Lisboa,

segunda-feira, maio 30, 2005

olá amigo!

Continua teu o 31, ou o último, que também é teu!

aljustrel


Boa noite, Aljustrel! Até breve, Aljustrel!
Três dias diferentes, no espaço onde outras paisagens surgem, Sol de Verão a aproximar-se, noites agradáveis, de brisas brandes. O Alentejo é mesmo assim, um pouco antes dos dias tórridos se abaterem sobre as planícies desprotegidas, a perder de vista.
Um pouco para cima, nas zonas eborenses, o verde das serras já prende a vista e já nos presenteia de cores mais garridas e frescas.
O distrito bejense despeja-se mais desse verde mas, nas extensas planuras, enche-nos o peito do cheiro do trigo, da cortiça e dos enchidos. Destapa-se de nuvens um céu azulado, cobre-se o solo de espigas douradas, e os sobreiros enfeitam os campos, respigados de montes, de gado, papoilas e girassóis.

O concelho de Aljustrel, situado no coração do Baixo Alentejo, ocupa uma área de 458 quilómetros quadrados, com cerca de 11 mil habitantes, distribuídos por cinco freguesias.
A vila é uma das mais antigas povoações de Portugal. Duas colinas, um vale e um passado milenar. Diz a história que se trata da cidade romana Vipasca, denominada Al-lustre pelos árabes, que D.Sancho II conquista para os portugueses em 1234 e D.Afonso III confere o Primeiro Foral em 16 de Janeiro de 1252.
Conhecida desde sempre pelas suas jazidas de minério, os indícios deixados fazem supor que alguma exploração tenha já sido efectuada 3000 anos antes de Cristo.
Mas é entre os séculos I e IV que os romanos dão início a explorações em larga escala. Antes de ser enviado para Roma, o minério era fundido no próprio local, deixando numerosos vestígios, principalmente na mina de Algares situada em plena vila de Aljustrel.
Após a ocupação romana, a exploração abrandou, naturalmente, e só em 1849 voltou a uma actividade mais intensa, de que os últimos anos 60 e 70 são exemplo.
Desde 1993, a actividade mineira é quase nula, as centenas de mineiros viram-se sem emprego, muitos foram reformados e só alguns se mantiveram trabalhando nas instalações. Ligada ao sector, nasceu uma fábrica de explosivos que se mantém na área da mina.
Presentemente, procuram-se soluções para a sua reabertura e, naturalmente, os diversos filões existentes no subsolo constituem um património importante para Aljustrel e para o País.
De um modo geral, a população da vila dedica-se ao comércio, à agricultura, silvicultura e pecuária.
Nos últimos anos, a existência do Pólo industrial, numa zona limítrofe, convidou ao aparecimento de pequenas indústrias que vieram proporcionar à actividade melhores condições para o seu desenvolvimento e expansão.
No plano social e cultural, Aljustrel não adormeceu, fazendo juz à criação duma biblioteca, dum Pavilhão Municipal de Desportos, piscinas, parque de exposições, museu, etc.. As actividades, durante o ano, são inúmeras, das quais se podem destacar a Feira de Abril, a Feira do Campo Alentejano, a Feira das Escolas, a Feira de Santo António, a Feira Nova, a Feira do Livro, as Festas dos Santos Populares, as Noites de Verão, o Festival de Jazz, os Encontros de Comunidades Mineiras, entre outras.
Nossa Senhora do Castelo é ex-libris da povoação e a Ermida, com toda a sua área envolvente, que inclui as ruínas do Castelo islâmico, foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1992.
A Igreja Matriz, construída no século XV, é um dos maiores templos portugueses de uma só nave, e o seu painel de azulejos, do século XVII, foi classificado como peça de extraordinário valor artístico.
A Igreja da Misericórdia é um monumento de estilo renascentista, também do século XVII.
À volta de Aljustrel existitam 15 moinhos de vento, a maior parte não recuperados, mas o de Malpique, que a Câmara Municipal renovou recentemente, constitui ponto de interesse turístico.
Ainda, como pontos de referência, as chaminés do século XIX, denominadas "Transtaganas", ligadas à exploração mineira, podem avistar-se nos Algares e na Herdade das Pedras Brancas, construções curiosas, cujo estado de conservação poderia ter sido muito melhor preservado.

domingo, maio 29, 2005

ilusão nº.6

Com uma animação compreender-se-à melhor...

sábado, maio 28, 2005

ilusão nº.5

Enroscar com uma assim, pode ser difícil...

sexta-feira, maio 27, 2005

um olho do cosmo


"Em qualquer momento o mundo "dá-nos" uma colecção de coisas para ver, de sons, de odores, e assim sucessivamente. Por um processo mais ou menos inconsciente organizamos estas sensações de modo a formarem um quadro estável. Este quadro de fundo, acerca do qual toda a gente está de acordo, é a realidade: um continuum de três dimensões espaciais e uma dimensão temporal. Quando me encontro no escritório, não duvido da existência da minha casa. De igual modo, quando são 10 horas, não duvido da existência das 7. Não penso numa pessoa como sendo um objecto à deriva no espaço; uma pessoa é um certo tipo de padrão no espaço-tempo.

Um corpo humano muda a maior parte dos seus átomos de uns quantos em quantos anos. Diariamente uma pessoa come e inala milhares de milhões de novos átomos, diariamente evacua, urina e expira milhares de milhões de velhos átomos. Sob o ponto de vista físico, o meu corpo presente não tem quase nada em comum com o corpo que tinha há vinte anos. Uma vez que sinto que ainda sou a mesma pessoa, "eu" tenho de ser algo mais do que a colecção de átomos que constituem o meu corpo. "Eu" não sou tanto os meus átomos quanto o padrão em que eles se encontram dispostos. Alguns dos padrões de átomos do meu cérebro codificam determinadas recordações; é a continuidade destas recordações que me dá o sentido de identidade pessoal.

