Lisboa,

terça-feira, novembro 29, 2011

nascer e morrer



Nasci, vivi, morri sem querer,
vi o Deus da Vida chamando por mim,
tomei outra forma voltando a nascer,
esqueci outra vez que o Todo é assim.

Vim experimentar aqui esta Vida
desta maneira, tal como Deus quer,
vim rir e chorar, cantar de seguida,
morrer depois pra voltar a nascer.

Quando amanhã a Luz reunir
as cores que fazem a Vida crescer,
verei que sou Filho e Pai a sorrir,
e nada mais há que o Deus do meu Ser.

(Amaral Nascimento)

segunda-feira, novembro 28, 2011

comentários


Agora que o número de comentários chegou praticamente a zero, o incentivo para continuar limita-se ao gosto de escrever...
Num comentário muito atrás, alguém fazia essa observação, notando a coerência e o espírito que este blogue mantém desde o seu início, e isso tem sido, na verdade, o objectivo principal.
Nem toda a gente pode estar de acordo com tudo o que aqui está escrito.
Mas todos estes textos e poemas fazem parte daquilo que fui aprendendo ao longo destes anos.
Aprendi muito e o que aprendi corresponde à verdade que se identifica com "aquilo que eu sou".
Aprendi aquilo que me faz acreditar.
Ficou sem sentido muito daquilo que me "fizeram acreditar", daquilo que era tradicionalmente ensinado e aprendido quanto aos valores da vida, aos valores espirituais, àquilo que nos ajuda a comportarmo-nos perante as outras pessoas e todas as coisas que nos rodeiam.
Aquilo em que acreditamos baliza os nossos comportamentos e determina o tipo de sociedade que, aos poucos, vamos criando.

sábado, novembro 26, 2011

dancemos no mundo






SERGIO GODINHO
Dancemos no mundo

Isto é como tudo
não há-de ser nada
a minha namorada
é tudo que eu queira
mas vive para lá da fronteira

Separam-nos cordas
separam-nos credos
e creio que medos
e creio que leis
nos colam à pele papéis

Tratados, acordos
são pântanos, lodos

Pisemos a pista
é bom que se insista
dancemos no mundo

Eu só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos
levantando o pó
dançar como amigo só

Por ódio passado
(que seja maldito)
amor favorito
não tem importância
se for é de circunstância

Separam-nos crimes
separam-nos cores
a noite é de horrores
quem disse que é lindo
o sol-posto de um dia findo

Sozinho adormeço
E em teu corpo apareço
Pisemos a pista
é bom que se insista
dancemos no mundo

Eu só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos
levantando o pó
dançar como amigo só

Em passos tão simples
trocar endereços
num mundo de acessos
ar onde sufocas
lugar de supostas trocas

Separam-nos facas
separam-nos fatwas
pai-nossos e datas
e excomunhões
acondicionando paixões

Acenda-se a tua
luz na minha rua

Pisemos a pista
é bom que se insista
dancemos no mundo

Eu só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos
levantando o pó
dançar como amigo só


quinta-feira, novembro 24, 2011

noética



Na tradição ocidental, a noética foi fortemente influenciada pelas teorias dos filósofos da Grécia Antiga a respeito da consciência, do conhecimento e do eu. Deriva dos termos gregos nous, a mente, a alma racional, a inteligência; noema, o objecto ou foco de nous, e noesis, que significa estritamente o acto de pensar em si, e também uma compreensão global, completa e instantânea de qualquer questão sem o intermédio da articulação pela linguagem, equivalente ao ´insight´ moderno ou ao conceito de intuição.

"Homem e animais são constituídos por uma dimensão biológica, uma dimensão psicológica e uma dimensão social, contudo, o homem se difere deles porque faz parte do seu ser a dimensão noética. Em nenhum momento o homem deixa as demais dimensões, mas a essência da sua existência está na dimensão espiritual. Assim, a existência propriamente humana é existência espiritual. Neste sentido, a dimensão noética é considerada superior às demais, sendo também mais compreensiva porque inclui as dimensões inferiores, sem as negar - o que garante a totalidade do homem".
A dimensão noética seria, então, uma dimensão não-determinada, mas determinante; a dimensão da unicidade, da identidade mais profunda do ser humano, implicando também a transcendência livre, criativa e responsável das limitações. Frankl assinala que ela é necessariamente inconsciente, pois impulsiona a pessoa para fora e para além de si mesmo, onde a consciência do eu deixa de existir e todo o interesse se volta para o outro. A dimensão noética pode manifestar-se de várias formas - no trabalho e no amor altruístas, na intuição verdadeira e na experiência religiosa.
Para Husserl, a noética, além de ser a dimensão espiritual, é o factor determinante na atribuição de significado à experiência. Ao animar o elemento material, entrelaçando-se em sínteses e continuidades múltiplo-unitárias, dá lugar à consciência de algo, de modo que em tal consciência pode "anunciar-se, demonstrar-se e determinar-se racionalmente a unidade da objetividade".


