitar os lugares que em vida tinham habitado". Na zona de Torres Vedras, por exemplo, há 50 anos atrás os donativos consistiam em "broas de erva-doce, nozes, pinhões, figos secos, passas, peros e maçãs" (Festividades cíclicas em Portugal de Ernesto Veiga de Oliveira/1984). E hoje?..."



Hoje, eu próprio confirmei: Os sorrisos das crianças que estendiam os sacos abertos eram os mesmos sorrisos de quem oferecia guloseimas, fruta, doces.. e até dinheiro, quando não tinham outra coisa...
Tradição de há quantos anos?... Não sei! Como dizia a D.Nazaré Cachucho, a viver em Mafra, há mais de 40 anos: "Eu adoro o Pão por Deus, de ver as crianças da rua e desconhecidas. A primeira criança tocou-me à campainha às 8 horas da manhã e as últimas apareceram por volta do meio-dia."