Os simples processos de comer e de respirar inserem-nos a todos numa trama de uma vasta tapeçaria quadridimensional. Por muito isolados ou por muito sozinhos que, por vezes, nos sintamos, nunca estamos realmente cortados do todo.
Acho esta ideia muito reconfortante. Em vez de pensar em mim como um saco de carne em decadência, posso ver-me como uma parte do espaço-tempo eterno. Esta é uma maneira de enfrentar a morte com um sorriso. Em vez de me identificar com o padrão específico do meu corpo, identifico-me com o universo-bloco como um todo. Sou, por assim dizer, um olho que o cosmos usa para olhar para si mesmo. A mente não é apenas minha, mas está em toda a parte. Se não existo, como poderei morrer?"

(Rudy Rucker in "A quarta dimensão")

quinta-feira, maio 26, 2005

Dia do Corpo de Deus

26 de Maio é o 146º dia do ano, no calendário gregoriano (147º em anos bissextos). Faltam 219 para acabar o ano.

Todos os anos, por volta do mês de Junho, sempre numa quinta-feira, dia em que Cristo instituiu a Eucaristia, os cristãos católicos celebram a festa do Corpo e Sangue de Jesus Cristo - é a festa do Corpo de Deus, este ano celebrado no dia 26 de Maio.

Eventos históricos:
1538 - Genebra expulsa João Calvino (10 de Julho de 1509 - 27 de Maio de 1564). Fundou o Calvinismo, uma forma de Protestantismo cristão, durante a Reforma Protestante. Esta variante do Protestantismo seria bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul (entre os Afrikaners), Inglaterra, Escócia e EUA.
1986 - A União Europeia, anteriormente designada por Comunidade Económica Europeia, adota a bandeira europeia.

Nascimentos:
1926 - Miles Davis, músico (m. 1991)
1949 - Ward Cunningham, programador de computador e inventor do conceito de "Wiki", software colaborativo que permite a edição colectiva dos documentos usando um singelo sistema e sem que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação.

Falecimentos:
946 - Rei Edmundo I de Inglaterra, governou entre 939 e 946, sucedendo ao seu irmão Athelstane. Era um dos filhos de Eduardo o Velho. Edmundo lidou com várias revoltas e invasões dos reinos vizinhos ao que era então a Inglaterra. Em 946, Edmundo foi assassinado durante um banquete por Leofa, um homem que havia sido exilado da corte.
1907 - Ida McKinley, Primeira-dama dos Estados Unidos da América, título dado à anfitriã da Casa Branca.

(Consulta feita em http://pt.wikipedia.org)

quarta-feira, maio 25, 2005

observa


Há tantas maneiras de encontrarmos a alegria, o bem-estar, principalmente nas coisas simples que fazemos.

"Observa. Escuta. A letra da próxima canção que ouvires. A informação contida no próximo artigo que leres. O argumento do próximo filme que vires. O comentário fortuito da próxima pessoa que encontrares. Ou o sussurro do próximo rio, do próximo oceano, a próxima brisa que te acariciar o ouvido - todos esses dispositivos são Meus, todas essas vias Me estão franqueadas. Falar-te-ei se quiseres escutar. Irei até ti se Me convidares. Mostrar-te-ei então que sempre estive a teu lado. De todas as formas.

Acho que mensagens como esta contém Aquilo que procuramos: a alegria, a felicidade, a comunhão com a Vida, Connosco e com os Outros. A resposta às nossas ansiedades, às nossas frustrações está tão pertinho de nós, tão à nossa frente, tão no nosso dia-a-dia, no nosso instante - que, afinal, é a única coisa que existe...
O instante, o momento presente. Aquele onde a nossa realidade pode ser criada.

"Esperar é um estado mental. Em termos básicos, significa que a pessoa quer o futuro. Não quer o presente. Não quer o que tem, mas sim o que não tem. Com todas as espécies de espera, a pessoa cria inconscientemente um conflito interior entre o seu eu, aqui e agora, onde não quer estar, e o futuro projectado, onde deseja estar. Este facto reduz grandemente a sua qualidade de vida, fazendo-a perder o presente."

O que estou a aperceber-me, por muita coisa que tenho lido e escutado, é que a transformação está a acontecer e a consciência colectiva tende a mudar. As mentalidades têm vindo a procurar novas formas de estar, novas formas de ser, com as consequentes alterações de comportamentos. As velhas concepções de Deus e da vida vão tomando formas mais condizentes com pensamentos mais livres e arejados, e a comunhão do homem com o meio que o cerca reclama, naturalmente, processos mais de acordo com a preservação e a melhoria daquilo de que depende a sua qualidade de vida.

"Se conseguires dizer ao mundo quem és e aquilo em que acreditas sem embaraços ou hesitações, é porque estás satisfeito contigo mesmo."


(Excertos de Neale Walsch e Eckhart Tolle)

terça-feira, maio 24, 2005

esta terra é um paraíso

"O paraíso da Terra é a experiência de todas as maravilhas, de todas as alegrias, de todas as emoções, de toda a excitação e de toda a felicidade da vida enquanto a vives.
Dei-te tudo aquilo de que necessitas para estar no Paraíso."

("CCD" de Neale Walsch)

Não é o que a grande maioria das pessoas pensa. Para esta maioria a Terra é um pesadelo, é um inferno, é um vale de lágrimas.
A vida parece ser sinónimo de sofrimento, de dor, de tristezas variadas. O planeta encerra sociedades díspares que se movem por interesses internos e externos, prestando pouca atenção à preservação das espécies e do meio ambiente.
O aquecimento do globo está constantemente a ser verificado e comprovado, mas os governantes mundiais poucas medidas importantes adiantam para o evitar.
Espécies de peixe rareiam no mar, cada vez mais acentuadamente, e abatem-se animais, sem dó nem piedade, para os mais iníquos fins.
A floresta arde todos os anos, em extensões assustadoras, pelos motivos mais ambíguos e evitáveis.

Se o meu propósito fosse enumerar casos dramáticos que acontecem por este mundo fora, certamente que criaria um blog unicamente para esse fim.
Mas a finalidade não é exactamente essa.
O que desejaria referir era que esta Terra onde estamos vivendo, com todos os seres vivos na terra, no mar e no ar, é, verdadeiramente, um paraíso deslumbrante.
Somente num lugar assim, com estas características, nós podemos extravasar as grandes emoções - alegres ou tristes -, os grandes sentimentos - belos, dolorosos e sublimes.
Somente num lugar como este, onde o universo se entende a perder de vista, nós temos o ensejo de gozar, em plenitude, as maravilhas que os nossos sentidos apreendem.
Somente, num lugar assim, onde a vastidão complexa desafia as inteligências mais dotadas, nós temos ao nosso dispôr instrumentos suficientes para dar corpo à imaginação mais fértil.