segunda-feira, novembro 21, 2011

the storm

Ao contemplar tudo o que está a ocorrer no nosso planeta, nos dias de hoje, é justo você perguntar: "Isto tem que acontecer? Por que está isto a acontecer? "
A resposta é sim, tem que acontecer. O que está acontecendo está a acontecer porque a própria vida está acontecendo e tudo se move em ciclos de vida, de acordo com uma fórmula. Esta fórmula exige que a vida progrida através de fases, baseadas em princípios de funcionalidade, adaptabilidade e sustentabilidade.
Sempre que a funcionalidade da vida em qualquer de suas muitas formas é ameaçada, ela adapta-se e manifesta-se, tornando-se sustentável numa nova forma.
Esta é a razão para a experiência humana a que chamamos morte. A morte não é o fim total da vida, mas a continuação da vida através da adaptação da manifestação de uma dada forma de vida, o que a torna sustentável numa forma nova.
Isto é verdade para tudo na existência. Nada "morre", e você não pode "matar" uma coisa. Absolutamente nada. Você não pode matar uma pessoa, você não pode matar um animal, não pode matar uma planta.
É importante que se entenda isto, nos tempos que vivemos, especialmente, porque há aqueles que morreram, e aqueles que vão morrer, durante esta Revisão da Humanidade, e é utilíssimo saber que a morte não é um processo que leva uma vida, mas um processo que muda uma vida.
Perdemos a sua presença, eles partem do nosso convívio - sentimos a sua falta terrivelmente - mas não precisamos lamentá-los. A nova forma que eles adoptam traz-lhes grande alegria. Isto significa que é uma excelente ideia acabarmos com as nossas próprias vidas na nossa forma actual?
Fazem-me essa pergunta muitas vezes, em muitos auditórios, pessoas de muitas culturas. A minha resposta é sempre não. A partida da alma desta vida física nunca é uma tristeza, mas sempre uma alegria, quando e como ela acontece.
Isto não significa, porém, que é uma "boa idéia" simplesmente sair desta vida física. A agenda da alma é aquilo que está sendo servido aqui na terra, e se a agenda da alma está completa, as circunstâncias correctas e perfeitas serão co-criadas para a sua partida. Mas estas circunstâncias nunca serão produzidas artificialmente pela mente.
Assim como é uma alegria deixar o corpo físico, também é uma alegria ficar, e se a vida no plano físico não é uma alegria, é porque não estamos olhando para ela a partir da perspectiva da alma, mas sim, tentando descobri-la com a nossa mente.
A vida nunca fará sentido para a mente. Ela só vai fazer sentido, e só pode produzir felicidade sustentada a longo prazo, paz e alegria, quando abraçada a partir da perspectiva da alma.
O truque, então, se não somos felizes na vida, não é deixarmos o corpo, mas juntarmo-nos à alma. Isto pode ser feito enquanto a pessoa está com o corpo. Acontece que a maioria das pessoas não está levando a alma dentro da sua experiência diária. Antes desta conversa acabar, vou compartilhar com você exactamente como fazer isso. E quando você se comunicar com a sua alma você vai entender plenamente o que está acontecendo aqui, no nosso planeta. Você saberá que quando a capacidade de qualquer forma de vida para continuar na sua expressão actual ficar comprometida, a forma da vida adapta-se na sua expressão para permitir que ela imediatamente se torne sustentável outra vez. É desta forma que a vida se torna eterna.
Agora não temos dúvidas de que a expressão da vida a que chamamos Terra (aquilo a que alguns vêm chamando Gaia) ficou comprometida na sua capacidade para continuar na sua expressão actual. As condições que levaram a esta circunstância ameaçadora foram criadas, em parte, pelas formas de vida humana que habitam a Terra. Estas formas humanas, por sua vez, passaram a ter as suas próprias expressões ameaçadas. Em suma, nem o planeta nem a sua população poderiam continuar dessa maneira.
Não se preocupe.
Tendo atingido o limite de sua capacidade para produzir a sustentabilidade no ambiente terrestre, nas actuais condições, o Ciclo da Vida adapta todas as formas de vida neste ambiente, de modo que todas as expressões da vida aqui possam voltar a ser sustentáveis.
Por outras palavras, a vida na Terra está mudando, a fim de continuar. De facto o que está mudando é a garantia de que irá continuar.
Portanto, esta é a razão daquilo que está a acontecer.

