Lisboa,

quinta-feira, janeiro 31, 2008

inteligência e criação

Ninguém é mais que ninguém, e a verdade de cada um não passa disso mesmo! Faz-nos bem divagar, principalmente por caminhos desconhecidos, porque, ultrapassados um dia, deixa-nos mais leves e bem-dispostos.
Claro que a pergunta fundamental do homem, se os problemas sociais o permitirem, terá de ser "Quem sou Eu? O que faço Aqui?".
A sua inteligência já não se satisfaz com a compreensão do "Big Bang" ou a descodificação do código genético humano. Uma célula viva exposta à luz acabaria por murchar e o seu ADN desapareceria em pouco tempo. Os genes dum homem e duma mulher combinam-se para formar um ser que está longe de ser uma réplica. Uma mulher que engravida "limita-se a assistir" a um facto que a natureza passa a controlar. A inexistência duma prova científica para um universo consciente não nega a minha própria consciência.
Sem uma inteligência "por detrás" de tudo isto, é difícil imaginar harmonia e equilíbrio.

As leis da Natureza continuarão a funcionar quer queiramos ou não! O suporte da vida manter-se-à inalterável e insensível ao crédito ou descrédito do ser humano.
O criador existe porque a Humanidade existe? Porque não hei-de ser sensível à hipótese do Criador ter concebido a Sua Criação para Seu proveito e com o Seu propósito? Porque não hei-de aceitar que eu, tu e todos, possamos ser manifestações físicas e espirituais do mesmo Deus? Se entender que nada existe fora de Deus, então, tudo e todos seremos Deus a expressar-Se.
A paranóia dos sentidos não passa duma forma de Me expressar no mundo físico! Só eles me poderão permitir a percepção da relatividade onde me movimento. Dentro do "todo" existe o que É e nada mais! O que os meus sentidos apreendem não são formas que se vão acamar em algum espaço do cérebro ou noutro lado qualquer. A mente engana enquanto estiver "dentro da ilusão".

O paradoxo terá que existir nas nossas cabeças. Nada existe sem o seu oposto. Nada existe fora de Deus!
Não me serve a religião que me diz que estou separado de Deus. Não existe um satanás nem o bem e o mal se andam a defrontar, em guerra aberta com o Criador. É um absurdo pensar num recém-nascido, carregado com o peso do pecado, à mercê de forças do mal, como se o bem e o mal não fossem consequências dum contexto, duma sociedade, duma orientação...
Também não vejo qualquer paradoxo no facto do criador ser simultaneamente o bem e o mal. Pois, se nada existe fora Dele!
E nada poderá acontecer que não seja da Sua vontade...
Daí a dicotomia divina...

terça-feira, janeiro 29, 2008


Já só ouço o chilrear
já só sinto o meu pulsar
já de restos o ar não vem
já o sino um som contém
já lá em cima se cruza
a inspiração e a musa

Já outra luz se formou
já m'encontrei no que sou
já outra onda sorriu
já outro mar explodiu
já se desprendem os céus
e cantam novos troféus

Já a flor vem e sorri
já tudo vive pra si
já a vontade divina
não começa nem termina
nem filhos pais ou avós
pois só existe um de nós


(Amaral Nascimento)


domingo, janeiro 27, 2008

blowing in the wind



KATIE MELUA - Blowing In The Wind

How many roads must a man walk down,
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail,
Before she sleeps in the sand?
Yes and how many times must cannonballs fly,
Before they're forever banned?
The answer, my friend,
is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind
Yes and how many times must a man look up,
Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have,
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend,
is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind
Yes and how many years can a mountain exist,
Before it's washed to the seas (sea)
Yes and how many years can some people exist,
Before they're allowed to be free?
Yes and how many times can a man turn his head,
Pretend that he just doesn't see?
The answer, my friend,
is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.


(Bob Dylan)

sábado, janeiro 26, 2008

outra cor


Para além de procurarmos saber quanto valemos e somos, procuremos também saber Quem Somos.
Os nossos enigmas, os silêncios, os segredos, a cumplicidade dos nossos gestos e dos nossos anseios são parte Daquilo que somos.
A fragilidade é uma ilusão do quanto aparentamos ser, enquanto personalidade. Porque a esperança dos sorrateiros momentos que sucedem vão-nos dando força para sabermos o que queremos. Não é fácil conciliar o que se tem e o que não se tem, mas o desafio da vida coloca-nos na frente as oportunidades que nos permitem "ver" o que temos por dentro. Por fora, basta olharmo-nos ao espelho...