A realidade e a ilusão defrontam-se no torpor da mente do ser humano moderno.
Aquilo de que os nossos sentidos se apercebem pode ser uma ilusão tremenda. Mas é uma bela ilusão!
A realidade de cada um pode, até, nem ser criada por ele próprio. Mas é uma realidade mutável, aceite, rejeitada, pretendida, ignorada, abençoada, chorada.
Aqui, a este palco, real ou ilusório, todo o ser humano quer subir! Quer amar, quer sofrer, quer rir, vangloriar-se, vibrar, agarrar o ar e os céus e submetê-los aos seus pés, num grito de força e poder.
O homem é dono do mundo, mesmo no sofrimento e na dor.
Porque a vida é Deus a manifestar-se e o homem é Deus a expressar-se, em toda a Sua plenitude. Nada acontece que seja alheio à Sua vontade; por isso o jogo que o homem experiencia no palco ilusório é divertido, é sofrido, mas é glorioso!

segunda-feira, maio 23, 2005

confiança

Em Janeiro passado publiquei um post, onde dizia ter conhecido o Renato, através na Net, depois duma resposta a um email onde ele me fazia uma pergunta sobre um livro de Neale Walsch.
O Renato anda a tirar Engenharia Civil, ao mesmo tempo que dá aulas de musculação, conforme li no site que ele tem para divulgação do seu trabalho.
Mais tarde, "falámos" pelo MSN e, de quando em vez, "batemos um papo".
Porque, o meu tema hoje é "confiança", vou revelar uma "conversa" que tive com ele, aí há um tempinho, e que ficou gravada no disco:

- ...
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Grande Amaral. Deixe-me partilhar consigo a maior alegria do mês!
- Anda alguém a tratar mal OS PESOS? ( "Os Pesos" é o nickname do Renato...)
-
Passei a um dos CADEIRÕES DO MEU CURSO!
- GANDA RENATO!!!!!!!!!!!!!!!!
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Nem queria acreditar quando ontem cheguei a casa e fui à Net ver a pauta on-line!... Nem precisei da nota da avaliação contínua para fazer a cadeira! 12 na Faculdade de Engenharia já é uma nota excelente! Tou mesmo MUITO FELIZ...
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Sabe que pensei muito nas palavras do Neale antes de abrir os olhos para a pauta????...É verdade, Amaral! Li no "Tomorrow´s God" que o futuro da humanidade depende do que ela própria pensa de si!
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Reportando-me ao meu caso em concreto, então o meu futuro depende do que eu penso de mim mesmo!
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Durante a minha passagem pela faculdade de engenharia não tive grande sucesso e só agora estou a perceber porquê. Sempre me questionei porque não tinha o sucesso que merecia... Se eu sempre me esforcei, estudava...
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Cheguei a uma conclusão: Não tinha a confiança que precisava em mim mesmo. Via outros colegas com menos potencial intelectual a fazer o que eu não conseguia...
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Eles tinham o mais importante, Amaral! Mesmo com mais dificuldades intelectuais, acreditavam neles. Só reparei qual era o meu problema há pouco tempo, com os livros do Neale.
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Acredite que é verdade! Pá, tou mesmo feliz! Deixei de pensar: "eu VOU conseguir" e passei a pensar "Eu CONSIGO". Dá resultado, Amaral! Já não é o primeiro nem o segundo exame difícil que faço e resulta! Este foi o terceiro. Tou fora de mim de tanta emoção!
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Ontem, primeiro que pregasse o olho... foi bonito!
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E mais uma vez tou convencido que o Neale tem razão. Não temos de nos preocupar em que só uma andorinha não faz a Primavera; por isso sozinho eu não faço nada... NÃO É VERDADE!
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As pessoas reparam nas nossas atitudes, no nosso discurso e sentem a diferença. Fazem perguntas, interrogam-nos... Uma Andorinha pode mesmo fazer a Primavera!
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Somos diferentes da maioria e se as pessoas sentem a diferença, elas questionam e querem saber os nossos conceitos das coisas. Tenho algumas situações dessas que se passaram comigo e é engraçado! Ainda vamos dar a volta ao jogo, Amaral, tou convencido disso!

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É uma questão de acreditar e continuar! Muito empenho, dedicação e acreditar que seremos capazes.
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Eu nem sei pra onde me virar, ando a ler dois livros ao mesmo tempo e tá dificil escolher, cada vez que vou para ler. Tenho um de musculação espectacular e ao mesmo tempo tenho o do Neale...
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Antes mesmo de ver o 12 na pauta, falei com Ele, mas foi um exercício difícil... Andei duas semanas a mentalizar-me do que li nos livros.. não conseguia sentir dentro de mim o que lia...
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Quando estamos «apertados», o esforço que temos de fazer para acreditar triplica, mas acredite que me esforcei para pensar nesses moldes, entre a data da realização do exame e ontem, no início não conseguia sentir essas palavras no coração, foi difícil mesmo, foi quase um processo de MENTALIZAÇÃO.
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Enquanto um gajo não se habitua, é complicado pensar nesse formato.
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O pensamente é que estraga tudo.
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Agora é acreditar para as duas que faltam, "estruturas de betão 2" e "acústica ambiental e de edificios"... tá quase...

O Renato, aqui, é a figura principal. Tudo isto são palavras dele (a conversa ainda se prolongou por mais tempo...), e omiti as minhas observações porque não tinham a mesma importância, comparadas com as dele.
A confiança do Renato foi (é) uma confiança Nele próprio, porque descobriu que tinha Deus dentro de si. Descobriu, ao fim de muito tempo. O livro que estava a ler confundia-o e não percebia muito bem o seu significado. Os conceitos que tinha adquirido esbarravam naquilo que lia. Quando, um dia, olhou à sua volta, e verificou que "tinha a força" também dentro dele, resolveu usá-la e espantou-se ao concluir que, afinal, era fácil.
O Renato rejubilou e teve que partilhar essa alegria com alguém.
Hoje, ele não diz que vai conseguir...
Hoje, ele diz que consegue!

