o tal amanhã
está o céu...
Aquela tal magia
que se percebe estar
para além do horizonte
virou imaginário,
arrematado em silêncio,
grudado nas memórias
de sorrisos desfeitos...
Dum lado ficou o cheiro subtil
de todas as coisas dum presente
que esqueceu o passado...
Do outro lado brilham estrelas
coloridas em azul,
desfraldadas ao vento,
cavalgando em brisas arrepiantes
que só o mar sossega...
Sinto-te no ar,
invento-te entre os braços,
deleito-me no teu corpo,
desfaço-me no prazer suave
de mil carícias...
Quando
o calor da paixão abranda,
abro as mãos
vazias de ti,
sentidas da tua pele,
coladas do húmido ardor
que se evapora
e me deixa vazio,
de novo sem ti,
de novo com o sonho
do tal amanhã...
(Amaral Nascimento)