Por vezes, ousamos ver o que fomos ontem.
Descobrimos aquele que tropeçou nos degraus do crescimento e se desencontrou dele próprio. Porque o amor não é destrutível, nem acaba, também ninguém perde o amor. Pode desencontrar-se com ele, apenas isso!

Entre o sonho e a realidade apenas existirá uma fina distância.
Continuemos a sonhar! Entre a alegria de ontem e a tristeza de hoje dista um curto pensamento. Quando o rosto da alegria se abrir, e quando o amor despontar de novo, outros amores reaparecerão à nossa volta, como foguetes estalando nos céus.
Vamos abrir o coração, e ofereçamos um sorriso a nós mesmos!
Amanhã o dia amanhecerá com outra cor!

sexta-feira, janeiro 25, 2008

tudo é singular

"Sabes porque é que não há dois flocos de neve iguais?
Porque é impossível serem iguais. A "criação" não é "duplicação", e o Criador apenas pode criar.
É por isso que não há dois flocos de neve iguais, não há duas pessoas iguais, não há dois pensamentos iguais, não há duas relações iguais, e não há dois de nada iguais.
O Universo - e tudo dentro dele - existe na forma singular, e não há verdadeiramente NADA MAIS COMO ELE.
É novamente a Dicotomia Divina. Tudo é singular, e no entanto tudo é Um.
Exactamente. Cada dedo da tua mão é diferente, mas é tudo a mesma mão. O ar na tua casa é o ar que está em toda a parte, contudo o ar de sala para sala não é o mesmo, e sente-se marcadamente diferente.
O mesmo acontece com as pessoas. Todas as pessoas são Uma, e no entanto não há duas pessoas iguais. Não poderias, portanto, amar duas pessoas da mesma maneira por muito que tentasses - e nunca o quererias, pois o amor é uma reacção àquilo que é único.
Assim, quando demontras o teu amor por uma pessoa, estás a fazê-lo de uma forma que não podes utilizar com outra.
Os teus pensamentos, palavras e actos - as tuas reacções - são literalmente impossíveis de duplicar - são únicos... tal como a pessoa por quem nutres esses sentimentos."


(Neale Walsch in Conversas com Deus-3)

quarta-feira, janeiro 23, 2008

vou ali fora e já venho

Vou ali fora e já venho
sentir a cor da calçada
fluir na vida que tenho
ser da nova jornada

Vou ali fora e já venho
gritar o grito do peito
dizer da sorte que tenho
beijar-te só do meu jeito

Vou ali fora e já venho
contar pelos dedos da mão
as coisas que já não tenho
as novas que agora são

Vou ali fora e já venho
volto pra dentro de mim
ver o Deus que eu tenho
e ouvir o Teu dizer sim


(Amaral Nascimento)
(imagem colhida na Net)

terça-feira, janeiro 22, 2008

saltos criativos


A adaptação é uma coisa miraculosa porque ocorre por saltos qualitativos.
Quando alguns dinossauros ancestrais desenvolveram penas, realizaram uma adaptação que viria a ser perfeita para o voo alado.
As células do exterior dos seus corpos, que eram duras e escamosas, eram úteis como armadura, mas não podiam contribuir para pairar nos ares.
É como se a evolução tivesse encarado um novo problema e, em seguida, desse um salto criativo para o resolver.
A velha utilização das escamas foi abandonada em prol de um novo mundo de voo alado (e essas mesmas escamas iriam dar um salto numa direcção diferente quando se transformaram em pêlo, permitindo o desenvolvimento dos mamíferos peludos). Tanto a ciência como a religião se preocupam com este facto.
A ciência não gosta da ideia de que a evolução sabe para onde vai; as mutações darwinianas são pretensamente aleatórias.
A religião não gosta da ideia de que a criação perfeita de Deus muda quando é necessário algo novo. No entanto, este é um caso onde as explicações tomaram um lugar secundário. Sem dúvida alguma, o mundo físico adapta-se a si mesmo por meio de saltos criativos que ocorrem a um nível mais profundo - chamem-lhe genético ou consciente, como lhes aprouver.