"Acreditar que não se pode ter uma coisa é a mesma coisa que não desejar tê-la, porque produz o mesmo resultado."

domingo, maio 22, 2005

ilusão nº.4

A vida é a ilusão da qual não temos percepção. Tudo à nossa volta é mais do que "real", porque os nossos sentidos provam-nos isso mesmo!
Esta figura também nos mostra pontos de duas cores: uns claros, outros escuros. Mas... quantos pontos escuros conseguiremos contar?...

sábado, maio 21, 2005

ilusão nº.3

Um fim de semana soalheiro e bonito propicia o recarregar de baterias para uma outra semana de trabalho.
No fim do dia, para descontrair, a terceira imagem para apreciar e entender.
Porque nem tudo coincide nesta construção...


sexta-feira, maio 20, 2005

estou aqui

Estava eu, num desses dias, um pouco apreensivo e obcecado, olhava o céu, mirava as nuvens, pensava, imaginava, tentava descortinar qualquer coisa quando, repentina e docemente, pareceu-me sentir ouvir:
"Estás à procura, para quê? Estou aqui mesmo, à tua frente!"
O meu pensamento parou, fiquei quieto, apalermado e racionalmente estúpido!

quinta-feira, maio 19, 2005

salpicos

Do livro de Graça Alexandre "Deus, esta voz interior em mim", retirei estes salpicos, que se identificam com a minha forma de ver Deus e a vida. São frases que fazem parte da verdade que está em mim e, por isso, são partilhadas neste espaço especial.

"...aceito e acredito que a partilha da (nossa) verdade é a mais fidedigna forma de amar os outros e nós mesmos..."

"a verdade de cada um é isso mesmo, apenas de cada um."

"Só me conseguia sentir bem quando falava com Deus como se estivesse a falar com um amigo..."

"Porém, foi Jesus, ele próprio, a dizer que todos somos iguais."

"Tudo o que leres será importante, pois a tua mente fará a recolha e interpretação correcta dos assuntos."

"A sensação que tinha, à medida que ia lendo, era a de que sempre soubera tudo aquilo e que, por qualquer razão, o tinha bem escondido dentro de mim."

"Acho importante que todas as pessoas amem, sintam devoção, acreditem e se expressem segundo o que sabem sentir ou até onde pensam saber sentir."

"Tudo o que somos é amor e o que não somos também o é."

"Se não houvesse o mal, não poderíamos ter consciência da vivência do bem; se não existissem pessoas gordas, não teríamos noção de magreza..."

"Ao realizarmos algo (uma qualquer situação corrente, ou não, do dia-a-dia), haverá sempre um resultado que cada um de nós classificará como certo ou errado, segundo o critério de cada um."

"...o que se experimenta como negativo ou positivo tem como objectivo a consciencialização (vivida e sentida) do resultado da mesma."

"Acredito ainda que o pensamento é a forma criativa do nosso ser. Por conseguinte, se acreditarmos que algo de mau ou bom vai acontecer na nossa vida, estamos a criar esse acontecimento, estamos a criar um campo contextual para que isso aconteça."

"No domínio do absoluto, o tempo, tal como o vemos, não existe."

"...acredito que já encarnei variadíssimas formas de existência, mas tenho consciência de que ainda existem muitas outras que não encarnei..."

quarta-feira, maio 18, 2005

amor é envolvimento



"...esquecemos a linguagem do amor. Não temos coragem suficiente para embarcar na aventura chamada amor.
Por isso as pessoas estão interessadas em sexo, porque o sexo não é arriscado. É momentâneo, não precisa de envolvimento. O amor é envolvimento; é compromisso. Não é momentâneo: mal ganhe raízes pode ser para sempre. Pode ser um compromisso para a vida. O amor precisa de intimidade, e só quando tiver intimidade é que o outro se torna espelho. Quando conhece sexualmente uma mulher ou um homem, simplesmente não os conheceu; de facto, você evitou a alma da outra pessoa. Só usou o corpo e escapou, e o outro usou o corpo e escapou. Não chegou a haver intimidade suficiente para revelar a face original de cada um.
O amor é doloroso, mas não o evite. Se o evitar, terá evitado a maior oportunidade de crescer. Vá até ele, sofra de amor, porque através do sofrimento vem um grande êxtase. Sim, há agonia, mas da agonia nasce o êxtase. Sim, terá de morrer enquanto ego, mas, se morrer enquanto ego, terá nascido como um Deus, como um buda.
O amor dar-lhe-à a primeira prova de que a vida não é desprovida de sentido. Aqueles que dizem que a vida não tem sentido são aqueles que ainda não conheceram o amor. Tudo o que dizem é que a sua vida perdeu o amor.
Deixe que haja dor, deixe que haja sofrimento. Vá pela noite escura e alcançará um belo pôr-do-sol. É no ventre da escuridão nocturna que o Sol se desenvolve. É só após a escuridão nocturna que a escuridão vem.
Toda a minha abordagem é a do amor. Ensino o amor, só o amor e nada mais que o amor. Pode esquecer Deus; esta é somente uma palavra oca. Pode esquecer as preces, porque são rituais que lhe são impostas pelos outros. O amor é a prece natural que não é imposta por ninguém. Nasceu com ela. O amor é o verdadeiro Deus - não é o Deus dos teólogos, mas o Deus de Buda, Jesus, Maomé, o Deus dos sufis. O amor é um mecanismo, um método para o matar, enquanto indivíduo, e ajuda-o a tornar-se infinito. Desapareça enquanto gota e torne-se um oceano - mas terá de passar pela porta do amor.
E, certamente, quando alguém começa a dissolver-se como uma gota e quando se viveu muito tempo como uma gota, dói, porque se pensa: "Eu sou isto, e isto está a ir-se. Estou a morrer." Você não está a morrer, mas a ter a ilusão de que está a morrer.Identifica-se com a ilusão, realmente, mas a ilusão é ainda uma ilusão. E, somente quando a ilusão se vai, você será capaz de ver quem é. E esta revelação traz consigo um pico de alegria, contentamento, celebração."