(Neale Donald Walsch em The Storm Before The Calm)

sexta-feira, novembro 18, 2011

uma estrada no céu



Se existisse
ao menos
uma pequenina luz
que fizesse do sonho
um nadinha de realidade
agora
e aqui
sopraria a neblina
ganharia forças
e construía
uma estrada no céu
para mais depressa
chegar
até ti

(Amaral Nascimento)

quarta-feira, novembro 16, 2011

somos guerreiros


A esperança é pensamento feito Deus.
É energia que se sente como o vulcão que vem do centro da terra.
Verás e sentirás Deus na medida do teu acreditar, tal como os anjos protegem e brilham na sombra e na dúvida.
Se eu fosse anjo cuidaria do teu sorriso, plantá-lo-ia no jardim dos caminhos humanos. Mas também eu caminho na dúvida, busco a luz, luto na sombra, como um tambor acordando bandos de aves migrando de lugar para lugar, desconhecendo distâncias intemporais.
O conhecimento mora nos mais pequeninos seres. Acreditam na sua capacidade, encurtam quilómetros e desbravam o impossível.
Somos capazes de todas as epopeias porque somos seres divinos.
Somos seres capazes de suportar faltas alheias, de sermos honestos, de perdoar...
Somos guerreiros, donos das palavras, senhores da luz...
Mas hoje o peito arde um pouco mais, tem um peso que esconde a luz, deixa um rasto de tristeza...
Quero que o amanhã seja diferente, mais luminoso e esperançoso...


segunda-feira, novembro 14, 2011

musa



Todos nós temos, no subconsciente ou talvez no inconsciente, essa resposta tão única que é a de sabermos quem somos...
Se assim fosse, se o esquecimento não fizesse parte da nossa existência presente, não seríamos capazes de apreender as sensações e emoções que a vida proporciona, de uma forma profunda, realista e plena.
Vamos ter que descobrir isso apenas quando nos desligarmos deste mundo terreno...
Hoje, temos alegria à nossa volta. Manifestada de diversas formas, algumas que são tesouros que nunca iremos perder.
Vou sonhar contigo, musa adormecida!
Vou descobrir a sensação do teu toque, duma carícia que agora está no imaginário.
Num sonho não há idades; parece que tudo acontece no mesmo instante do tempo - o outro tempo que não envelhece nem cataloga os seres vivos.


sábado, novembro 12, 2011

um sonho diferente


Um sonho não é apenas um sonho.
Porque é mais do que um sonho.
Neste sonho, recordei imediatamente o meu pai, já falecido há muito.
Mas levava-o comigo, segurando-lhe as duas mãos, fazendo-o seguir à minha frente.
Como fazemos ao nosso filho.
Porque ele era pequenino...

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Algures, em algum lugar espiritual, será fácil reconhecermos um familiar, um amigo, alguém que amámos verdadeiramente.
Não será a sua forma, a sua figura habitual, a imagem que mais facilmente recordamos... que irá ajudar-nos a reconhecê-lo.
Reconhecê-lo-emos naturalmente... sem qualquer dificuldade.
O sonho acima descrito permite-me também pensar que os seres espirituais não têm as idades que habitualmente lhes damos...
Os seres espirituais têm idades?
Seguramente, não estas que tiveram ou têm nesta vida!...


quinta-feira, novembro 10, 2011

dia dez



Um dia pode contar a história duma vida inteira.
Todos os dias são únicos e maravilhosos, mas só naquele "momento especial" o iremos compreender verdadeiramente.
O teu 48º vai trazer-te à memória muitos outros especiais que enfeitam a tapeçaria da tua existência.
Que este dia 10 seja o acumular de muitos momentos bons e felizes.
Que seja um dia grande, que faça despontar alegria e bem-estar, que te faça sorrir.


quarta-feira, novembro 09, 2011

Buddha Eden

Jardim da Paz Buddha Eden
Quinta dos Loridos - Bombarral

segunda-feira, novembro 07, 2011

brindemos



Parece que foi ontem,
mas não foi...
Foi há 32 anos, atrás duma porta, na maternidade,
que senti o teu primeiro respirar...
Brindemos!
Hoje como filho, amanhã como pai, brindemos à felicidade,
neste dia 7 e nesta dupla etapa da tua vida.


quarta-feira, novembro 02, 2011

assim pensando


O que é maravilhoso é sentirmos que algo está a acontecer dentro de nós, e termos a percepção de que tudo à nossa volta se agita tentando comunicar...
Passamos o nosso tempo lutando para conquistarmos coisas e mais coisas, com o objectivo de TERMOS sempre mais e mais...
Esquecemos, geralmente, aquilo que somos, aquilo que podemos ser para nós mesmos e para os outros e para todas as coisas que nos rodeiam.
Para alcançarmos o que pretendemos, muitas vezes nem pensamos nas consequências que provocamos ao ar que respiramos, à árvore que nos dá oxigénio, ao rio que nos dá água, à terra que nos dá alimento, à pessoa que temos ao lado...
Quantas vezes magoamos, alteramos, destruímos!...
Apenas para TERMOS mais alguma coisa.
Se olharmos pacificamente para o nosso interior, vamos ter a sensação de que algo de mais importante acontecerá se "sentirmos" que podemos SER de diferentes maneiras.
E com essa escolha transformamos, automaticamente, tudo à nossa volta.
Parecem ser teorias balofas mas é, apenas, a Vida a acontecer...