(Deepak Chopra in O livro dos segredos)

segunda-feira, janeiro 21, 2008

voar com os pés na terra

Fui ao "voar com os pés na terra", li e tomei a liberdade de reproduzir esta bela mensagem:

"Todos os desafios têm em si a sua própria solução.
A leveza é fundamental para os aceitar.
É o primeiro passo para eliminar os problemas: aceitá-los como desafios.
A leveza é como os sonhos: é volátil.
E requer a capacidade de sonhar: que vos renova a esperança na felicidade.

A paz acontece sempre que há silêncio interior.
Nota que, quando sentes um lugar de paz, estás em silêncio.
A paz existe em ti.
Nada altera a paz que podes sentir se tiveres silêncio interior.
E este cresce da aceitação de que está tudo bem.
Sempre esteve.
Confia.
Tu não és só a vida que pensas conhecer.
Cultiva o silêncio.
A paz existe.

A vossa grandeza só é frágil na ausência de fé em vocês próprios.
A grandiosidade da tua essência é tão real que estás a criar a realidade em que acreditas.
Tu só sabes viver a tua verdade.
Aceita-te.
Escuta o teu coração.
Tudo o resto é autocrítica.
Respeita as tuas limitações e saúda-te todos os dias.
Tu és indispensável à Vida.

O teu drama existencial é quereres conciliar aquilo que tu sentes que és, com aquilo que tu pensas que tens de ser.
O que sentes é a tua verdade."

(Ana Eugénio)

sábado, janeiro 19, 2008

o meu 19



Sendo este o meu dia, vou enchê-lo "à maluca"! Vou cansar os dedos até eles doerem nas pontas. Não!... Vou divagar mesmo! Encher "isto" com bocados d'aqui e d'acolá.
Claro que não sou nenhum poeta! Longe de mim pensar tal coisa! Às vezes, até parece que não me recordo de ter escrito certas coisas...
Mas sei que há momentos em que as palavras se soltam em versos, traços esguios duma procura constante, ora da realidade palpável, ora do complexo transcendente. Ena, que frase "tão séria"!...
Mas ainda há dias escrevia assim:



Foram momentos de sonho
sonhos nem sempre a dois
foram sonhos que vou guardar
no meu bornal pra depois

Já a chuva queima o sonho
Já o vento não deixa ver
Já tudo morre esquecido
na vida que ousámos ser



Nas vestes do personagem inconstante, procurei o outro lado da lua.
Subi e desci, riscando folhas de papel em branco, cruzando a mente com catadupas de imaginações e sentimentos. Esboços tremidos, sulcos negros e fugidios.
Do meu baú de recordações, retirei este esboço que ousei fazer no longínquo 1967:



Desfaço-me das vestes sombrias
do poeta triste.
Os sonhos de ontem
apenas esvoaçam
buscando a mesma luta...
E para meu sossego,
junto forças no meu peito, ergo os olhos, sobranceiro,
para só então,
entre a turba na batalha,
eu sentir que vou sonhar
o sonho do meu sofrer
que tanto quisera evitar.




Naquela altura, pouca coisa fazia sentido, quando nem o escuro se mostrava triste ou ameaçador.
Ainda assim, por entre as linhas do labirinto, sentia a esperança de encontrar o caminho.




No ondular do vento
e da branca espuma,
no borbulhar ruidoso do mar,
destaquei a sombra esguia
que gritou melodias suaves,
transbordantes de cores
e de amores tardios...

Carinhosamente
a noite tardou a cair...





Um dia, tive a juventude nas mãos. Fitei os olhos da criança e mergulhei neles a velhice do meu corpo.
Tangi os sentidos de branco, quando o amargo duma vida escapada esfriou esses sentidos duma intenção desconhecida.
Era o espírito da juventude que se esbarrava na ânsia de encontrar mais e melhor na verdade que sentia existir...




Fui mar e também fui fogo.
Fui sonho tresloucado,
vestido de névoa pura,
escondido em remoinhos
surdos de trazer
no peito.