(Osho in "Amor, Liberdade e Solidão)

terça-feira, maio 17, 2005

a igreja da quarta dimensão

"Que está fora da superfície do mar? Todo o outro mundo de Deus! A teologia já não se debate com a contradição entre a imanência e a transcendência de Deus. O hiperespaço está em contacto com cada ponto do espaço tridimensional. Deus está mais próximo de nós do que a nossa respiração. Podemos ver cada parcela do nosso mundo, tocar cada partícula, sem movermos um dedo através do nosso espaço. Porém, o reino de Deus está completamente "fora" do espaço tridimensional, numa direcção em que nem sequer podemos apontar."

(Martin Gardner in "A igreja da quarta dimensão", 1962)

segunda-feira, maio 16, 2005

ilusão nº.2

Há algo errado com estes cubos...

ilusão nº.1

Clique na imagem para vê-la maior.
Os círculos não estão a mover-se, pois não?


sábado, maio 14, 2005

Nova Aurora


Os "Nova Aurora" é um grupo de música popular, oriundo de Aljustrel, que nasceu no seio da Sociedade Musical de Instrução e Recreio Aljustrelense, em 1982, por altura das festas do 25 de Abril desse mesmo ano, com o próposito de recolher e divulgar a cultura musical do Alentejo.
Tudo começou com uma brincadeira nos intervalos dos ensaios da banda filarmónica da mesma sociedade, onde um pequeno grupo de elementos se juntava e costumava cantar. No entanto a brincadeira continuou, passando por diversas formações, onde também se integravam elementos femininos, que acabaram por deixar o grupo, pelos mais diversos motivos.
Houve ainda algumas tentativas para integrar vozes femininas, mas acabaram por não se adaptar. Daí o facto de no grupo só existirem elementos do sexo masculino. Com dezasseis anos de existência, só de há oito anos para cá o grupo adquiriu uma formação mais estável.
Actualmente é composto por oito elementos, exibindo um traje típico da região. Faz-se acompanhar por um instrumental composto por viola, bombo e vários instrumentos de percursão.
No seu historial contam inúmeras actuações de norte a sul do país e também além fronteiras, como é o caso de Arzila (Marrocos); Riotinto (Espanha); Roubaix (França); Liége e Bruxelas (Bélgica); Toronto e Montereal (Canada).
Já participou em vários programas de televisão ("Praça da Alegria" e "Made In Portugal", na RTP 1 e no "Passeio das Estrelas" na RTPI), estando durante três semanas no top do programa "Made In Portugal", com o último trabalho, na altura, "A nossa fala".
Conta com cinco trabalhos já editados em cd e cassete.
O primeiro a "Cotovia", foi editado só em cassete em 1987, trabalho que ainda contava com as vozes femininas.
O segundo trabalho "A Ver Vamos" foi editado em 1992.
O terceiro que se intitula "Bom... Fica Assim", foi editado em 1995, e segundo a opinião do grupo tinha qualquer coisa de novo.
O quarto trabalho, "A Nossa Fala", editado em Julho de 1998, foi o que deu mais impacto ao grupo, pois foi fruto de um trabalho cuidado de um ano, e muitas horas de estúdio.
Finalmente, "Um cheirinho do Alentejo", em 2002, o seu maior êxito e o que mais vendeu, até hoje.


Composição do grupo:
Tito Manuel Costa Perdigão Godinho, viola
Jorge Humberto Viegas Vilhena, voz e percussão
Rui Luís Gomes Conduto Rosa, voz e percussão
Victor Manuel Lopes Angelino, voz e viola acústica
José Francisco Chumbinho Rosa Conduto, voz e órgão
António José Ferro da Silva, viola baixo
Nelson Filipe Braz Varela, flauta


Considero o grupo uma maravilha, com composições fantásticas.
Por isso, esta minha homenagem, singela e simples, não é um favor! Merece-o, simplesmente.

Se puderem, ouçam esta!




Dois rapazes de Aljustrel, não há...
Outros dois de Messejana, não há...
Foram presos em Alvito,
mas que sorte tão tirana,
não há, não há, não há, não!
Mas que sorte tão tirana, não há...
Mas que sorte tão cruel, não há...
Foram presos em Alvito
dois rapazes de Aljustrel,
não há, não há, não há, não!
Uma história como esta, não há...
E esta lenda de onde vem, não há...
Ninguém sabe se é verdade,
nem os anos que ela tem,
não há, não há, não há, não!


sexta-feira, maio 13, 2005

do cinema

Esta nova cadeia foi-me enviada pela trintapermanente e aqui vai o meu contributo, com todo o prazer:

Qual o último filme que viste no cinema?
A intérprete (The interpreter), de Sydney Pollack, com Nicole Kidman.


Qual a tua sessão preferida?
A minha sessão preferida foi sempre a das 21. Houve uma altura da vida, em que a sessão da meia noite era obrigatória semanalmente. E quando tinha companhia, aos fins de semana, eram sempre as matinées. Mas, cinema para ser visto em salas grandes, tinha que ser à noite, depois do jantar. Uma sessão com um intervalo, com uma paragem para um café, para um bate-papo, e um final de sessão que continuava por mais um tempinho para umas apreciações sobre o que acabáramos de ver.


Qual o primeiro filme que te fascinou?
Houve realmente alguns filmes que me fascinaram, desde que comecei a ver cinema, tinha eu uns 8 anitos, quando o meu pai me levou a ver, numa vila chamada Messejana, um filme português protagonizado pelo Alberto Ribeiro.
Mas foi uma fascinação que ia crescendo, e o seguinte conseguia ser mais fascinante que o anterior. Desde as grandes epopeias americanas até ao neorealismo italiano, eu "papava" tudo e tudo me fascinava. Neste momento, não conseguiria escolher um filme como sendo o primeiro.


Para que filme gostarias de ser transportado/a?
A acção fílmica passada no século XIX seduzia-me particularmente. Mas houve um filme, interpretado pelo Marlon Brando, "Cinco anos depois", que me deixou "agarrado" durante um tempo. Lembro-me que, inconscientemente, andei a "copiá-lo" nas atitudes e gestos que, por acaso, se coadunavam com um estado de espírito que vivenciei na altura.


E já agora, qual a personagem de filme que terias gostado de conhecer um dia?
As personagens que o cinema tratou foram inúmeras e qual delas a mais forte, desde bíblicas a políticas. Mas a Charlotte que Winona Ryder interpretou em "Amar em Nova Iorque" ou a Sarah que Marlee Matlin compôs no "Filhos de um Deus menor" foram duas personagens que eu poderia ter gostado de conhecer.


