Lisboa,

sábado, junho 30, 2007

o seu poema




Porque a poesia tem asas, a poesia ultrapassa o espaço e vai para além do tempo.

No momento em que te entregas a ti mesmo, podes pousar numa qualquer nuvem e alterar o sabor das palavras que queres fazer cair em gotas de chuva...

Ainda que pequeno em tamanho, é grande o teu poema! No pormenor, na ínfima partícula está a essência do Universo! Por isso o teu olhar se abrasa!...

Uma viagem onde se chega sempre, como ave desperta, inteira… num adeus atrevido...
Alguém te vê na luz... Um gesto, umas mãos a escorrer e aquela luz que se procura… Como um "depois" que não se encontra no presente…

O poeta voa pelos céus, envolve-se nas nuvens densas, dispara risos e cantares… Mas também carrega o cansaço duma vida, sofre e lacrimeja de vez em quando… de mãos dadas com o seu poema...



sexta-feira, junho 29, 2007

a mão na mão



Sabes bem
sempre o soubeste

a tua mão pequenina
malhada de mil sinais
era fonte, fonte menina
era conforto demais

Tua mão na minha mão
nunca foi uma prisão

era promessa, certeza
no dia quando partisse
apertasse com firmeza
e a fé não mais fugisse

Um desejo
mais que um desejo

minha mão na tua mão
na hora do meu adeus
na essência da paixão
o reencontro com Deus


(Amaral Nascimento)

quarta-feira, junho 27, 2007

sempre que o amor me quiser




Sempre que o amor me quiser
Basta fazer-me um sinal
Soprado na brisa do mar
Ou num raio de sol


Sempre que o amor me quiser
Sei que não vou dizer não
Resta-me ir para onde ele for
E esquecer-me de mim
E esquecer-me de mim


Como uma chama que se esquece
Numa fogueira que arde de paixão


Sempre que o amor me quiser
Sei que a razão vai perder
Que me hei de entregar outra vez
Como a primeira vez


Sempre que o amor me quiser
Vou-me banhar nessa luz
Sentir a corrente passar
E esquecer-me de mim
E esquecer-me de mim


Como uma chama que se esquece
Numa fogueira que arde de paixão
Sempre que o amor me quiser


segunda-feira, junho 25, 2007

galinha de cabidela



Anda a vida aqui ao lado
e eu com ela na mão
que bom comer um bocado
não fora a fraca visão

Dei um pinote no ar
à espera que o riso brote
na geometria do mar
a banhista deu o mote

No tempo que o tempo tem
sobram presentes sem nexo
uma chibarra refém
dum corpo gasto no sexo

Atiro-me contra o cenário
da vida que passa ao lado
mesmo que seja um calvário
dá pra gozar um bocado

A miúda passa nua
desnudada como ela
uma galinha já crua
pra fazer de cabidela

Aperta bem que está quente
não ligues à minha idade
depressa que ali vem gente
derrete-me esta humidade

Já vou pôr fim ao cozido
ficou cru é bem de ver
para quê tanto alarido
se a vida passa a correr


(Amaral Nascimento)

sexta-feira, junho 22, 2007

tempo



O tempo é o amigo que necessitamos para encenarmos devidamente a peça que representamos.
Sem o tempo, encavalitava-se tudo no espaço e perdia-se o gozo da experimentação.
Escravos do tempo, pouco ligamos à beleza das coisas, ao muito que cada um carrega, ao tudo que podíamos retirar das pessoas que se chegam perto.
O tempo é o amigo que nos dá o espaço que nos permite saborear.
O tempo é um "pau de dois bicos", mas oferece-nos muito mais do que tira.
O tempo faz-nos esquecer acontecimentos dolorosos, mas traz-nos depressa a velhice que tememos.
O tempo sem tempo não dá para entender.
O tempo que temos dentro, o tempo que a mente inventa, o tempo de cada um, o tempo da própria vida, tudo tempos que nós somos.
O tempo que é dimensão, segredo passado e presente.
O tempo que é ilusão, fruto dum Processo perfeito.
O tempo que é.
Porque não podia deixar de ser.

