Lisboa,

sábado, maio 30, 2009

cantinho



O teu jardim é um cantinho,
dá aconchego,
tem flores a despertar todos os dias,
tem um banquinho onde me sento a ler,
tem a frescura das palavras
que é ninho,
terno cantinho.


sexta-feira, maio 22, 2009

quis voar


Quebrei as asas
e quis voar
nos ares da liberdade
foi um minuto
que fez do tempo
um altar
e criou a cor do azul
nas telas prateadas
dum sonho da cor do mar

quis voar
não tinha asas
apenas aquela visão
falei ao sol
falei ao vento
mergulhei na ilusão
lá longe no firmamento
longe da minha razão

Sem asas perdi o sonho
e a vontade de voar
sem asas revi a vida
dei asas à despedida
clamando o som do luar

subi então ao grão de areia
olhando a praia deserta
só estava eu
com a ilusão como certa
e nem a onda me fez sorrir
nem a brisa me viu partir
mas eu sabia que era a hora
o mar já tinha avisado
era tempo de m'ir embora



(Amaral Nascimento)

quarta-feira, maio 20, 2009

tu não és o teu corpo

Quando, um dia, li pela primeira vez a afirmação "Tu não és o teu corpo!", fiz uma pausa na leitura.
Eu, que tenho um nome e tenho uma personalidade, tenho igualmente uma mente e um corpo. Disso, eu não tenho qualquer dúvida. O nome foi-me atribuído para me distinguir dos "demais", criei a minha personalidade ao longo dos anos, e tenho uma parte mental donde brotam os pensamentos. E o meu corpo, esse é fisicamente visível, tratado com cuidado e carinho, na maior parte do tempo, e reconhecido como a minha pessoa, logo que apareço a alguém.
Então, eu não sou o meu corpo?
Hoje, neste momento, já não me é difícil reconhecê-lo. Eu não sou (apenas) o meu corpo, porque "outra" coisa eu tenho que ser. Outra coisa mais profunda, muito mais desligada dos sentidos, uma coisa que "seja" para muito mais tempo do que o corpo que "está" aqui neste momento.
Eu "tenho que ser" qualquer coisa para além do corpo. Tenho que ser uma coisa que continue a ser, depois do corpo se calar. Eu tenho que ser o que sempre fui e não deixe de ser. Mais evoluído, menos evoluído - seja como fôr - "eu" só me posso imaginar como "algo" que sempre foi, como "algo" que estou a ser, como "algo" que hei-de continuar a ser.
Doutra forma, se assim não fosse, como me vou eu imaginar para além desta vida, ou como me posso imaginar, antes de aqui chegar? O que fui? Para onde vou? O que serei?
Desaparecido o corpo físico, "desapareço" eu também? A minha mente "esvai-se" e deixo de pensar? E de sentir? Quando "morrer" transformo-me em nada? Nada? O que é o nada?...
Eu não sou o meu corpo! Eu não sou a minha mente! Não sou apenas isso! Assim, faz todo o sentido!
Eu sou! Eu fui! Eu serei sempre!
Assim, fico em paz. Para além daquilo que os meus sentidos detectam, eu tenho um "eu" que não desaparece, tenho um "eu" onde os sentimentos se acumulam, tenho uma alma com uma linguagem própria - e essa vai prevalecer. Para além do corpo físico, para além dum "ego" construído ao longo dos anos - para além do universo, noutro universo, noutra dimensão ou a um outro nível de consciência - eu continuarei a ser!

(6/2/2005)

terça-feira, maio 19, 2009

os versos

"Os versos são a ponte que nos permitem chegar ao outro lado do sonho..."

(Fanny)

segunda-feira, maio 18, 2009

tinha vindo de ver o mar


Tinha vindo de ver o mar
tinha vindo de ouvir as ondas
beijar as pegadas
que queria tuas
e não reconheceste
a minha brisa
Fechaste o coração
fizeste o dia
ser noite
e sumiu da voz
o teu sorriso


domingo, maio 17, 2009

olhar nos olhos


"É especialmente difícil olhar outro ser humano nos olhos durante muito ou pouco tempo sem ficar apaixonado.

É por essa razão que as pessoas afastam tão rapidamente o olhar umas das outras.

Não se atrevem a olhar os outros nos olhos muito tempo seguido.

O amor que se seguirá pode submergi-las.

No entanto, isto acontece porque não sabem o que fazer com esse amor em que se sentem mergulhadas."

('Regresso a Deus' de Neale Walsch)

sábado, maio 16, 2009

o mural

"... lá vou eu pintando o mural no Corredor do Tempo, através da alteração da vibração da energia da vida que rodopia em mim e à minha volta.
Sim.
Com os teus pensamentos.
Tu vais "pintando" à tua frente com os teus pensamentos.
E com as tuas palavras.
Tudo o que dizes pinta uma pintura de quem pensas que és, e de como imaginas que a vida é.
E com as tuas acções.
Tudo o que fazes expressa qualquer coisa acerca de ti. Estás a pôr as imagens de todas as possibilidades no mural. Tudo o que alguma vez pensaste foi possível - todas as esperanças, todos os sonhos, todas as preocupações, todos os pesadelos - tudo está no mural."

('Regresso a Deus' de Neale Walsch)

sexta-feira, maio 15, 2009

um dia

Um dia
algures
não importa o tempo
o espaço temporal
ao qual damos o nome de possível....

Um dia
algures
estará lá o tempo
e o espaço
para nos cruzarmos
uma outra vez...