Que actor (actriz)/ realizador/ produtor(a)/ argumentista gostarias de convidar para jantar?
Eu gostaria de convidar uma Julia Roberts ou uma Angelina Jolie ou uma Nicole Kidman! Mas tinha que ser no meu País e no restaurante que eu escolhesse!
Ah, e a conta quem pagava era eu!...


A quem vais passar o testemunho?
Vou passar
à Susana, que se lembrou de mim na corrente literária,
ao Zuko, qu'é uma ganda maluco pelo cinema,
à BlueShell, que tira fotografias fantásticas,
e à Ana Paula, que precisa ver a vida como um filme maravilhoso.

quinta-feira, maio 12, 2005

Aceitar, entregar, confiar!



Aceitar, entregar, confiar!
Aceitar tudo o que nos acontece como se fosse o que de mais sublime e grandioso se tratasse!
Entregar tudo ao Deus do nosso entendimento, numa partilha e comunhão abertas e sinceras!
Confiar no retorno divino que poderá passar pela resolução dos problemas, mas será sempre um misto de paz, amor e felicidade!

foto retirada em: http://www.irtc.org

quarta-feira, maio 11, 2005

darias um tiro na cabeça? - parte II


Por vezes, quando tento explicar o espaço-tempo às pessoas, dizem-me: "Se és apenas um padrão no espaço-tempo e se o futuro já está determinado, por que não te matas e acabas com isso? Quer dizer, vais morrer de uma maneira ou de outra, não é? Por que não dás um tiro na cabeça?" A resposta é simples: "Porque não quero." Posso divertir-me a exagerar a escolha entre a vida e a morte, pondo-me de pé à beira de um abismo de 100 m, mas tenho um cuidado dos diabos para não cair.
Faz parte da natureza de uma planta crescer em direcção ao sol, dar flor e fruto. Faz parte da natureza de uma pessoa viver, amar e trabalhar. Com toda a probabilidade, não há uma grande "resposta" e a vida não tem outro significado que não seja ela mesma. Mas isso basta. Como diz Don Juan em Uma realidade diferente de Carlos Castaneda:

Escolho viver e rir, não porque isso interesse, mas porque essa escolha é a tendência da minha natureza... Um homem sábio escolhe um caminho com entusiasmo e segue-o... Dado nada ser mais importante do que tudo o resto, um homem sábio escolhe qualquer acto e age como se isso fosse importante para ele.

Aqui a ideia é que a nossa vida é um todo e o padrão geral é que conta. As anomalias inesperadas no padrão correspondem a lugares onde sentimos que estamos a tomar uma decisão recorrendo ao livre arbítrio.
Algumas pessoas levantam grandes objecções a este ponto de vista. Tão forte é a convicção da importância do seu livre arbítrio que sentem que o futuro não existe. Podem admitir que o passado existe, mas sentem que o universo-bloco é qualquer coisa que está a crescer à medida que o tempo passa.


(Rudy Rucker in "A quarta dimensão")

terça-feira, maio 10, 2005

darias um tiro na cabeça? - parte I


"Como posso morrer?" Bem, podia ter caído desse viaduto partido à beira do qual me postei, embriagado, sábado à noite, só para me exibir. Uau! Por que faço ainda coisas destas na minha idade? 'Para provar que tenho livre arbítrio.'
De vez em quando uma pessoa gosta de fazer qualquer coisa disparatada ou inesperada. Grande parte da vida é muito previsível, mas são os ziguezagos loucos que conferem à vida humana um travo peculiar. Não é realmente necessário fazer uma coisa estúpida e perigosa... Levar a nossa mulher a jantar fora quarta-feira à noite pode ser suficientemente invulgar.
Se, de facto, somos padrões espaço-tempo num universo-bloco, o futuro já existe. Estará isto em contradição com a ideia de que temos livre-arbítrio?
Na verdade, não. Quando digo que o futuro já existe, não estou a dizer que podemos prever o futuro. Quando vamos a meio de um livro policial, o final já lá está, impresso nas últimas páginas. Mas isto não significa que adivinhemos sempre como será o final. Sinto que a minha vida inteira existe como um todo intemporal. Mas isto não significa que possa prever com segurança o que vou escrever amanhã ou onde vou viver para o ano que vem.
Por vezes, quando tento explicar o espaço-tempo às pessoas, dizem-me: "Se és apenas um padrão no espaço-tempo e se o futuro já está determinado, por que não te matas e acabas com isso? Quer dizer, vais morrer de uma maneira ou de outra, não é? Por que não dás um tiro na cabeça?"

(Rudy Rucker in "A quarta dimensão")

segunda-feira, maio 09, 2005

christopher reeve

"Tentava voltar a adormecer, mas não resultava e começava novamente a pensar, os mesmos pensamentos atormentadores. Começava sempre assim: "Isto não sou eu." E depois: "Porquê eu?" E: "Tem que haver um engano." E finalmente: "Oh, meu Deus, estou encurralado, estou aprisionado. Tenho aqui uma sentença de vida. Estou preso, nunca vou sair daqui. Não vou sobreviver. Não posso fazer isto, não posso fazer aquilo. Não posso levantar-me, não posso mexer-me. Sou patético. O que vou fazer comigo? Tenho 42 anos. Não tenho vida. Vou tornar-me objecto de caridade." O meu pensamento foi invadido pela súplica: "Por favor, deixem-me sair. Deixem-me sair."
Referi que uma lesão C1-C2 é como ser-se enforcado. E lembro-me de pensar que se uma pessoa sobrevive, deixam-na ir. Só tentam uma vez: não nos apanham do chão e levam novamente para reatar a corda. Estes pensamentos melodramáticos eram recorrentes. No meu espírito sucediam-se todo o tipo de cenas e de ideias absurdas. Seria bom poder aproveitar essas horas entre as 2h e as 7h, mas não podia. Mal aguentava a barra. Tentava concentrar-me no amor e apoio que recebia. Mas a maior parte do tempo pensava: "Não quero saber se gostam de mim ou não. Quero é andar. Troco todo este afecto para poder subir um lanço de escadas." O corpo e o espírito, na tentativa de sobrevivência, podem ser muito egoístas. Dizemos: "Que se lixe o resto do mundo, tratem mas é de mim. Primeiro eu. Sabem, isto não é justo para mim."
Julgo que estes pensamentos egoistas fazem parte do mecanismo de sobrevivência. Esse "eu-eu-eu" é inevitavelmente a primeira resposta. E depois é necessário evoluir para pensamentos mais elevados - uma maneira de pensar diferente. Algumas pessoas conseguem-no através da religião; são capazes de subordinar-se à fé. Mas isso comigo não resultava, embora tentasse. Não sou uma pessoa religiosa, mas pensei: "Tenho que desenvolver uma relação com Deus neste momento, senão estou perdido." Havia noites em que rezava mas sentia-me um verdadeiro impostor. Sentia que estava a representar, que não vinha verdadeiramente do âmago do meu ser, de uma origem genuína. O meu amigo Bobby Kennedy disse-me uma vez: "Finge até conseguires. As orações poderão soar a falso, mas tornar-se-ão realidade um dia e a tua fé tornar-se-à real." Mas algo diferente aconteceu comigo. Comecei a pensar: "Se Deus existe ou não, isso não é o importante. A espiritualidade em si, a crença de que existe algo superior a nós, é suficiente."
(Christopher Reeve in "Apesar de tudo, Eu")