O mar perde-se no horizonte, assim como o céu nos mostra espaços eternos.
Dos dias se fazem anos, contados pelos dedos, segredados por pensamentos acumulados uns sobre os outros.
Por vezes, a vida ocorre de forma sábia. Por vezes, pula na dança, suspira e relembra, fogueia em formas de ser.

Sábio é aquele que espera sem temer.
Aquele que dá graças, sem temer a espera.
Aquele que vê sem olhar e sem olhar sabe ser.
Sábio é aquele que, por esquecer, relembrou.




Vou dizer sim ao vazio,
vou largar o pensamento,
vou dizer sim e vou ser,
ainda que pareça selva
vou rebolar-me na relva,
é isso que vou fazer!

Depois de ouvir o meu CD,
vou andar de bicicleta,
flutuar numa jangada,
vou ter Comigo à fonte
e vou pensar em mais nada.

Vou serenar no vazio,
contemplar o céu azul
vou encher de mim o som
deixar as nuvens passar
sem lhes pedir nada bom.

vou entrar na berma estreita
dum paraiso de luz,
comigo a cantarolar,
vou sem bater na janela,
vou penetrar dentro dela
e com meu anjo falar.

Hoje, vou ser eu.


(Amaral Nascimento)
(imagem de Michael Parkes)


sexta-feira, janeiro 18, 2008

as coisas da vida

O importante na vida é ter objectivos! - dizia TMara, há dias, num e-mail.
Infelizmente este parece que ganha espaço na vida das pessoas....

segunda----terça----quarta----quinta----sexta----sábado----domingo


É verdade: isto aplica-se à semana (porque queremos depressa o fim de semana para descansar e passear), ao mês (porque contamos pelos dedos os dias que faltam para receber o ordenado do mês), ao ano (porque estamos sempre a sonhar com as férias)...etc., etc..

O stress, as depressões, o mal estar, são as consequências naturais dum sistema de vida alicerçada nestes conceitos.
Afinal, o que falta aqui de verdadeiramente importante?

De uma maneira simples, podemos concluir que tudo se altera em face da maneira como reagimos perante "as coisas" da vida!
É simples, mas não deixa de ser eficaz e esclarecedor o modo como nos comportamos perante os factos, os acontecimentos que fazem a realidade que apreendemos, em todos os momentos.

E cada um de nós tem, consigo, o instrumento que abre os caminhos que quer ver projectados no seu futuro.
A aceitação.
Um passo acertado e seguro terá de passar, sempre, por sabermos aceitar a realidade que, de uma forma ou outra, é criada na "nossa" vida.
Mas essa aceitação não pode passar por nós, fugidia e inconscientemente.
Pelo contrário. Ela deveria supor um momento único, como se outro não existisse, pura e simplesmente.
Quando bebemos um café, deveríamos beber "esse" café como se ele fosse o melhor, o mais saboroso, o único!
Quando abraçamos uma pessoa que amamos, deveríamos olhá-la e senti-la como "a" pessoa mais encantadora, a mais amorosa, a unica!
Quando entramos na nossa casa deveríamos vê-la como a mansão mais confortável, mais bonita, como se outra não existisse.
Quando abrimos a janela, ao acordarmos, deveríamos sentir o dia como o momento mais belo, mais excitante, o único e último.
Tudo isto - vivido conscientemente, sentido profundamente, aceite alegremente - poderia alterar qualquer sociedade.
Talvez não seja utopia pensarmos que no aceitarmos a realidade do dia-a-dia, com alegria e entrega, estará a harmonia interior e a apreensão perfeita das coisas da vida...

quinta-feira, janeiro 17, 2008

coisas do coração


A sociedade de hoje levou o homem a esta encruzilhada. Nesta incerteza sobre como proceder, e na "possibilidade" da razão se tornar cada vez mais forte, temia-se que fosse ficando para trás a vivência assente nas coisas boas da intuição, do respeito pelo próximo, da espiritualidade conducente a uma forma sadia de sentir a vida.
A esperteza, a falsa manifestação, o conluio para normas onde o mundo de hoje coloca cada vez mais dúvidas, são caminhos pertencentes a mentalidades que se vão alterando com as novas gerações.
E as coisas do coração já não são pertença exclusiva do feminino, como o passado recente fazia parecer natural.
As coisas do coração são elevação do ser humano, no seu todo, e vão constituindo alicerces de valores novos que farão despontar outras maneiras de ser e outras maneiras de estar, outros conceitos sobre Deus e sobre a Vida...