quinta-feira, junho 21, 2007

amor profundo



Onde existe amor profundo, as palavras são desnecessárias.
Não é preciso pensar muito nesta frase, para que ela se aloje na verdade que nos conduz. E lembremos que a verdade de cada um não é imutável.
O amor profundo parece não fazer sentido. O Amor é sempre profundo. Caso contrário foge do conceito puro que é o Amor. Mas a relatividade que nos suporta tem destas coisas. Subdivide o amor em vários tipos de amor e transforma o que devia ser sempre amor em sentimentos distintos e antagónicos.
Haverá algum lugar no Universo onde o que É não deixe de parecer O Que é?... Naturalmente que deve haver. Noutra dimensão da consciência poderá acontecer outro grau da evolução que permita que "vejamos" o Amor como Aquilo Que É.
Simplesmente.
Não existe o amor profundo. Existe o amor.
Não existe a verdade absoluta. Tudo é a Verdade. Não dizemos a verdade. Somos, simplesmente, a própria verdade.
Haverá alguma coisa assim parecida?...
Acredito que sim! Algumas!
Quando a palavra não for mais necessária, quando o pensamento for inteiramente aberto, quando os sentimentos fizerem parte da própria linguagem - algo de novo mudou nessa sociedade, transformando-a numa (utópica) cultura superior.
Afinal, falamos de evolução, falamos de carmas, promessas e intenções, sem acreditarmos que o ser humano - reencarnando para evoluir - é bem possível atingir, nalgum plano da sua existência, uma proximidade conceptual com Aquilo Que É, Que Sempre Foi e Sempre Será.



quarta-feira, junho 20, 2007

feitiço



contei pelos dedos
olhei a maré
virei os enredos
pra pôr-me de pé
remei na corrente
fiz figas à sorte
vi números à frente
mudei-me pra norte
andei à deriva
rondei a travessa
calquei a saliva
engoli tudo à pressa
rodei-me na cama
quis ver logo o fim
enganei-me na trama
vi tudo sem mim
corri uma estrada
voei noutro céu
não fiz mesmo nada
não vi nada teu
já dia nascido
quebrei o enguiço
lembrei-me perdido
no meio dum feitiço


(Amaral Nascimento)

terça-feira, junho 19, 2007

incoerências



Leio as incoerências. Ainda a meio.
Não por serem uma "merdice", mas por serem as incoerências de quem são.
Há tantas certezas na coerência como incoerências na certeza.
De coerente podemos ter uma postura mas, mais coerente, seria ser a postura.

"Há alturas em que te sentes tão feliz até quase que pensas que isso que sentes é a felicidade..."

O quase faz entrar-nos nesse mundo das incoerências... Faltar o quase traz a dúvida para o palco da certeza. Para gáudio dos cépticos, digladiam-se sem, no entanto, desviverem a sua verdade...

"Todos os dias quero levantar-me sem dores, tomar o meu duche, vestir-me, sair para o meu emprego contente, feliz por ter nascido..."

Desceu a incoerência do seu pedestal e aproximou-se da mãe natureza. Embora o querer de toda a gente baste simplesmente ao querer, a coerência absoluta (se algures existir...) está no acto de ser que dá origem à realidade criada. A normalidade toma uma forma subjectiva quando os padrões encaixam. Se algo os faz tremelicar, a normalidade entra pela porta traseira das (in)coerências... E o palco move-se ante um público imperturbável...

"...O que eu queria era nascer outra vez e viver outras vidas..."

Incoerências?... Muitas, sim!... Mas, mergulhando a mão no saco, retiraria muitíssimos bocados da vida real, onde a coerência é mais um espelho carregado de profundos sentimentos...


sábado, junho 16, 2007

poema a dois




Solta-se no beijo o poema
solta-se o poema num beijo
A palavra e o gesto
e a chama dum desejo

Solto voando alto
alto por cima dos céus
Ao encontro duma voz
duns braços que já são teus

No poema solto ao vento
na fúria da tarde fria
Livre pela tempestade
num adeus à invernia

Liberto pelo desejo
vai o teu beijo sugando
O poema solto pela vida
a vida que vim sonhando