Christopher Reeve, mais conhecido pelo "Superman" no cinema, foi vítima dum acidente de cavalo, durante uma prova hípica, no dia 29 de Maio de 1995, e esteve entre a vida e a morte. A queda provocou-lhe uma fractura que o deixou imobilizado do pescoço para baixo.
Arranjou forças para sobreviver, lutou, criou uma Fundação com o seu nome para angariação de fundos para financiar a investigação científica nesse domínio, foi presidente da Associação dos Paralíticos Americanos, dando várias conferências pelo país fora.
Aos 52 anos de idade, 9 anos depois do acidente, uma paragem cardíaca deixou-o em estado de coma, vindo a falecer no dia 10 de Outubro de 2004.

Esta entrevista com o actor foi publicada algures na Net:

domingo, maio 08, 2005

nuvens


A tarde de sábado na Praia das Maçãs esteve cheia de banhistas. O Sol estava convidativo e o mar atraíu os saudosos do verão. Muita gente na praia, nas esplanadas, e o combóio de Sintra apinhado de gente.
Às 17 horas, repentinamente, as nuvens traiçoeiras espreitaram e cobriram o céu por completo. "Oh, Batista, mandaste o Sol embora?" O Batista, sentado na rua, junto à exposição de artigos para venda, ripostou não sei o quê com um sorriso, e os empregados do restaurante ao lado começaram a fechar os chapéus de Sol, sinal de que as nuvens tinham vindo para ficar.
Entrei no carro e fui até às Azenhas.
Cá de cima, a Alice fez juz a recordações não muito distantes, que deram à sua vida um rumo novo, e quis um gelado de chocolate e amêndoa.
O oceano ficou cheio de salpicos de Sol e, quando passei por Sintra, a Pena continuava lá no alto ainda brilhante e imponente .

sábado, maio 07, 2005

De Profundis, Valsa Lenta

"Inacreditável. Eu, o Outro de mim, em viagem de passos perdidos e a interrogar-me se não estaria a caminhar para a loucura. E o caso é que, desconcertante ou não, a pergunta aconteceu. E para maior surpresa, não a esqueci. Loucura, caminho para a loucura, a questão chegou-me com uma insistência passageira mas no estado em que me encontrava o que seria para mim a loucura? Como é que eu, impessoal e tão a esmo, me tinha lembrado de tal coisa a propósito dum letreiro? Pensando-a a esta distância, admito que essa perturbação se possa dever a um eco da minha identidade do passado: ao enfrentar aquele letreiro como uma provocação da leitura e da escrita era o ex-autor de livros que estremecia na cegueira em que tinha mergulhado e que tirava do fundo da sua razão perdida o esboço duma interrogação à loucura. Seria?"
(Jose Cardoso Pires in 'De Profundis, Valsa Lenta')


sexta-feira, maio 06, 2005

dá para comparar


Hoje, comprei uma revista e um jornal desportivo.
Comprei a "Bebé d'hoje" porque vinha lá um artigo que me interessava ler.
Comprei o "Record" para, enquanto tomava o meu cafezinho, ler um pouco sobre um "milagre" que teria acontecido ontem em Alkmaar, na Holanda, com uma equipa portuguesa que veste de verde e dá pelo nome de Sporting Clube de Portugal.
Pois, este clube classificou-se para a final da Taça Uefa, depois dum jogo atribulado e emocionante na Holanda, com o apuramento a acontecer a uns curtos segundos do termo da partida, já depois dum prolongamento de trinta minutos. Parabéns ao Sporting e aos sportinguistas!

Mas, o meu post de hoje queria dizer uma outra coisa. Li algumas coisas da revista mencionada e "passei os olhos" pelo jornal.
Mas deu para concluir: Há por esta blogosfera muita gente a escrever, com trabalhos que fazem inveja a muitos escritos e crónicas que aparecem diarimente nas nossas revistas e jornais!...

quinta-feira, maio 05, 2005

ver e escutar



"Na vida, vê sempre com a alma. Escuta com a alma."

Duas frases, dois desafios.
Ver com a alma não parece fácil. Mas é tão possível como qualquer outra coisa. Basta, talvez, mudar, um pouco, certos conceitos. Talvez predispormo-nos a encarar as coisas de uma outra forma. Uma outra forma diferente. Nem melhor nem pior. Diferente.
Ver com a alma, pressupõe que deixemos de lado os padrões que adquirimos e que estão acumulados no cérebro. Olhemos uma coisa, uma pessoa ou um acontecimento - e não "classifiquemos" o que estamos a ver. Evitemos o juízo, que naturalmente tende a vir-nos à cabeça. Sem ajuizarmos nada, sem classificarmos nada, sem compararmos nada - olhemos e deixemos que "o que vemos" entre dentro de nós. Ou, então, procuremos "nós" entrar naquilo que estamos a ver....
Se conseguirmos isso, não iremos ver tudo duma forma diferente? Não estaremos a "ver com a alma"?...

