eu sou alma
Aquilo que nós, enquanto "seres humanos", sentimos no mundo material está relacionado com o nosso corpo, os nossos pensamentos e os nossos sentimentos, e com os nossos relacionamentos. Além destes pontos de apoio, o nosso intelecto produz uma sensação relativamente a quem ou o que somos.
Quanto mais tarefas forem cumpridas, menos dos velhos pontos de apoio encontra o nosso intelecto. Por isso, pode ser que surja frequentemente dentro de nós um medo da "dissolução". É um pouco como o medo de morrer, apesar de não haver nenhum perigo no ambiente que nos rodeia que indicie que isso possa acontecer. Na realidade, nessa altura, o nosso intelecto está a aperceber-se de que aquilo que ele conhece como o "eu" se dissolve. "Eu e os meus sentimentos. Eu e as minhas tarefas importantes. Eu e os meus amigos. Eu e os meus inimigos. Eu e os meus desejos. Eu e as minhas vivências. Eu e a luta no mundo..." Quando isso se perde, o intelecto sente cada vez mais o vazio ao pensar "Eu e os meus...".
O nosso novo sentido do eu será totalmente diferente. Nós somos alma. A alma não reflete sobre si própria. Por isso, nós também iremos refletir cada vez menos sobre nós próprios. Para esse efeito, limitar-nos-emos a fazer aquilo que no momento surge dentro de nós como impulso. Independentemente daquilo que os outros possam pensar disso e se isso é ou não lógico e razoável.
O que sou? - As fases do sentimento do eu decorrem mais ou menos da seguinte forma, no caminho para a liberdade:
- "Eu não sou os outros. Eu sou eu. E eu faço aquilo que me faz bem."
- "Eu não sou os meus pensamentos nem os meus sentimentos. Eu limito-me a observá-los. Mas então, o que sou?"
- "Eu sou alma. Eu faço cada vez mais apenas aquilo que a minha alma quer."
- "Eu sou alma e a alma é uma parte de Deus. Deus está dentro de mim. Eu faço aquilo que Deus quer. Faça-se a Sua vontade."
- "Eu sou alma e dentro de mim existe a Criação. Eu sou tudo. Eu faço aquilo que deve acontecer através de mim."
- "Eu sou tudo e ao mesmo tempo nem sequer existo. Eu não sou mesmo real."
(Ruediger Schache in O segredo de Deus)