Habituara-me a vir a este espaço todos os dias.
Para além duma necessidade, era um prazer. Durante meses, procurei que não me faltasse um texto, uma imagem, uma frase, uma recordação.
Quando comecei, não fazia ideia que iria encontrar pessoas que se interessassem e, muito menos, que se dessem ao trabalho de me comentar. Era um novato nesta atmosfera blogueira e desconhecia que "já começava a ser assim" nos outros blogues.
A minha prontidão e abertura para me tornar leitor e interessado no que se passava noutros "sítios" tornou-se expontânea, e comecei a achar que fazia parte da minha "obrigação" como ser humano que está integrado numa sociedade cada vez mais complicada e necessitada de evoluir colectivamente.
Foram muitos os amigos que "me apareceram", fiéis nos seus comentários, sinceros e encantadores nas suas opiniões.
Também eu procurei "visitar" tantos quantos podia, levando a minha mensagem que mais não era que a minha singela "ajuda" aos inúmeros desafios de análise que se me deparavam.
Um dia do mês de Julho tive que "suspender" tudo isto.
Como toda a gente tem "problemas pessoais", eu não poderia ser excepção. Procuro, em cada momento, distanciar-me da ilusão desta vida, às vezes conseguindo bem pouco, tal é a força desta "realidade". Sei o que sou na minha essência. Também sei que, a outro nível de consciência "me propuz" entrar nesta ilusão.
Deixei de poder vir ao meu PC, com a regularidade que me permitisse continuar a fazer o que me agradava fazer. Deixei de, na prática, poder ler e comentar os blogues habituais.
Sabia que um dia, encontradas soluções, poderia voltar...
Estas duas últimas semanas puseram à prova a minha resistência e a minha lucidez.
Sózinho, entre gente que se afogueava nos seus afazeres e prazeres das férias, aceitei a solidão por companheira e o passado como "revisão" das versões que tenho criado de mim.
Não alterei um milímetro dos conceitos que tinha sobre Deus e sobre a vida. Se tive "alguém" a meu lado, em horas, dias, muito difíceis, foi exactamente o Deus em que acredito. ESSE esteve sempre a meu lado, ou dentro de mim, numa disponibilidade total. "Deu-me" sempre o que lhe pedi! Outras vezes, nada Lhe pedia, vergado pelo peso duma tristeza que me deixava "sem vida", por ter sabido que fora destruído um sonho em que acreditava com toda a força.
O Deus do meu coração dar-me-à o que for melhor para mim!
Inspirou-me em escritos que tentarei reproduzir e deu-me, em muitas noites sem dormir, a paz e o sossego que tanto precisava...
Um dia, estaremos lá bem perto Dele, como seres de luz que somos, e, inocentemente, olharemos para trás, incrédulos, perante a consciência da grandeza do mundo belo que esta vida na terra não nos deixa adivinhar que existe!..