Lisboa,

terça-feira, novembro 23, 2010

doce silêncio


O peito já me arrefece
já nem a marca lá sinto
aquilo que adoro ser
se baixinho te disser
a ti eu sei que não minto

Sei bem como te dizer
sei que o quero e não esqueço
trago-te dentro de mim
dentro dum peito sem fim
entre farpas que arremesso

Só o mar me compreende
só ele é minha verdade
nesses teus olhos falantes
como em estrelas brilhantes
deixo morrer a saudade

Sei que me pesa o silêncio
sei que a voz não chega a ti
sei que os sentidos me apertam
só os tais sonhos despertam
as palavras que te ouvi

(Amaral Nascimento)

segunda-feira, novembro 15, 2010

saber-te amar


Como vou
saber-te amar,
nesse teu peito
que me acorda,
e me grita
no silêncio,
que se esconde
numa essência
sei lá onde?

Como vou
secar a lágrima
que faz luz
nesse teu rosto,
e te abraza
e te deleita,
que é lua e é mar
e só conhece
o verbo amar?

Como vou
olhar o vento,
como vou
chamar teu nome,
perscrutar o firmamento,
e sorrir
sorrir de novo
no sorriso que alimento?

(Amaral Nascimento)

quarta-feira, novembro 10, 2010

no dia dos teus anos


Quando um dia
eu fôr ao Céu
mandarei de lá uma estrela
para te oferecer
no dia dos teus anos...

Enfeitará teu cabelo
dará luz ao teu olhar
e será sempre o carinho quente
que te vai aquecer
nas noites frias
de Inverno...



domingo, novembro 07, 2010

parabéns


Estando bem longe,
estamos perto suficiente
para,
neste dia,
neste momento,
em conjunto,
desejarmos que este dia 7
seja um dia
para lembrarmos mais tarde,
um dia feliz,
tranquilo,
onde possas sentir,
ao teu redor,
todo o amor que mereces.



quinta-feira, novembro 04, 2010

partilha cega



Como vou eu
sondar a estrela,
como vou esconder o sol,
como vou abrir os olhos
pra me ver no olhar dela?

Como vou eu
sonhar o sonho,
como vou vencer o frio,
como vou despir o céu
pra ver o teu ar risonho?

Como vou acreditar
se o momento se esvazia,
como vou reaprender
se a razão é gritaria?
Como vou trazer de volta
a chama que vem de ti,
este amor de rédea solta
partilha cega que ri?


(Amaral Nascimento)

segunda-feira, novembro 01, 2010

o porão da tua alma


Quanto tempo
o tempo tem
dentro do meu universo?
Tem o sopro duma chama
tem o delírio de um som
tudo o que ainda me ama
nas linhas deste meu verso.

Quanto tempo
o tempo tem
no porão da tua alma?
Tem um sussurro que treme
tem um momento que agita
a tal guitarra que geme
nesta noite fria e calma.

Quanto tempo
o tempo tem
no gostar desse teu gosto?
Tem o calor dum abraço
tem o doce dum encontro
mil beijos no teu regaço
nos teus olhos e no teu rosto.

(Amaral Nascimento)