Reencontro dos sentidos
envoltos pelo abraço
Pelo beijo
doce canto no regaço

Pela palavra
sinto os versos a tremer
Pelo gesto
sinto a chama estremecer

Poema solto no papel
poema fechado na mão
solta-se no beijo o poema
poema da louca paixão



(poema de Paula Raposo e Amaral Nascimento)
(Imagem obtida em: Olhares.com)

sexta-feira, junho 15, 2007

cara ou coroa












Pois
que se lixe quem ganha
pois
eu não arrisco um tostão
em quem me promete o céu
sem me poder dar o chão

Fui honesto e não subi
vi galifões a trepar
só há justiça pra mim
que azar

Mas hei-de provar à sorte
que a vida de um homem é
morrer no sul ou no norte
de pé

Eu não maldigo esta vida
eu não invejo ninguém
só peço um grão de ternura
do muito que a vida tem


A vida está cheia de carinho e ternura. Onde? Em que lugar, em que momento?...
O Universo é um espaço imenso que tem gravados todos esses momentos. A nossa tarefa é mesmo "vê-los" e "tomá-los" para nós!
Eles estão lá, aqui bem perto!
À espera dum olhar que os traga para a realidade!

quinta-feira, junho 14, 2007

alicerces




A raiva é dos sentimentos mais negativos e contrários ao amor. A raiva provém do medo. O medo é o oposto do amor. A dor, a mágoa, desgosto, solidão - tudo são consequências das maneiras como encaramos o que "cai" sobre as nossas cabeças.
A solidão e o sofrimento podem maltratar a paz e a tranquilidade. Não vão destruir a alma. Vão construir um "estado de espírito". Negativo, abusador, depressivo.

A inveja é uma arma destrutiva, que pode facilmente acabar com amizades duradouras, criar confusões e idiotices. Isto porque nunca se está contente com o que se tem! Ambiciona-se sempre o que tem o nosso amigo; quantas vezes, também, a própria mulher...
Mas há também casos cujo afastamento não é essa inveja ou ciúme, mas simplesmente, porque o amor não tinha alicerces nem, sequer, a entrega mútua para a verdadeira unidade.
Enfim!... É sempre uma questão de sabermos entender, preservar e disfrutar dos relacionamentos que têm tudo o que quisermos que eles tenham…

terça-feira, junho 12, 2007

a roda




Por mais que rode na Roda
pelo muito que a Roda tem
vim rodar a Roda toda
partilhá-La com alguém

Rodei a Roda uma vez
outra vez saí da Roda
uma terceira e talvez
seja enfim prá vida toda

Porque a Roda é palco impar
com os actores rodando
escolho na Roda um lugar
pra amar sem estar sonhando

(Amaral Nascimento)

segunda-feira, junho 11, 2007

fiozinho de água

Desci a ponte de pedra e esqueci-a depressa, no chiar dos passos sobre a erva ressequida pelo calor do sol da tarde que começava.
Tinha ainda tempo de chegar lá acima, e contava voltar antes que se fizesse tarde e, em casa, não dessem pela minha falta.
A escola deixara-me uma hora livre e eu senti que era o dia indicado para subir aquela serra.
Subir a serra! Nunca vira tantos eucaliptos, tantos troncos partidos, tantas subidas íngremes, mata tão densa que obrigava a procurar cuidadosamente onde pôr os pés.
Corria quando podia. Subia quanto podia. Parava, por vezes, ofegante.
Várias vezes olhava para cima, à procura da rua empedrada que dava acesso ao caminho para a igrejinha. Sabia que ela estava lá no alto, porque a vira quando participara na procissão de Agosto. Naquela em que prometera ali voltar, sozinho, para descobrir o segredo que, até então, lhe haviam escondido.




Sentia os pés doridos, os joelhos arranhados, as mãos já ásperas de tanto agarrar nas folhas e nos troncos partidos. Mas o desejo de chegar lá acima era superior ao esforço que sabia ser necessário. Quantas vezes pensara nisso mesmo! Quantas vezes desistira da ideia! Quantos dias demorara a decidir! Quanta ansiedade, quanta alegria esperava viver!

Os pais sempre o demoveram de chegar àquele sítio. Porque era perigoso, porque ficava longe, porque nada tinha de especial, porque não havia nem estrada, nem acesso possível... Mas eu sabia que o Tio Joaquim falava verdade, quando me falava do sítio maravilhoso que estava escondido na serra.

