Lisboa,

sexta-feira, outubro 30, 2009

ser Deus terreno


Este mundo é um mundo real?
Não é fácil de responder a esta pergunta.
Mas há um espaço no nosso cérebro que apreende a realidade deste mundo.
E não será por acaso que isto acontece.
Acho que Deus é um perfeito artista. Um exímio criador.
Deu asas à Sua imaginação e criou, dentro de Si, este mundo material, onde tudo é dualidade, onde tudo acontece em perfeito equilíbrio, onde é possível experienciar todas as emoções e sentimentos.
Colocou-Se neste mundo, individualizado em pequeninas partes, e, dentro das leis criadas para que esse equilíbrio se não desfaça, vai transportando "para a prática" toda a suprema inteligência que são conceitos do Seu eterno conhecimento.
Ao encarnar, numa determinada época, num determinado lugar, num determinado tempo, o ser humano propõe-se viver a mais espantosa aventura que só um ser corpóreo poderia efectuar.
Este mundo só pode ser um mundo "irreal" que Deus criou dentro de Si. Faz-nos esquecer "aquilo que somos" (parte de Si) unicamente para que, com profundidade e entrega total, possamos experienciar todos os "episódios" desta vida.
O apego a esta vida não é um acaso. Se o ser humano "soubesse" que o "outro lado" não tem dor nem sofrimento nem tiranias nem guerras ou sangue - toda a gente queria "ir-se embora" imediatamente.
O pacto divino é apenas esse: esquece que és Deus, dou-te o livre-arbítrio, e vive e vivencia e saboreia as dádivas que este "paraíso" contém. Umas são difíceis, outras são fáceis, agradáveis e dolorosas... mas é aqui que encontrarás a tarefa que será aquela que escolheste para continuares caminhando na tua evolução...

quarta-feira, outubro 28, 2009

fui ver o mar


Fui ao mar pra ver o mar
Mas no mar o mar não vi
Aquilo que eu vi no mar
foi amar o que há em ti

Perto do mar é que sinto
o amor que a vida traz
a tela que hoje pinto
é luz que o teu riso faz

Vim falar hoje com Deus
como se fosse meu Pai
quando vir meu pai no céu
oh sim é Deus que ali vai

(Amaral Nascimento)

segunda-feira, outubro 26, 2009

ser Deus eterno


Há quem viva obcecado em fazer o bem ou o mal...
Porque há gente, neste mundo, que sente gozo em "fazer mal"...
É claro que o bem e o mal são meros conceitos.
Mas se alguém ousasse dizer que "o bem e o mal" são de Deus... seria queimado vivo, se estivesse vivendo na idade média... e noutras idades...
Hoje, aqui, posso dizê-lo sem que me queimem. Apenas que me chamem mil nomes dos mais grosseiros e ofensivos que possamos imaginar.
Deus fez-nos à Sua imagem? Acredito que sim.
Deus tem um corpo como o meu? Não, necessariamente. Mas terá um corpo. O corpo de Deus é tudo aquilo que me é permitido ver e aquilo que o meu olhar não alcança.
Deus tem uma mente como a minha? Eu é que tenho uma mente que é uma pequeníssima parte da Sua. Faço parte da Sua mente, portanto.
Deus tem uma alma como a minha? A minha alma é que é uma pequenina alma Sua, como milhentas e milhentas mais...
O que eu penso, tem alguma coisa a "ver com Deus"? Sim, o que eu penso, pensei ou virei a pensar não se perderá e ficará gravado algures num "disco cósmico" para todo o sempre.
O que eu faço, porque o faço? Faço tudo aquilo que eu "escolho fazer" e tudo aquilo que eu faço faz parte dum processo onde estou inserido e enriquece o Todo, por mais insignificante que seja...
Quando faço "mal" faço mal a Deus? Quando digo "mal de Deus" estou a ofendê-Lo? Quando prejudico alguém serei castigado por Deus?
Não, acho que não. Quando prejudico alguém poderei ser "castigado" nesta ou noutra vida, vivenciando situações semelhantes àquelas que provoquei, mas Deus não me castigará nem julgará, porque Ele não é Juiz nem castigador.
Mas posso estar a ofender Deus? Naturalmente que não, nem Ele mo permitiria se o fizesse. Deus não se ofende e é uma palermice pensar tal coisa.
Mas quando faço "mal", faço mal a Deus? A resposta é simples. O que faço, "bem ou mal", é o meu contributo para o processo, o meu contributo para a minha evolução como alma individualizada, o meu contributo para ajudar Deus "a ser mais Deus"...
Então o bem e o mal são "para Deus"? Sendo conceitos experienciados, sim, servirão a grandiosidade divina na Sua marcha criativa e eterna.