Escutar com a alma, não será o mesmo? Se eu escutar qualquer coisa, murmúrio, canção, uma frase, um pedido, uma acusação, um desabafo - não poderei fazê-lo, colocando de lado, igualmente, qualquer juizo ou rótulo prédefinido já no meu cérebro?
E se o fizer, despido desses padrões que tenho assimilados, não irei escutar tudo duma outra forma? Não irei "escutar com a alma"?...

É verdade que são dois desafios, mas são também duas outras formas de olhar e escutar. Cada um de nós tem sempre a possibilidade de escolher. E de verificar depois se a opção conduziu a resultados melhores ou piores para si. E para os outros.
Tudo se resume, afinal, a escolher as opções que resultam ou as que não resultam para alcançarmos aquilo que temos em vista.

quarta-feira, maio 04, 2005

conflitos

"Porque razão a felicidade e a euforia amorosas acabam tão depressa, para dar lugar, subitamente, a terríveis conflitos? Hoje, sabemos porquê. Esses conflitos que destroem o amor resultam do fluxo de energia que circula entre os indivíduos envolvidos na relação.

Quando o amor começa, os dois indivíduos dão inconscientemente energia um ao outro, e ambos se sentem leves e eufóricos. Quando isso acontece entre duas pessoas, dizemos que estão "apaixonadas". Infelizmente, como ambas esperam que esse sentimento seja alimentado pela outra, acabam por se desligar da energia universal. Daí a contarem exclusivamente com a energia uma da outra vai um passo. Só que, então, parece deixar de haver suficiente energia. Deixam de dar-se mutuamente energia e caem, inevitavelmente, nas suas cenas de controlo, numa tentativa de se dominarem um ao outro e de atrair a si a energia do outro. E, quando se chega a este ponto, a relação amorosa degenera na habitual luta pelo poder."


(James Redfield in 'A Profecia Celestina')
(Foto in "http://www.goldmountainmining.com/sculptures-montana-silversmiths.html

terça-feira, maio 03, 2005

ainda a sorrir

Hoje ainda continuo a sorrir.
Li no blog da Gilda aquele tefonema do Sócrates para o Gago, e fartei-me de rir.
Por isso, talvez, ainda estou na ressaca, com esta:

e com esta ternurinha:

segunda-feira, maio 02, 2005

sorrir à segunda

Milagres e invenções

Este toureiro abençoou a sorte que teve neste dia... estava lá "tudo"!...


Este homem inventou o conforto ideal sobre 2 rodas!...


(fotos tiradas daqui: "http://www.amloo.de")

domingo, maio 01, 2005

dia da mãe


Há historiadores que reclamam as comemorações do Dia da Mãe às mais antigas festividades decorrentes na Grécia antiga, aquando da Festa da Primavera, na qual se honrava a Mãe dos Deuses - Rhea. Na mitologia grega, Rhea foi a mãe de Zeus e irmã de Kronos, considerada como uma das mais influentes deusas em Creta, Arcadia e Phrygia. Assim como a deusa Gaia, Rhea seria também considerada a mãe de todos os Deuses.
Também em Roma, a Mãe era celebrada em honra de Cybele, a mãe dos deuses romanos, mesmo antes do nascimento de Cristo.
No século XVII, a Inglaterra popularizou o "Domingo da Mãe" nos dias que antecediam o Domingo de Páscoa, como homenagem a todas as mães de Inglaterra, sendo mesmo concedido um dia de folga para que se celebrasse este dia na sua plenitude.


O Cristianismo instituiu a festa da "Igreja Mãe", verdadeira força espiritual capaz de proteger os homens de todos os males. Habitualmente, esta festa da Igreja fora sendo associada também à celebração do "Domingo da Mãe".
Também no continente Americano, mais concretamente nos Estados Unidos, as comemorações do Dia da Mãe foram sugeridas, pela primeira vez, por Julia Ward Howe no ano de 1872, um dia cujo significado fora assumidamente associado a um dia de Paz contra o flagelo da Guerra Civil.
Porém, o verdadeiro Dia da Mãe é comumente associado a Anna Jarvis.
Aos 41 anos de idade, Jarvis perdera a sua mãe. Com sua irmã Elisinore, sentiram a sua grande e irremediável perda levando-as a reflectir sobre o facto de não existirem demonstrações concretas de apresso para com as mães.
Anna Jarvis decidiu fazer algo, na esperança de que a celebração de um dia dedicado à Mãe iria estimular a estima e consideração dos filhos para com os seus pais, para além de incentivar os laços familiares.
Mas foi em 1907 que Anna empreendeu o esforço necessário à instituição do Dia da Mãe. Com a ajuda de seus amigos, empreendeu uma campanha por correio com vista a obter apoio de congressistas, políticos influentes e personalidades da sociedade norte-americana, com o objectivo de ser oficialmente declarada uma data comemorativa do Dia da Mãe.
Os seus esforços goraram o efeito desejado, e foi a 10 de Maio de 1908 que, pela primeira vez, numa cerimónia religiosa, Anna Jarvis honrou sua Mãe.
Para adornar a cerimónia foram utilizados cravos vermelhos, a flor favorita da mãe de Anna. Desde então, os cravos vermelhos converteram-se no símbolo da mães em vida e os cravos brancos o símbolo das mães que já partiram.
A primeira proclamação do Dia da Mãe deu-se três anos depois, em 1910, instituída pelo Governador do Estado da Virgínia, Estados Unidos. Um ano depois, o Dia da Mãe foi a pouco e pouco sendo comemorado em todas as partes do mundo, desde o México, Canadá, Japão, no Continente Africano e na América do Sul.
Em Dezembro de 1912 foi criada a Associação do Dia Internacional da Mãe com vista à promoção generalizada desta efeméride tão especial em todo o mundo.

Em Portugal, o Dia da Mãe foi comemorado, em tempos idos, no dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, a Padroeira de Portugal. Também o Dia 13 de Maio é ainda hoje associado às comemorações da Mãe. Porém, actualmente foram instituídas as comemorações do Dia da Mãe, no primeiro Domingo do mês de Maio.


... tanto medo de morrer que tu tinhas, mãe, mas,
à medida que esse dia se aproximava,
parecias cada vez mais serena...


(Texto retirado daqui )