O Sol escondeu-se numa nuvem que passava. Deixara a mata, subia agora um monte de pedras ponteagudas, desci e subi, pisei uma erva verde como nunca vira, senti os sapatos molhados e dei por mim a gatinhar para alcançar o que me pareceu ser a entrada duma gruta.
Não era uma gruta. Pus-me de joelhos, agarrado a duas rochas ainhadas uma na outra, como dois peitos de mulher.
A luz do Sol entrava por entre a ramagem e iluminava aquele recanto com todas as cores do arco-iris. Pensei que havia chegado ao céu. A um metro de mim, um coelho olhava-me com olhos assustados e parara de beber, quando deu pela minha presença. Sem saber como nem porquê, senti-me rodeado pelo murmurar doce dum riacho, pelo chilrear dos pássaros no cimo das árvores, pelo pêlo luzidio do coelho, pelo macio da erva humedecida, pela luz que vinha do céu e me enchia a cara, as mãos, as pernas...
Por momentos, fiquei sem saber quem era eu: se o Sol, se o coelho, se aquele fiozinho de água que nascia daquela pedra brilhante...




domingo, junho 10, 2007

deserto



Quem disse que há um deserto
ao sul do Tejo pra baixo
foi alguém bastante esperto
que viu um camelo ser macho

Ser macho num mar deserto
não dá gozo a muita gente
sem rio nem mar ali perto
nem amor se faz decente

E sem amor ao sul do Tejo
sem oásis num deserto
viva o ministro e o seu desejo
de ver a Ota num aero-perto

Quem disse o que eu ouvi
Quem ouviu o que ele disse
sabe bem que não mora ali
quem diz tamanha tolice

(Amaral Nascimento)

sábado, junho 09, 2007

sem pés nem cabeça

Sou primo da minha prima
visto calças sem botões
é certo que isto rima
nem que seja com limões

A vida ri-se a valer
achando uns versos da treta
obriga o ladrão a correr
e a jornais com tinta preta

Já a postura do corcunda
nunca foi cantada em fado
nem a poça era tão funda
pra lá caires coitado

Acabo de vez esta seca
que não tem pés nem cabeça
vi fugir uma alcachofra
com medo que escureça


(Amaral Nascimento)

sexta-feira, junho 08, 2007

porque te quero




Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

(Pablo Neruda )

quarta-feira, junho 06, 2007

o jogo da vida



Será a vida um jogo? Porque não há-de ser?
Será um jogo de vida ou de morte? Não creio!
Será um jogo onde colocamos em risco a nossa existência ou a nossa consciência ou Aquilo que Verdadeiramente Somos? Acho que não!
Afinal, estamos "metidos" num jogo e não sabemos nada dele? Nem as suas regras, nem os limites, nem os louros duma possível vitória?
Parece que sim! Queiramos ou não, conscientemente, não sabemos nada da história onde estamos inseridos, física e mentalmente. Será isso bom ou mau?
Ora, como o bom e o mau são meros conceitos que adoptamos, será melhor questionarmo-nos se será que resulta o facto de desconhecermos as regras do jogo. Isto é, vai isso de encontro aos resultados pretendidos? Parece-me que aqui está a questão principal. O estarmos metidos num jogo sem conhecermos as suas regras, permite-nos disfrutar desse jogo com genuinidade, sem conhecimento dos resultados, com a entrega natural àquilo que é tudo novo. E isso permite a criação, permite o encontro com experiências sempre novas, sempre diferentes. Podemos concluir que o método obtém os resultados para que o jogo foi criado.
Sendo um jogo é, ao mesmo tempo, ilusório! Como será se lhe chamarmos uma representação, um puzzle, uma tapeçaria que está a ser construída.
Para além, e acima de tudo isto, terá de haver uma outra realidade: o observador, o jogador, o actor - colocado do lado de fora e completamente consciente do processo que está em curso.
Terá que ser algo maravilhoso, fantástico, uma chuva deslumbrante de fogo de artifício, num misto de luz, de côr, de vida vibrando em todos os mais pequenos detalhes.
Tudo a acontecer ao mesmo tempo, num único lugar, num relampejar sublime que nenhuma imaginação humana poderia conceber.
A vida! Tudo é vida! Nada existe que não seja vida!
Eis porque a realidade, esta e aquela que não apreendemos, é tão difícil de entender!...