sábado, outubro 24, 2009

pertinho do amor


Bem no silêncio da serra
ouvi um lobo a uivar
pr'além do uivo do lobo
ouvi teu sonho chamar

Chamou por mim no silêncio
fez o silêncio crescer
já não era um sonho teu
era em ti eu a nascer

Nasci pertinho do amor
como nasce a felicidade
esquecidas as barreiras
esquecida por fim a idade

A idade do teu sonho
traz a ternura na mão
vive pr'além da idade
vive pr'além do Verão

Verão na serra traz paz
paz que ajuda no sonhar
sonha a cantiga da fonte
sonha o murmúrio do mar

(Amaral Nascimento)

quinta-feira, outubro 22, 2009

ser Deus sempre


Vou continuar a falar de Deus.
Falar "desta coisa maravilhosa" levar-me-ia a preencher montes de páginas que se tornariam enfadonhas e maçudas.
Ainda assim, goste-se ou não, acredite-se ou não, com todas as dúvidas e incertezas pelo meio, é uma alegria fazê-lo.
Já disse o que penso: Deus é Tudo Aquilo Que É, que sempre foi e sempre será!
E nós? O que somos nós, no meio desta "coisa toda"? Como aparecemos e o que estamos aqui a fazer?
Mistério! O grande mistério que o homem não consegue desvendar!
Mas, ainda assim, todos vamos dando a nossa opinião. Afinal, temos um cérebro, temos sentimentos que proporcionam "palpites", "crenças" ou, simplesmente, meros pensamentos...
O que eu não posso aceitar é que as grandes religiões organizadas nos deem "ordens", afirmando "verdades divinas", ameaçando com castigos de Deus se não cumprirmos as regras que fazem parte dos seus "livros sagrados".
Ameaçar em nome de Deus, fazer guerras em nome de Deus, matar em nome de Deus, conduzir exércitos, chacinas e inquisições, tudo em nome de Deus, é, no mínimo, atraiçoar o direito que todos temos do acesso à verdade fundamental.
Afinal, o que somos nós, o que estamos nós aqui a fazer?
Talvez "a verdade" seja tão simples que não a conseguimos descortinar no meio de tanta confusão.
Talvez Deus já nos tenha dito montes de vezes que "nós" somos todos... filhos de Deus. Filhos, bocados, parcelas, deuses pequenos, desdobramentos de Si, seres da Sua Luz...
Deus quiz, num determinado momento, "ser mais Deus". Experienciar, num mundo físico (e não só) "aquilo que é ser Deus"...
E criou, dentro de Si, um mundo material para essa experiência. E desdobrou-Se, dentro de Si, em pequenos bocados para vivenciar essa experiência. E deu início à Criação. E fez de Si os peixes do mar e as aves do céu e as flores da terra... e criou e recriou Aquilo que não mais terá fim: um processo divino que é Vida a vibrar, que é morte a nascer, que é realidade e ilusão e sonho "a acontecer" numa marcha eterna e gloriosa.

quarta-feira, outubro 21, 2009

um teu sorriso

Esperei o Sol a cantar
no fundo do meu vazio
era triste
era estreito
tão vasto que o amor desfeito
fez o mar tremer de frio

Já se foi a Primavera
já o tempo adormeceu
foi-se a noite
foi-se o dia
mas direi não à nostalgia
sempre que o sorriso fôr teu