quarta-feira, janeiro 16, 2008

cumplicidade


O que eu penso é que a alma não pode ser juiz de nada nem de ninguém. É como Deus, Que não julga ninguém, pois concedeu a todos o livre-arbítrio.
A alma é sabedoria por natureza, é amor divino.
Não julga, porque não precisa julgar.
Sabe Quem É e, sabendo, nada pode feri-La.
Amar é próprio da alma.
É o seu sentimento mais sublime.
Ninguém pode ser culpado por amar seja quem fôr ou o que fôr.
Poderemos não estar a amar incondicionalmente, porque queremos alguém só para nós. Mas isso é próprio do ser humano, que vive no interior duma sociedade complexa e agressiva.
Porque estamos em constante evolução, as mais diversas sensações povoam o nosso espírito e a nossa mente, e enleam-nos em dúvidas e sobressaltos, antes que tomemos consciência.
O amor é um sentimento sublime e, como tal, toma todas as formas. Desde o desejo louco até ao gesto mais ternurento. Amar é expressar a cumplicidade que envolve dois corpos.
A cumplicidade com o parceiro e a sua complementaridade faz dos dois bons dançarinos e a sintonia mágica que a música transporta para longe da realidade física.

domingo, janeiro 13, 2008

o teu perfume



As tuas palavras acenderam
uma luz
que se tinha apagado.
O meu peito ficou sereno,
tranquilo,
como gatinho aninhado,
e o sono deu lugar
a um arco iris risonho,
postado em olho divino
que iria embalar um sonho.

E eu sonhei
com a alegria do teu olhar,
com a paz do teu sorriso,
com o perfume do silêncio,
e um abraço do que é preciso.

Vi a fortuna outra vez,
cheirei de novo o riacho,
tremi na relva molhada,
fiz um ninho às andorinhas,
vi amor no fim da estrada.

Dei vivas ao fim do dia,
dei um som ao amanhecer,
fiz do Sol um rio sereno
pra que ele não vá esquecer
aquele amor que desponta
sempre eterno em cada ser.

(Amaral Nascimento)

sábado, janeiro 12, 2008

amor e relacionamento - 2


Quando falo aos jovens sobre o amor, digo-lhes que há duas questões que eles têm que colocar à vida e ao relacionamento que a todos pode ajudar.

1. Para onde estou indo?
2. Quem está a ir comigo?

É importante colocar estas perguntas pela ordem correcta. Muitas pessoas não o fazem - e sofrem, por isso, o resto das suas vidas.

Primeiramente perguntam, quem está indo comigo nesta minha vida? Depois perguntam, para onde estou indo? Frequentemente, a escolha do destino é condicionada e comprometida pela escolha do companheiro. Isto pode resultar numa viagem muito atribulada.

Recentemente, uma jovem dos seus vinte anos perguntou-me, "O que se sente como se está enamorado?" Eu disse-lhe que não poderia responder por outra pessoa, mas que sabia bem o que eu sentia. Era como se apenas um de nós estivesse no quarto.

Quando estou com a minha amada, sinto como se não houvesse mais nenhum lugar onde "eu" acabo e "ela" começa. Quando olho para ela, é como se olhasse para os meus próprios olhos. Quando pressinto que ela está triste, é como se a tristeza perfurasse o meu próprio coração.
Quando ela sorri, o meu coração sorri com ela - como se fosse ela.

Desejo que isto aconteça assim a toda a gente. É para isto que eu continuo a trabalhar. Estou a sentir isto com mais e mais pessoas todos os dias.

"Um curso em milagres" diz, "Nada de relacionamentos especiais" Ou seja, nenhuma pessoa deve ser mais especial para nós do que outra.
É assim que Deus experimenta o amor. Não há nenhuma condição, e ninguém é mais especial do que outro.