Um dia...

terça-feira, maio 12, 2009

gota




Gota do sul
gota do norte
enfeitas de azul
quem tocas em sorte

Gota infinita
que pula e que dança
que vai e não fica
levando esperança

Gota é um sonho
que sobe e viaja
que sopra na nuvem
ganhando coragem

Gota daqui
gota dali
dor que sofri
não mais te perdi

Gota de mar
gota que ri
se és ser do amar
leva-me pra ti


(Amaral Nascimento)

segunda-feira, maio 11, 2009

quando tudo muda



Acaba de ser publicada nos EUA a última obra de Neale Donald Walsch.
"Quando tudo muda, muda tudo" fala ao coração das pessoas que perderam o seu rumo na sequência de uma grande mudança na sua vida - e daqueles que as vão ajudar.
Morre uma pessoa muito querida. Ou termina um relacionamento romântico. Ou perdemos um trabalho que era importante na nossa carreira. Ou o seu filho saíu de casa. Ou você mudou-se para uma nova cidade. Ou repentinamente você enfrenta uma crise de saúde ou uma crise financeira ou uma crise de fé...
... seja qual for a circunstância, você está certo numa coisa: nada vai ser como dantes.

Uma profunda tristeza, até uma amarga negatividade, virá a seguir. O que fazer então? Acabar com a vida?
Esta é a resposta surpreendente do mensageiro espiritual dos nossos dias, Neale Donald Walsch, num livro que irá tocar a vida de muitas pessoas de todo o mundo, com a mesma esperança que o seu moralizante "Conversas com Deus".
Uma prática aplicação das novas perspectivas da Nova Espiritualidade, com belos instrumentos para a cura e para uma nova definição de Deus que poderia esclarecer todos os mistérios da vida.

O texto explora as formas de lidar com as muitas mudanças que estão ocorrendo agora na vida das pessoas em todo o lado. Não só mudanças no cenário financeiro mundial, mas na política, na carreira das pessoas, na definição das prioridades colectivas e individuais, nas construções sociais e comportamentais, e no relacionamento familiar e romântico. Realmente, em tudo. O livro dá-nos as ferramentas que podem ajudar em todos estes campos que giram em torno das nossas vidas - poderosas ferramentas da mente e da alma.

Em Londres foi aclamado como "o melhor CCD desde a trilogia original".

Neale Donald Walsch é autor de best-sellers internacionais sobre espiritualidade e desenvolvimento pessoal. Os seus livros já venderam mais de 7,5 milhões de cópias em todo o mundo e foram traduzidos em 37 línguas.
Walsch vive em Ashland, Oregon.


(texto retirado da Net)

sábado, maio 09, 2009

se não acreditares em Deus


Se não acreditares em Deus, e entrares na morte sem acreditares, Deus estará lá, mas não o sentirás - tal como aconteceu durante a tua vida.
Tens de saber que Deus está presente para poderes sentir que está presente.
Se olhares para uma flor e souberes que ali está Deus, verás Deus. Se assim não for, não verás senão uma flor. Até podes não ver mais que uma erva daninha.
Se olhares outra pessoa nos olhos e perceberes que ali está Deus, verás Deus. Se assim não for, não verás senão mais um ser humano. Até podes ver um malfeitor.
Se te olhares a ti mesmo nos olhos ao espelho e perceberes que Deus está ali, verás Deus. Se assim não for, não verás senão uma pessoa a tentar perceber quem ali está. Até podes ver uma pessoa que não tem qualquer resposta a essa pergunta.

('Regresso a Deus' de Neale Walsch)

quinta-feira, maio 07, 2009

sabor do vento


Ouço o que não me dizes
e vejo
o que não me mostras
Vejo o sonho
que sonha o grito
meio aflito
Bebo o sonho
que me aconchega
alimento
luz do mar
sabor do vento

Se eu fosse um anjo
mimar-te-ia de azul
o azul do impossível
azul que veste
o passeio celeste
Bebo o amor
que te sai do peito
fermento
cheiro a mar
luz do vento


(Amaral Nascimento)

quarta-feira, maio 06, 2009

esperança


A esperança é uma afirmação dos teus desejos mais elevados. É o anúncio dos teus sonhos mais ambiciosos. A esperança é pensamento feito Deus.

A esperança é o portal da crença, o portal do conhecimento. O conhecimento é o portal da criação, e a criação o portal da experiência.
A experiência é o portal da expressão, a expressão é o portal do devir, o devir é a actividade da vida, toda, e toda a Vida é a função única de Deus.
Aquilo que esperas é aquilo em que acabarás por acreditar. Aquilo em que acreditas é aquilo que acabarás por saber, o que criarás, o que acabarás por viver. O que viverás será o que acabarás por expressar, e o que afinal te tornarás.
É esta a fórmula de toda a vida.
É tão simples como isso.


('Regresso a Deus' de Neale Walsch)

domingo, maio 03, 2009

como uma onda para o oceano


Não há separação entre a onda e o oceano. Nenhuma separação. A onda é uma parte do oceano, que age de uma certa maneira. A onda faz o mesmo que o oceano, em menor grau.

Sem o oceano, a onda não tem o poder de ser uma onda.

Algumas ondas são pequenas, mal chegam a ser uma pequena ondulação, enquanto outras são enormes, esmagadoras. No entanto, minúsculas ou monstruosas, há sempre ondas. Não há um só momento em que não haja ondas no oceano. Apesar de cada onda ser diferente das demais, não há uma única que esteja separada do oceano.

A onda rebenta na praia, mas nunca deixa de ser. Limita-se a mudar de forma, recuando para o oceano.
O oceano não se torna "mais pequeno" cada vez que uma onda bate na areia. Na realidade, a onda que regressa ao mar mostra, e portanto revela, a majestade do oceano. Assim, ao recuar para o oceano, restitui o oceano à sua glória.
A presença da onda é uma prova da existência do oceano.

A tua presença é uma prova da existência de Deus.



(Extractos de 'Regresso a Deus' de Neale Walsch)