(Amaral Nascimento)

terça-feira, outubro 20, 2009

saramago


Quem ouviu o José Saramago, pode ter ficado escandalizado com as suas palavras.
Afinal, o homem é escritor, é prémio Nobel, é ouvido e lido por gentes de vários países e, claro está, as pessoas de fé devem ter ficado surpreendidas e, ou, magoadas com tamanhas afirmações.
A igreja já veio a público manifestar-se contra e as opiniões parecem ser unânimes em condenar José Saramago.
Eu, que nunca li Saramago, estou à vontade. Ser livre é ter direito a manifestar aquilo que se pensa. Porque não havemos de aceitar esta opinião? Porque Saramago diz que Deus só existe na cabeça das pessoas? Que o continue a dizer, já que, com ou sem Saramago, a Terra continuará a girar sobre si própria, as aves e os peixes continuarão a reproduzir-se e os tornados e marés continuarão a acontecer, milhentas vezes mais, a não ser que o homem acabe mesmo por destruir ou incapacitar este planeta onde vive.
Ninguém é dono da verdade, nem eu, nem tu, nem Saramago.
Dizer que a Biblia e o Corão são "manuais de maus costumes" não deixa de ser a sua opinião e, certamente, muita gente estará de acordo com ele. Basta ler o Antigo Testamento e as muitas regras e obrigações que são condutas sagradas dos mulçulmanos, para chegarmos facilmente à opinião de Saramago.
Em boa verdade, Deus não pode ser tão "cruel, invejoso e insuportável" como os inúmeros relatos bíblicos. Em nome de Deus estão a acontecer atentados à dignidade humana, atentados físicos a pessoas inocentes, atentados ao livre pensamento.
Também eu não quero aceitar um Deus que esteja por detrás duma Inquisição, das antigas Cruzadas, da Guerra Santa contemporânea, dos castigos "com o Inferno eterno", etc., etc..
«Um Deus que não existe, nunca ninguém o viu» - diz o escritor. Como precisa de promover o seu novo livro, nada melhor do que proferir "frases bombásticas".
Porque quando ele quiser ver o Deus que "não vê", nem precisa abrir os olhos... nem despertar todos os outros sentidos... basta senti-Lo.

segunda-feira, outubro 19, 2009

ser Deus


Gostei de ler a tua reflexão sobre Deus e sobre a Vida, tal como a vemos e a sentimos...
As tuas palavras podiam ser minhas, mas não todas.
Falar de Deus é uma alegria mágica e bela. Principalmente porque Ele é tão complexo, tão grandioso, tão inexplicável, que nos proporciona uma dissertação desinteressada e cheiinha de agradáveis dúvidas...
O cientista não tem esta oportunidade tão encantadora de vivenciar esta sensação... Ele apenas crê naquilo que pode provar, e apenas afirma ou opina sobre aquilo que a ciência vai tornando como "verdade".
Deus ou aquilo que Lhe queiram chamar só pode ser Aquilo Que É.
E, paralelamente, é Tudo Aquilo Que É.
Tudo.
Nada está fora de Deus.
Tudo é Deus.
Não há limites para Deus. Nem temporais nem espaciais.
Não há outra coisa para além do Todo que é Deus. Nada existe fora Dele. Nunca existiu "alguém" antes de Deus, não existe nem existirá "alguma coisa" depois de Deus... Nem no tempo nem no espaço.
Não consigo explicar ou entender outra coisa que não seja "isto"...
Só "isto" cabe no meu entendimento.
Se existisse um Inferno teria de estar "dentro de Deus". Se existisse um "diabo" teria de estar "dentro de Deus".
O bem e o mal "fazem parte de Deus", mas são apenas conceitos humanos, pensamentos e crenças que o homem foi inventando, desde sempre, e assim vai continuar a inventar, porque disso precisa para explicar aquilo que a sua mente não entende...
Se Tudo é Deus, o que somos nós, o que são os grandes oceanos, o que é o imenso universo?
Exactamente isso! Tudo o que vemos e não vemos e todos os seres vivos, materiais e espirituais, são "o próprio Deus".
Ele é Conhecimento vivo, inteligência plena, Energia suprema, Sentimento sublime.
Quando as igrejas afirmam que estamos separados de Deus, apenas estão confundindo o que poderia ser simples de explicar.
Nem nas gerações mais próximas poderemos fazer entender aos nossos filhos e netos o que é cada vez mais evidente: somos "bocados" divinos, criados dentro de Deus, com um objectivo sublime que é servir Deus e ajudar Deus "a ser mais Deus"!