É difícil para a maioria das pessoas compreender isso. Como pode Deus amar-nos todos de igual forma, o "bom" e o "mau"? É porque Deus não vê nenhum de nós como "bom" ou como "mau." Nós somos todos perfeitos aos olhos de Deus, não importa como nos comportamos. Os seres humanos têm um longo caminho a percorrer até que possam compreender isto. A maioria de nós coloca condição atrás de condição para o nosso amor, e nós devemos abandonar tudo isto muito rapidamente.

Assim, a terceira grande verdade sobre o amor é que ele não conhece condições. Não existe essa coisa de "eu amo-te SE..." no mundo de Deus.

A quarta grande verdade sobre o amor é que ele não conhece nenhumas limitações. O amor é liberdade, experimentada. Liberdade total e absoluta.
E assim uma pessoa que ama outra nunca procura restringir ou limitar o outro, de forma nenhuma. Muita gente resiste a isto. Para a maioria, o amor traduz-se, mais ou menos, em "posse." Não que isto seja sempre expressado, naturalmente. Sente-se simplesmente. É um sentido conceito de "você é meu."

Naturalmente, no amor verdadeiro nada pode ir além da verdade. E no amor verdadeiro, tais ideias ou pensamentos não fazem parte da experiência.
Ninguém pertence a ninguém, e ninguém age como tal.

Isto tem implicações importantes, como se pode imaginar. Assim vou agora referir a quinta, e talvez a "mais controversa" verdade sobre o amor que eu conheço.

O amor nunca diz não. Não às pessoas de igual maturidade e inteligência. (Não estamos aqui a falar sobre crianças. Vamos limitar esta discussão aos adultos.)

Seja qual for o pedido da pessoa amada, o amor diz sim. Isto não significa que as opiniões pessoais não possam ser expressas, ou que as preferências pessoais não sejam admitidas. Significa que, em último caso, um pedido da pessoa amada nunca será negado. Quem somos nós para negar a alguém qualquer coisa?

De novo, é difícil para a maioria das pessoas admitir isto. Contudo, esta é a maneira como esse Deus ama. Gosto de dizer nas minhas leituras e retiros que Deus tem somente uma palavra no seu vocabulário. Deus diz sempre sim.

Não importa o que você quer, não importa o que você escolhe, ele nunca diz não.

Esta ideia pode ser reduzida a duas palavras: Deus permite.

Eu acredito que as palavras "Deus" e "amor" são permutáveis, e você poderá então dizer, o "amor permite."

Em última análise, é isto que o amor faz. O amor permite. Nunca restringe, nunca limita, nunca pára, somente permite. Nos verdadeiros relacionamentos de amor, você acaba por obter aquilo que quer.

A verdade final sobre o amor é que ele se renova sempre. Nunca desaparece. Faça portanto de cada dia, o dia do seu casamento no seu coração. Mesmo que não seja casado.
Porque você é, você sabe. Para todos vocês. Nós somos todos um.

(Neale Donald Walsch)

sexta-feira, janeiro 11, 2008

amor e relacionamento - 1


As pessoas gostam de estar apaixonadas. Contudo, o “amor” é uma grande palavra. É a maior palavra da linguagem humana.
De qualquer uma. Por isso temos que perguntar: "O que é amor, realmente?"

O autor M. Scott Peck diz que o amor é uma decisão, não uma reacção. É uma escolha, não uma resposta.
Esta será uma das coisas mais importantes que alguma pessoa diria sobre o assunto.

O amor verdadeiro nunca é o resultado de como uma outra pessoa olha, se comporta, ou interage connosco.
É uma escolha amar alguém, não importa como esse alguém olha, se comporta ou interage.

Isto não significa que o amor verdadeiro requeira de nós permanecer num relacionamento que é abusivo ou que já não esteja a resultar ou que não esteja a cumprir a sua missão. Não confundir as palavras “amor” com “relacionamento”.
Não estamos a querer provar que amamos alguém para permanecer num relacionamento.
Na verdade, há exemplos que provam que continuamos a amar alguém de quem nos estamos a separar.

Também, não é verdade que o amor exija que amemos por mais tempo, logo que a nossa felicidade desapareça.