terça-feira, junho 05, 2007

o poder criativo



Ontem, o céu coloria-se laranja brilhante quando o sol deixou o horizonte, tomando uma forma nova, muito bonita. De vez em quando, isto acontece, e eu não as tenho registado em fotos. Pena! Até uma imagem no céu poderá conter uma mensagem. Bastaria que a soubéssemos interpretar. Que a nossa mente se conjugasse com o espírito e imaginassem a uma só voz. O que é, naturalmente, um exercício poucas vezes concretizado.
Talvez, talvez, talvez… Talvez no espelho encontremos uma imagem que nos diga mais! Mais do que um amigo que não vemos há muito.. Mais do que a sua voz doce, na saudável recordação, daquela serenidade, a tal… que todos desejamos nos instantes em que outras coisas se sobrepõem, calcam, abafam...
Até um dia, até àquele momento nosso, em que emergimos subitamente desse tudo que nos trai...

É verdade, o Sol continuará brilhando, mas tudo continua com a importância que se lhe deu. Não pretendamos que o tempo se encarregue de corrigir o que não fizémos. As coisas são más, porque assim as apelidamos ou porque tradicionalmente nos "ensinaram" a entendê-las dessa maneira. O problema é que as tempestades passam por nós, e delas não tiramos os devidos ensinamentos. Como se o acaso existisse e, por um acaso qualquer, a tempestade nos tivesse escolhido a nós para abater.

Julgo que o importante não está em procurarmos coisas dentro de nós que possam interessar ou fazer inveja a quem quer que seja. Julgo que o importante é sabermos o que queremos ser a cada instante. Ninguém pode pretender dar alegria a alguém, se antes disso não introduziu a alegria dentro de si. Uma pessoa triste dificilmente dará alegria a outra! Uma pessoa infeliz dificilmente fará alguém feliz! Uma pessoa má dificilmente transmitirá bondade!
Antes do mais, há que SER-SE diferente! Diferente para melhor? Talvez só diferente, para que desponte nos nossos sentimentos algo de novo que provoque as emoções que nunca imaginámos...
É que a experiência da vida não tem limites, e deixá-la adormecida é desistirmos do nosso melhor poder: o poder criativo.

domingo, junho 03, 2007

o mar enrola na areia



O mar enrola na areia
ninguém sabe o que ele diz
bate na areia e desmaia
porque se sente feliz...


sexta-feira, junho 01, 2007

dia mundial da criança



“Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança”

(Vítor Hugo)






O primeiro Dia Mundial da Criança aconteceu a 1 de Junho de 1950. Depois da 2º Guerra Mundial, em 1945, e com a crise que afectou muitos países da Europa, do Médio Oriente e a China, muitas crianças viviam em más condições. Foi para salvaguardar os direitos das crianças que nasceu o dia destinado aos mais novos.

Com a criação deste dia, os estados-membros das Nações Unidas, reconheceram a todas as crianças do mundo o direito ao afecto, amor e compreensão; alimentação adequada; cuidados médicos; educação gratuita; protecção contra todas as formas de exploração; crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.






A mamã perguntou
O que achas que é o Dia Mundial da Criança?
E logo me olhou
Esperando uma resposta cheia de esperança.
E eu respondi
Acho que todas as crianças deviam ser felizes,
Não só neste dia mas também em todos os outros,
Mas pelo pouco que já vi,
Nem todas as crianças o conseguem ser.
Eu queria crescer e viver num Mundo melhor;
Onde reinasse a Paz e o Amor,
Onde ninguém soubesse o que é a dor,
Nem sequer tivessem que trabalhar,
Para se poderem alimentar,
E pudéssemos a escola frequentar,
Enfim um Mundo onde a palavra de ordem seria,
BRINCAR, BRINCAR.

(Inês Sá Silva -7 Anos
Escola Primária de Areosa-Pinheiro da Bemposta
Oliveira de Azeméis)