domingo, outubro 18, 2009

perfume


Os traços que vi no chão
foram traçados por ti
tinham a espuma do mar
tinham a luz que fez o dia
mas dentro do som
que ouvi
vi o perfume
dum beijo
que eu sempre
esperei de ti


(Amaral Nascimento)

sexta-feira, outubro 16, 2009

corpo, mente e alma


A Totalidade do Seu Ser é um Centro de Sabedoria, dividido em três partes: Corpo, Mente e Alma. Usando apenas dois dos três, ou, pior ainda, apenas um dos três, está encurtando o processo decisório ao extremo. No entanto, isto é o que a maioria das pessoas fazem na maior parte do tempo.

Algumas decisões são feitas com o Corpo ( "Eu estou muito ligado a esta pessoa. Vou fazer sexo com ela."); outras decisões são tomadas com a Mente ( "Eu mal conheço esta pessoa. Não vou fazer isso. ") e algumas decisões são tomadas com a Alma (" Estou me sentindo muito ligado a esta pessoa que acabo de conhecer. Vou experienciar esta grandiosidade, com ou sem sexo . Não tenho que ir a nenhum lugar em particular, mas estou aberto a vivê-la plenamente. ")

O resultado desta utilização incoerente do nosso Ser tripartido provoca sinais contraditórios, muita confusão interna. E isto pode repetir-se com qualquer assunto, por sinal, não apenas com decisões pessoais importantes, como o exemplo descrito. Algo tão simples como a alimentação, por exemplo, algo tão simples como o Almoço. ( "Este salame parece tão bom, adoro o sabor do salame! Vou obtê-lo!"; "Não posso contribuir para entupir ainda mais as minhas artérias. O salami é a última coisa que eu devo obter"; " Estou-me sentindo tão inteira, tão completa e perfeita. Nada me pode tocar de uma forma «má», se não achar que ele pode. ")

O truque consiste em "sintonizar-se" com Todo o Seu Ser quando confrontado com qualquer escolha. No início pode necessitar de disciplina. Mais tarde, começa a ocorrer naturalmente. O processo em si é muito simples. Em primeiro lugar, entre em sintonia com o seu Corpo. O que é que Ele está a sentir? Antecipação? Excitação? Tédio? Vibração? Desconforto?

O seu Corpo dir-lhe-à muito sobre um monte de coisas. Chamo a isto o "teste da barriga "." Olho para ver o que meu corpo sente quando contemplo qualquer coisa. O início da energia a correr-me pelas veias, como aconteceu naquela manhã de Natal? Ou eu sinto que me estou a arrastar, como se não tivesse forças nem para me levantar do sofá e ir até à cozinha ... muito menos ainda fazer alguma coisa para o pequeno almoço ...?"

Sim, o meu Corpo pode dizer-me muito. Depois, olho para ver o que minha Mente está a pensar. Literalmente penso sobre o que estou pensando. Observo a minha Mente, e não aceito qualquer pensamento como a Última Palavra, e basta-me olhar para os meus pensamentos sem lhes dar qualquer valor, como se fossem apenas ideias... nada mais do que noções que tenho sobre as coisas - e não mais "válidas" do que a ideia exactamente oposta. A noção é um conceito, é apenas um pensamento, apenas um ponto de vista. Eu poderia facilmente adoptar outro ponto de vista, um conceito completamente contraditório, e torná-lo também "verdadeiro" pelo simples acto de o abraçar. Então, eu observo tudo isto. Vejo este processo. E observo profundamente para ver o que está causando a aceitação de uma noção melhor do que a outra, em que "dados passados" eu estou a basear o meu actual pensamento sobre as coisas.

A seguir, ouço atentamente a minha Alma. Eu vou lá dentro ( "Se você não for ao seu interior, fica cá fora") e observo calmamente e absorvo suavemente as informações que me vêm a partir do nível da Alma. Eu "sinto interiormente" a situação, abrindo-me completamente à minha Consciência, olhando para o que está acontecendo Agora na Perspectiva da Eternidade.