Se uma pessoa abusa de nós, é um abuso permitir que essa pessoa continue a abusar.
Porque se permitirmos que alguém continue abusando, que estamos nós a ensinar-lhe?
Contudo, se tornarmos claro que o abuso é inaceitável, então não estarão eles a aprender?

Se já não estivermos felizes num relacionamento, estamos perante uma das perguntas mais importantes da vida: Temos nós o direito de sermos felizes?

A resposta é: sim!
Permanecer num relacionamento em que você já não é feliz apenas porque “você disse que devia”, apenas produz infelicidade à sua volta. Talvez seja altura para sair.

Naturalmente, é verdade que ninguém pode realmente "sair" para sempre de um relacionamento.
Estamos sempre numa relação uns com os outros, e a única coisa que muda é a forma que toma esse relacionamento.

Você não pode terminar uma relação, apenas pode mudá-la. Assim não pense em termos de terminar a sua relação, pense em termos de mudá-la. Pode desejar mudar a sua forma, ou pode desejar manter a forma, mas alterar o seu conteúdo.

Ao decidir amar alguém - amar verdadeiramente - está a fazer uma escolha muito elevada. É a marca de um mestre.

Amar alguém como uma "reacção" é um tipo diferente da experiência. É a marca de um aluno.

O perigo de amar alguém como uma reacção é que a pessoa que amamos pode mudar. De facto, certamente é isso que acontece.

Pode ganhá-la ou perdê-la. Pode alterar a sua personalidade. Pode mudar as suas ideias sobre algo importante para nós.
E se nos apaixonamos por aquilo que eles nos trazem para a relação, poderemos sofrer enormes desapontamentos.

Assim, chegamos à segunda grande verdade sobre tudo isto: o amor não é sobre aquilo que o outro lhe traz, mas sim sobre aquilo que você traz ao outro. Na verdade, a finalidade de todos os relacionamentos do amor é fornecer-nos uma oportunidade de decidirmos e declararmos, anunciarmos e expressarmos, para nos tornarmos e cumprirmos QUEM REALMENTE SOMOS.

Esta é talvez uma outra maneira de reafirmar a primeira verdade, porque Quem Nós Somos Realmente é uma escolha, não uma resposta. É uma decisão, não uma reacção - embora seja verdade que a maioria das pessoas pensa o contrário.


(Neale Donald Walsch)

quinta-feira, janeiro 10, 2008

a mulher


Estava a pensar que a mulher deve ter sido o "ser" mais encantador que Deus criou.
E não foi certamente com uma costela, como se diz por aí!
Estou a lembrar-me da mulher no feminino, da mulher-liberdade, da mulher-criadora, da mulher-ternura, da mulher-alegria, da mulher-mãe, da mulher-cúmplice, da mulher-paixão, da mulher-criança, da mulher-Deus.
Creio que o Criador "se esmerou" muito mais quando concebeu a mulher.
Mas se fez a mulher diferente do homem, certamente que na Sua intenção esteve a criação de dois sublimes tesouros que se completassem com as suas diferenças!
Só um Deus amoroso criaria dois seres tão completos...

Isto a propósito de, por este mundo, darmos conta de um sem número de mulheres com coragem!
Mulheres que, generosamente, vão construindo, criando, evoluindo…
Uma mulher que se acomoda, tem menos oportunidades de gritar ao universo Aquilo Que Quer.
Uma mulher que tem a coragem de dizer "não" àquilo que fez, que ousa dizer "sim" quando o mundo lhe aponta o dedo, e que não receia criar de Si uma versão nova que a satisfaça, que a seduza e complete - é uma vencedora na vida!

