Sempre acreditei no amor!
Muitas e muitas vezes pensei, escrevi e afirmei que o Amor era a coisa mais importante na vida de toda a gente.
Eu acreditei e confiei no Amor!
A partir de certa altura da minha vida, coloquei o Amor acima de tudo e escolhi Aquilo que a minha Verdade me aconselhava, e que era Tudo o que mais ansiava para os anos que me restavam viver neste mundo físico.
A minha felicidade passava pela entrega, pela ternura, pelo carinho, pela partilha.
Concebia o ser feliz na unidade dos sentimentos, na alegria dos gestos, no carinho dos olhares, na paz interior de cada descoberta...
Acreditei na mulher que a Vida colocou no meu caminho, e a ela entreguei Aquilo que tinha de mim. A certeza era tanta que confiei em absoluto, deixando para trás todo um passado construído com o esforço duma vida inteira, profissional e familiar.
Os ideais do Amor sempre foram os alicerces da minha conduta. Acreditar no Amor passou a ser o meu propósito final.
A Vida, porém, tinha um labirinto traçado para mim, muito mais complexo do que imaginara. Percorrer os caminhos desse labirinto não foi fácil e, com certeza, deambulei, perdido, por muitos deles.
O amor dessa mulher não teve a clareza em que eu acreditara, e os seus interesses pessoais pesaram muito mais na balança dum relacionamento que procurei preservar durante muito tempo.
Hoje, sinto que falhei!
Acreditar no Amor não chega para "segurar" a felicidade.
Sabendo que ser feliz é um estado de espírito, tenho também o defeito de só sentir a felicidade plena na partilha com alguém. Foram alguns anos a procurar dividir o gosto de conhecer, o gosto de viajar, o gosto de gostar... Foram alguns anos a procurar uma unidade no sentir, no caminhar, na segurança, no estar.
Foram alguns anos a acreditar, a confiar, a entregar, a escolher o melhor.
Hoje, sinto que falhei!
O amor estava no lugar por onde entrei. Mas o amor viu o labirinto e escolheu outras portas do seu interesse, acenando um adeus a tudo aquilo em que eu acreditara...
Ainda assim...
Acredito no Amor!