Finalmente, eu combino as três "mensagens" dos três Centros de Sabedoria, congelando as energias dentro duma nota musical na escala de tom. Esta nota vai produzir harmonia ou desarmonia no meu Ser. A criação é inconfundível. Ou é uma sinfonia ou uma cacofonia, uma canção de ninar ou um choque brusco das cordas internas que me fazem sentir totalmente fora da realidade.

Aprendi a identificar este sentimento - assim como o sentimento tranquilo de alegria que é o seu oposto. Desta forma, procuro tomar decisões holísticas, não as desarticuladas. Sinto que o consigo mais frequentemente do que o contrário.

Este processo de três etapas, a propósito, não tem que levar uma tonelada de tempo. Fui conhecido por tomar decisões "apressadas" que acabaram por ser extremamente benéficas. Apenas sei que tudo isso pode ser feito numa questão de momentos. Você pode levar muito tempo com ela, se o preferir e se for capaz, mas não tem que ser assim. Não é necessário. E quanto mais você usar essa abordagem em três fases, mais rápido pode conseguir os seus objectivos.

(da caixa de correio electrónico)

quarta-feira, outubro 14, 2009

aquele dia


Fugiste de mim
naquele dia medonho
que o sol escureceu...
Fugiste de mim
e sem Ti eu morri
com a cena dantesca
que ninguém entendeu...

Os meu dois rebentos,
dois seres, dois mundos,
eram lindos demais;
Foste Tu que mos deste
como um presente
que não se repete mais...

Naquele dia cinzento
fugiste de mim...
Mandaste um onda,
medonha e gigante,
e roubaste o tesouro
que eu guardava
como um puro
diamante...

Odiei-Te mil vezes
mil vezes gritei
tantas vezes, sei lá quantas,
blasfemei, blasfemei...

Hoje
aqui
olho pra Ti
e ainda assim
de longe acenas
sorrindo pra mim...

(Amaral Nascimento)

segunda-feira, outubro 12, 2009

chimpanzé das eleições

Vi na rua um chimpanzé
vestido de trapezista
tinha um terçolho num pé
um calo enorme na vista

desceu do galho zangado
a denotar intenções
como Santana amuado
face às suas eleições

Contei-lhe as moscas da mão
não eram mais do que cem
dum PSD menos chorão
PC e centristas também

Com todo o voto contado
diz o povo assim é que é
chora o Santana sentado
ri o Tó Costa de pé

Lá no Porto sem estranheza
o Rio cantou a vitória
no meio de tanta magreza
a Elisa passou à história

Voltando agora à rotina
que são as favas contadas
só vão ficar na retina
as alegres arruadas

Finalmente o chimpanzé
esquecendo algum temor
bebeu política em pé
e até mijou no vereador

(Amaral Nascimento)


domingo, outubro 11, 2009

esse olhar


Nos teus lábios puros
depositei um beijo.
Mas o teu olhar distraiu-me
e colei nele o assombro
que pára multidões.
Nas tuas pupilas cintilantes e calmas,
desdobrei as ondas dos oceanos
que acalmam ventos e tempestades.
Já nada será como dantes!
Já nada
pode provocar ódios
nem atitudes intempestivas!
Nunca deixes que
as pestanas ocultem
tamanha grandeza!
Deixa que esses olhos
sejam o paraíso
eterno e fundo
das humanidades
que vais sarando!...


(Amaral Nascimento)

sábado, outubro 10, 2009

quando o céu escurece


Por vezes, as coisas agitam-se em meu redor.
A aura revolve-se e mistura cores, deixando à volta um misto de incompreensão alheia.
A neblina abriga a mágoa e a dúvida... e o quadro morre um pouco ante aquilo que é...
Se o céu escurece sussurramos nele. Se o Sol se distrai, a necessidade de pular e avançar tolda-se num falso desejo de desistir...
O Outono trouxe uma chuva inesperada para este lugarzinho distante...
Que saudades do tempo fresco!
Que saudades da chuvinha a escorrer pelas janelas, do seu murmurar, da sua companhia sossegada!...