A mulher que vence na vida sabe compreender que é muito mais do que a mulher-objecto que a sociedade quer atirar para lugares que são becos sombrios. A mulher que quer sair vencedora conhece o mundo ilusório onde vive e partilha a verdade da vida. Não se deixa iludir com o que é efémero e busca, na intuição, os caminhos que não enganam. A mulher vencedora comunga com a natureza e reconhece a unidade com Deus e com o homem, seu parceiro.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

este mundo virtual


Agora que outro ano passou, agora que fizemos o balanço do quanto nos aconteceu em muitos meses virtuais de comentários, de leituras, de partilha - agora, já nada é como dantes!
Conhecemos novas gentes e outras gentes rumaram novos rumos!
Recebemos outras forças, recebemos outras ideias, outra coragem, outra forma de encarar as coisas simples e as mais complicadas!
Somos hoje mais completos, porque abrimos a nossa mentalidade, escrevemos sobre coisas novas, lemos avidamente o que nos agradou, encontrámos, porventura, a verdade da nossa verdade!
Ninguém passou por nós ao sabor do acaso, repartimos segredos da nossa vida, demos e recebemos.
São novas as realidades deste universo repleto e diversificado.
E porque ele continua vivo, espera por ti e por mim no dobrar da esquina, neste instante de perdas e abundâncias que só partilhado tem o seu devido valor!
Com ele, com este mundo virtual aberto, franco e amigo, poderemos, com certeza, desenhar em fundo branco, um sorriso mais risonho!...

segunda-feira, janeiro 07, 2008

comecei há três anos



Pois é, mais um ano!!!
Mais um balanço para olhar para trás e verificar quanto vale o que ficou escrito. Principiei no primeiro dia de 2005 e, transcorrido o terceiro ano, constato que o primeiro dia já vai longe, muito longe!
Contando, desde o início, já lá vão 734 textos publicados!
Neste ano de 2007 foram 227, onde a poesia ocupou grande espaço.

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Números!
São números, mas não apenas números!
Porque, tudo junto, vai para além dos números!



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Constato que há pessoas que me leem regularmente.
A essas, deixo aqui o meu obrigado sincero, porque se reveem, de alguma forma, naquilo que aqui deixo escrito.
Certamente que um dia este blogue terá o seu fim natural!
Se será neste ano ou num outro qualquer, isso não sei!
Nestes três anos, dei e recebi! Muito, muito mesmo!
O balanço é, pois, um balanço positivo.
E vou repetir o que já disse há dois anos atrás: Estou tranquilo, contente com aquilo que fiz, grato pela atenção que todos me prestaram, sensibilizado pela confiança e respeito que sempre observei.
Com a consciência de que AQUILO que escrevo é somente a minha opinião, o meu sentir, a minha verdade!...
Apenas isto!...

sábado, janeiro 05, 2008

sou toda tua


Nua, nua
toda tua
vê-me assim!
Diz-me lá,
queres-me já?
Vens pra mim?

Faz-me amor,
dá calor
à amada.
Já transpiras
e respiras
madrugada!

Dás-me tanto
que é espanto
que te dou.
Se te canto
teu encanto
aumentou!

(Teresa Machado)

quinta-feira, janeiro 03, 2008

o passado


O passado é aquele conjunto de experiências criadas num sem-número de momentos, que estiveram na nossa frente, e onde fizémos despoletar as mais variadas emoções e sentimentos.
Porque a vida é composta exactamente de muitos momentos únicos, que estão sempre a acontecer, torna-se evidente que, se não forem aproveitados, as oportunidades vão-se perdendo silenciosamente.
Portanto, o passado é importante, enquanto referência para novos estados de ser. Nada do que foi criado se vai perder.
Mesmo que não liguemos ao passado ou "esqueçamos" o nosso passado.
Tudo está "armazenado" e faz parte da evolução em que estamos inseridos.
O que quer dizer que o mais importante, agora, é aproveitarmos todos os momentos do "agora", para recriarmos uma nova imagem daquilo que pretendemos ser.
Vivamos o que a vida nos oferece, porque nada nos é presenteado por acaso!...

terça-feira, janeiro 01, 2008

2008

Ele aí está! Pequenino, sorridente, dono da Vida! Vem cheio de força, começa chuvoso, dando início a 366 dias de oportunidades diversas. Que o céu nos mostre claramente o seu bonito e eterno azul! Que o mar se divirta, sereno, na imensidão do seu azul de mais cores! Que a terra produza, fértil e segura, a abundância que dê para todos os seres vivos! Que o planeta mantenha o azulado deslumbrante que os astronautas desfrutam! Que a lua continue romântica, os astros nos protejam e Deus continue a SER aquilo que somos e a Unidade de tudo aquilo que é!



FIRST DAY OF MY LIFE (Melanie C)