sexta-feira, outubro 09, 2009

o inimigo

O medo é o inimigo número um do ser humano! O medo domina a nossa fraqueza momentânea. O medo condiciona, perturba o bem-estar.
Se nos afastarmos do medo, podemos encontrar na verdade interior a calma e a tranquilidade que farão de nós um Ser Suficiente.
Deixar que o medo seja maior é negarmos a essência daquilo que somos.
O oposto do medo é o amor! São estes os dois motores da vida.
Tudo o que acontece está relacionado com um destes atributos.
Deixar prevalecer o medo nas nossas decisões e escolhas é escolhermos o oposto daquilo que verdadeiramente Somos.
Basta relembrarmos "aquilo que sempre fomos" para, tranquilamente, subirmos os degraus da escada da vida!


quarta-feira, outubro 07, 2009

ser infiel



Ser infiel já é a coisa mais banal a que assistimos nas sociedades actuais.
Homens e mulheres de hoje passaram a ter uma noção de fidelidade que faria corar os nossos avós.
Ser fiel ou ser infiel depende , sempre, daquilo que queremos ser!
Eu "não sou infiel" porque, simplesmente, "não quero ser infiel"!
Valerá a pena não sê-lo?
Valeria a pena ser?
São duas perguntas cuja resposta já faz parte daquilo que sou.
Não tenho necessidade de o experienciar de novo!
Sou fiel porque é o amor que me diz que "não quero ser infiel"!


sábado, outubro 03, 2009

sem vintém


Se os degraus
falassem a fala
que falavam
os teus avós
diriam que eles também
viviam sem um vintém
tal como agora
vivemos nós


quinta-feira, outubro 01, 2009

para quando a mudança


A mudança de que nos damos conta, ocorre hoje em muitas áreas, da tecnologia à medicina, à maneira como nos entretemos e comunicamos uns com os outros. Mas uma mudança, em particular, está de fora: a alteração no comportamento humano.

Nos últimos dez anos vimos seres humanos a pilotar aviões contra edifícios, a enviar cartas com anthrax-laden através do correio, a disparar contra pessoas nas ruas, a lançar bombas contra milhares de pessoas inocentes, a fazerem-se explodir em estações de combóio e em autocarros, e a queimarem-se vivos nas ruas de Bagdade.
Oficiais estão sendo acusados de malfeitores e de conduta criminal. Os políticos estão sendo acusados de corruptos e incapazes. Os polícias são afastados e atingidos com tiros por indivíduos perseguidos. Padres são acusados de abusos contra crianças.

O que é profundamente triste é que estas ocorrências já não são consideradas anormais.
Nós criamos uma sociedade que desenvolve os valores que produzem o exacto oposto ao que nós dizemos que desejamos experimentar.
E agora os valores não-harmoniosos do mundo estão ameaçando a vida como nós a conhecemos. Vemos isto à escala dos acontecimentos espalhados por todo o mundo.
Se desejarmos verdadeiramente relevar na nossa sociedade humana as condições e as experiências com as quais temos sonhado, não há um minuto a perder.
Não é altura para o desespero, mas sim tempo para reparar, porque há muito para cuidar e os seres humanos concernidos podem fazê-lo agora mesmo.

Contudo quem dá um passo em frente e traz isso à humanidade? E quando?
A resposta deve ser, você e eu, agora mesmo. Porque se não você e eu, então quem? E se não agora, então quando?
São perguntas ouvidas já desde há uns anos para cá.
Devemos e temos que dedicar uma quantidade enorme do nosso tempo, das nossas energias criativas, e dos nossos recursos à tarefa de criar na Terra o espaço para a emergência de um conjunto de crenças que permita às pessoas do nosso planeta considerarem uma nova atitude, como um prolongamento e um realce da sua crença actual sobre Deus e a Vida.

A criação duma Nova Espiritualidade poderia começar com e em torno das mensagens em muita da literatura espiritual contemporânea, esotérica e social, incluindo os escritos de visionários como Duane Elgin, Thom Hartmann, Jean Houston, Dr. Ilchi Lee, Neale Donald Walsch, Barbara Marx Hubbard, Marianne Williamson, e outros.
O primeiro passo para atingirmos esse objectivo é explorarmos com seriedade o tipo das novas ideias que uma Nova Espiritualidade propõe.

(Recebido por e-mail)